
Existem circunstâncias
que podem ser controladas e outras que não - já diziam os filósofos estoicos,
dentre eles Sêneca e Epicuro. O conselho, proferido há mais de dois mil anos e
muito sábio até os dias atuais, resumia-se basicamente a nos atermos somente
aos aspectos controláveis da vida se quiséssemos ter um mínimo de bem-estar.
Fenômenos da natureza,
atitudes de outras pessoas e trânsito são apenas alguns exemplos do que não
controlamos. Por mais que tenhamos força do pensamento, tecnologia e boa vontade
para fazer o impossível, esses são elementos que não conseguimos manipular ao
sabor de nossos desejos.
Por outro lado, existem
algumas coisas que conseguimos manter num nível razoável de manejo pessoal.
Nossos pensamentos, nossos sentimentos e nossas ações são alguns exemplos.
Como reagimos aos fatos,
portanto, está inteiramente sob o nosso controle, certo? Mais ou menos. Algumas
teorias antigas dizem que temos somente 5% de livre arbítrio. Todo restante
seria resposta automática e condicionada de nosso inconsciente, de nossos
instintos e de nossa educação.
Mas o que parece
desanimador à primeira vista esconde, na verdade, um grande tesouro. Os 5% que
nos cabem podem mudar tudo. Experimente inclinar à esquerda ou à direita cinco
graus em uma linha reta que você esteja desenhando no chão ou papel. Não
tardará para em pouco tempo estar bastante distanciada do que seria o traçado
original, caso continuasse em linha reta.
Os 5% influenciam nossas
escolhas. Levantar todos os dias está nestes 5%. Alimentar-se bem, ter hábitos
saudáveis, praticar algum esporte, manter um bom nível de relacionamento com os
colegas de trabalho, prezar por amizades verdadeiras, cultivar pensamentos que
favoreçam e tantos outros, também... Ler este artigo está nos 5%.
Ou seja, escolher o que
fazer com as 24 horas do dia está inteiramente sob o nosso controle. E não é
pouca coisa. É, simplesmente, tudo!
*Sandra Veroneze
Jornalista. Editora. Escritora. Filósofa
Clínica.
São Paulo/SP
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