Considere que compreendeu a ideia de um autor quando for
capaz de expor, com suas próprias palavras, o que foi assimilado.
A memorização foi (e creio que é) fundamental para o ensino
ao longo dos milênios. Mas, isso não desconsidera a interpretação.
Se a gente não assimila o que memoriza, corre o risco de
estabelecer diálogos vazios mesmo com uma imensa gama de conteúdos na memória.
Não se deve considerar apenas a compreensão do que um autor
disse, mas se o que ele disse é verdadeiro.
Um texto de filosofia é um caminho e não um fim em si mesmo.
O que é falado importa na medida em que se refere àquilo que diz.
Experimente apreciar uma boa música, pintura ou ler um
clássico da literatura após acompanhar um noticiário. A atualidade torna-se
trivial.
Intenta cursar uma pós-graduação e tem como escolher um bom
orientador. Escolha! Tive um excelente orientador e fez toda a diferença.
Estudar profundamente um autor é como conviver intimamente
com alguém. Algo desse autor fará parte de você para o resto de sua vida.
Começar é o primeiro passo, o segundo é perseverar. Pois se
há pedras no caminho de quem inicia, há montanhas para quem decide continuar.
A soberba de quem não admite a ignorância acerca de algo é o
maior impedimento ao conhecimento do novo.
A “Apologia de Sócrates” mostra que a atividade filosófica
tem consequências práticas. O preço da verdade pode ser a própria vida.
Cada parágrafo de “Fides et Ratio” daria um artigo ou aula.
Há uma riqueza admirável de conteúdo condensada em cada frase.
Uma das melhores maneiras de melhorar a fluência na prática
da escrita é escrevendo, de preferência, diariamente.
Escreve melhor quem escreve sobre o que sabe. Mesmo que seja
um saber sobre a dificuldade de escrever. Eis um tema para começar.
Para mim, a escrita com caneta e papel e a digitada em
computador exigem algumas habilidades diferentes. Exercite as duas modalidades.
Outra maneira de exercitar a escrita é formando ideias de
maneira sintética, como tenho feito aqui, e detalhada, como faço no blogue. A
prática da escrita por meio de um diário também é uma modalidade que alia
autoconhecimento com aprimoramento da técnica. Experimente!
Temos diversas plataformas para exercitar a boa escrita como
Whatsapp, Facebook e e-mail. Comece melhorando a qualidade de suas mensagens.
Antes de sentir a necessidade de aprender a gramática,
percebi que a leitura de bons livros era fundamental para melhorar minha
escrita.
Comecei a ler com frequência depois dos vinte anos. Foi
somente após isso que comecei a escrever melhor. Antes escrevia penosamente.
Nunca li com o fim de melhorar a escrita. Li com interesse
em conhecimento do conteúdo que o texto ensinava. A melhora foi consequência.
Professor de filosofia não é necessariamente Filósofo. Já vi
a incapacidade de alguns desses professores para constatar meras obviedades.
Ser filósofo não é ter “opinião” própria. É abordar algo que
seja acessível a outros filósofos, viabilizando o debate sobre sua veracidade.
Se não houvesse alguma objetividade no discurso filosófico –
ainda que seja sobre a subjetividade –, sua exposição ou debate seria estéril.
Não somos obrigados a ler todos os autores que versam sobre
um assunto, nem temos tempo pra isso. Mas, devemos ler bem os que escolhemos.
Saber que obras são essenciais para ler é tão importante
quanto saber lê-las. Comece pelos clássicos que versam sobre seu tema de
interesse.
Ler muitos livros sem assimilação e reflexão sobre seus
conteúdos, pode deixar você cheio de ideias... confusas, desconexas e inúteis.
Se você lê dois grandes autores que discordam e concorda
plenamente com o que os dois escreveram, provavelmente não entendeu nada.
Escrever postagens limitadas a 140 caracteres, como no
Twitter, é um desafio pessoal. Tendo a escrever demais até em conversa pelo
Whatsapp.
Pierluigi Piazzi insistia que o estudo não rende quando se
estuda muitas horas em um dia, mas um pouco todos os dias. Seja constante!
*Prof. Dr. Miguel Angelo Caruzo
Filósofo. Escritor. Livre Pensador. Filósofo Clínico.
Teresópolis/RJ
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