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Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*










"(...) com que largos intervalos aparecem as boas obras, e como são raras as publicações seladas por um talento verdadeiro (...) Estabelecei a crítica, mas a crítica fecunda, e não a estéril, que nos aborrece e nos mata, que não reflete nem discute, que abate por capricho ou levanta por vaidade; estabelecei a crítica pensadora, sincera, perseverante, elevada"

"Para realizar tão multiplicadas obrigações, compreendo eu que não basta uma leitura superficial dos autores, nem a simples reprodução das impressões de um momento"

"Não lhe é dado defender nem os seus interesses pessoais, nem os alheios, mas somente a sua convicção, e a sua convicção, deve formar-se tão pura e tão alta, que não sofra a ação das circunstâncias externas. Pouco lhe deve importar as simpatias ou antipatias dos outros"

"Não se contesta às almas poéticas certa sensibilidade fora do comum e mais exposta por isso ao choque das paixões humanas e das contrariedades da vida"

"O tempo para os dons do espírito é um meio de desenvolvimento; a inspiração que se aplica cresce e se fortalece, em vez de diminuir e esgotar-se"

"Viajar é multiplicar a vida. De país em país, de costumes em costumes, o homem que nasceu com propensão e gosto para isso, renova-se e transforma-se. Mas, fique bem claro, é preciso tr gosto e propensão; é preciso ser poeta"

"Álvares de Azevedo (...) Compare-se a idade com que morreu aos trabalhos que deixou, e ver-se-á que seiva poderosa não existia naquela organização rara. Tinha os defeitos, as incertezas, os desvios, próprios de um talento novo, que não podia conter-se, nem buscava definir-se"

"(...) convidar os defensores a todo transe a que releiam, com pausa, o livro do Sr. Eça de Queirós: é o melhor método quando se procura penetrar a verdade de uma concepção"

*Machado de Assis in "Crítica Literária". Ed. W. M. Jackson Inc. RJ. 1957. 

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