Pular para o conteúdo principal

Postagens

Indiferença*

Características sutis Já não fazem diferença Salvo para os gentis O ser humano cultiva indiferença Crendo ser 'sabido' Mas um tanto perdido Aprofundou-se na loucura Da correria sem ternura! *Dionéia Gaiardo Administradora de Empresas. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Fragmentos poéticos, filosóficos, delirantes*

"(...) clássico é um tipo primordial, fundador, em que vidas futuras se reconhecem e cujas pegadas seguirão - um mito, portanto, pois o tipo é mítico e a essência do mito é retorno, atemporalidade, onipresença." "Aonde chegaríamos se quiséssemos despir o conceito dos primórdios de sua natureza relativa ? Só existem começos relativos." "(...) a fronteira entre as atividades de poeta e escritor não passa por fora, pelo lado das aparências, e sim dentro da própria pessoa; (...)" "Na esfera de Lessing, nós nos acostumamos a relativizar as coisas, a humanizar o conceito de verdade, e nos habituamos à ideia de que os critérios do que é verdadeiro residem menos na verdade defendida do que naquele que a defende." "O gênio, podemos afirmar, revela-se onde aparece algo nunca antes intuído, onde algo nunca antes imaginado se materializa; (...)" "A natureza não oferece paz, simplicidade, univocidade; ela é o elemento d

A poesia e o instante*

O essencial é este agora aqui com você! No parar, observar e ... mais nada. O essencial é ser simples! Poesia a cada instante brotando da existência. Dra. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Filósofa Clínica. Escritora. Juiz de Fora/MG

A Tentação*

Diante do crucifixo Eu paro pálido tremendo: “Já que és o Verdadeiro Filho de Deus  Desprega a humanidade desta cruz”. *Murilo Mendes

Um almoço na Feira do Livro*

Um rápido tempinho para um almoço. No mesmo lugar onde almoçamos juntos tantas vezes. Pedi um almoço simples, prato do dia. Leve, pra não machucar os sentimentos. Pouco, para não espantar as lembranças. Me avisam que demoraria quinze minutos. Legal, havia trazido caderno e caneta. Me pus a escrever: "O amor que tenho por ti É bem maior que a soma Dos amores da tua vida. Ah, se tu soubesses Como um homem ama Como é difícil para o homem amar Como é difícil para o homem amar de novo Ah, se tu soubesses Como ama um homem como eu...." Terminado o almoço, esqueci caneta e caderno sobre a mesa. Que culpa tenho por um esquecimento? Se deixei sobre a mesa um pedacinho de mim. Retornei meia hora depois. Sobre a mesa o caderno e a caneta. E abaixo do meu poema estava escrito: "Ah, se eu soubesse antes O amor que tinhas por mim...." Tive a sensação que reconhecia a letra. Comprei uma barrinha de cereal. Que sempre dividíamos juntos. E

“É muito raro encontrar almas livres, mas logo se vê quando são”***

Descobri-me livre, plenamente livre, quando me peguei mirando, da cobertura de um prédio de dezoito andares, a rua movimentada, ao cair da noite. Pensei: “eu poderia pular daqui agora”. Balancei-me para frente e para trás, sorrindo feito criança, como a reafirmar a mim mesma aquela possibilidade. Obviamente eu não queria me matar, nunca tive esse intento. Na verdade, aquele era um momento leve e feliz que preferi dividir com ninguém, por uma questão de egoísmo, talvez. Sequer lembro a razão de tal alegria, mas ela estava presente, radiante, inundando meus poros como uma onda incontrolável. “Eu poderia pular agora.” E subitamente compreendi o que aquilo significava. A verdade é que eu poderia fazer o que quisesse. Veja bem, o Código Penal não traz proibições. Nada traz proibições, na verdade. É permitido matar e roubar. É permitido sonegar impostos, exercer profissão ilegalmente e cometer furtos em mercearias desprotegidas. Dentro de seu pequeno universo e respeitando as pr

Uma tal senhora Beauvoir*

“É porque não aceito as fugas e as mentiras que me acusam de pessimista...” Simone de Beauvoir O que permanece escrito e não compreendido não é mais um hieróglifo, não participa mais do histórico lastro da lingüística que identificava os significados através da escrita. Hoje, podemos dizer que o não pressuposto ato de ver e não identificar é mais um sintoma viral do século XXI.  O que chamo de burrice proposital, ou então, do silêncio hipócrita das direitas e dos empedernidos esquerdistas, que acompanha o som dos imbecis. É uma mistura nonsense que anda solta nas páginas dos obsoletos jornais, das redes sociais, que percorre os planaltos, praias, palcos até moldar o conformismo da opinião pública. Ontem lendo um velho livro, velho, porque foi escrito por uma senhora que marcou demais a cultura ocidental com suas ideias inovadoras, libertadora e provocante em certo momento histórico. Para que agora seja relida, consigo perceber, a muitos é parte do esquecimento, sim,