A primeira questão fundamental é: o que é para cada pessoa o "consultório"? Bem como: o que é para cada pessoa o "terapeuta" e a "ajuda"? Tem-se como noção geral que quem procura a terapia procura a ajuda. Isso se mostra em Filosofia Clínica uma falácia, mais um dos pré-juízos generalizados, termos universais da nossa época. Em grande monta, sim, podemos dizer que a grande maioria das pessoas procura o terapeuta buscando ajuda, porém, não podemos tomar isso como universal, como se soubéssemos que aquele que adentra ao nosso consultório buscasse obrigatoriamente ajuda, esquecendo-se da velha máxima filosófica "só sei que nada sei", esquecendo-se que nada sabemos sobre aquela pessoa, nem mesmo se ela procura ajuda. Há pessoas que vêm até o consultório, por exemplo, não para pedir ajuda, mas apenas para ter alguém com quem conversar, procurando um espaço de diálogo, um espaço de relação, não no sentido de um socorro, mas no sentido de poder
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