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Queridos amigos, colegas, articulistas, No dia de hoje atingimos 1021 postagens neste blog que se propõe, em seus recentes dois anos de existência, oferecer espaços de convívio, reflexão, humanidade, estudos e desenvolvimento em Filosofia Clínica. Parabenizamos a todos os nossos articulistas, colaboradores, visitantes, críticos, pela inestimável contribuição para a qualificação da Filosofia Clínica em todos os espaços por onde se oferece, como um novo modelo de atenção e cuidados com a vida: hospitais, empresas, clínicas, escolas.. Em 2013 teremos novas parcerias de atuação profissional, estágios, pesquisas, colóquios, publicações e outras agradáveis surpresas. Nossa busca é seguir contando com o talento e a cumplicidade do grupo todo e venha quem mais vier, pois a Casa é nossa! Um abraço fraterno, Coordenação
A palavra mágica* “Vive a tua hora como se gravasses o teu nome na epiderme de um tronco novo. Mas não voltes mais tarde para junto dessa árvore, porque podes não reconhecer o teu nome nas cicatrizes das velhas letras.” Felippe D’Oliveira Sua tez de singularidade maldita refere uma simbologia em viés de encantamento. Na veemência discursiva compartilha uma fatia generosa de paraíso. O sagrado_profano esboça uma íntima convivência com a reciprocidade. Os significados apreciam aliar-se aos papéis existenciais de travessia. Assim o feitiço da palavra como medicamento aprecia as estruturas mutantes envolvidas na interseção. Ao sugerir a cidade das maravilhas, é possível um novo entendimento e relação com o universo interior. Sua fonte de inspiração, muitas vezes, se faz menção em dialetos de esquiva. A magia, um pouco antes de ser representação traduzível, aprecia transbordar nalguma forma de excesso. Uma fenomenologia em aroma
A arte e a vida...* Depois de profunda reflexão chego a conclusão que o que realmente liberta e traz sentido a vida é a expressão. Não importa de que modo isso ocorra. Pode ser por uma pintura, uma canção, uma dança, um poema, não importa. O mais importante é a expressão. Digo isso por viver na pele essa necessidade diária de expressar o mais profundo do meu coração. O que existe de mais belo na minha alma é o ato de expressar. Acredito que por mais que se busque, que por mais que se conheça as filosofias de grandes mestres, sem expressão não há solução! Tenho pensado em como seria mais salutar se nos hospitais os doentes fossem tratados somente com arte. Por que não? A filosofia clínica permite esse casamento e é por isso que sou grata de tê-la conhecido. Quando trabalhava como atriz o que mais me intrigava nas personagens eram os seus porquês existenciais e hoje eu entendo que os espetáculos nos quais trabalhei foram aqueles que poderiam fazer de fato as pessoas melhores em su
Temperamentos do Tempo* Outubro inicia com mudança de direção dos ventos, usa o calor pra se fazer anunciar. Algumas pessoas são mais sensoriais que outras e como os ventos mudam a direção com seus afetos, não sem antes superaquecer para depois vaporizar suas resistências. Nunca ninguém tentou medicar o tempo, será que não perceberam ainda que ele é quadripolar? Há Sim, o tempo pode! Esta aquém a qualquer tipologia. Na verdade, o tempo está aquém do nosso controle, inspirou e ainda inspira muitas reflexões filosóficas. A espécie humana não aceita as infinitas variações de personalidades em sua natureza, algumas delas são consideradas patológicas e por isso sujeitas a todo tipo de intervenção. Mas o tempo, não da para controlar, dá? Com a onda de comportamento sustentável, com expansão da Eco Visão, constata-se que a concentração da manipulação humana junto à natureza, já causou seus estragos e dia a dia nos coloca mais e mais refém dos humores extremos da natureza. Muito já
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXV* Pintura a óleo/tela por Cândido Portinari (1934) Discurso proferido num jantar de poetas (1929) Eu faria um poema se fosse cabível ele ser contado agora por Eugênia. Porque então o que não pode ser dito ficaria sensível e visual na voz de Eugênia que é revelação. Para serem ditas por mim as palavras têm de valer por si mesmas. E exprimindo o seu sentido próprio, não poderão denunciar viva e presente a essência de nosso encantamento pela arte de Eugênia. Arte de prestidigitação que escamoteia o mundo aparente para substituí-lo por inúmeros mundos da invenção dos poetas, mundos profusos conjugados em sistema solar pela atração de sua sensibilidade transfiguradora. Desse encantamento, permanente em nós todos, nenhum de nós saberá contar. Admiração. Gratidão. Êxtase. Alegria. É tudo junto. É encantamento. Encantamento de Aladim que pede à lâmpada mágica coisas maravilhosas e tem logo a maravilha. E a maravilha não é a que esperava, a que se
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXIV* Que é Simpatia Simpatia – é o sentimento Que nasce num só momento, Sincero, no coração; São dois olhares acesos Bem juntos, unidos, presos Numa mágica atração. Simpatia – são dois galhos Banhados de bons orvalhos Nas mangueiras do jardim; Bem longe às vezes nascidos, Mas que se juntam crescidos E que se abraçam por fim. São duas almas bem gêmeas Que riem no mesmo riso, Que choram nos mesmos ais; São vozes de dois amantes, Duas liras semelhantes, Ou dois poemas iguais. Simpatia – meu anjinho, É o canto de passarinho, É o doce aroma da flor; São nuvens dum céu d’agosto É o que m’inspira teu rosto… - Simpatia – é quase amor! *Casimiro de Abreu
Virtualidades* Porque as redes sociais nos atraem tanto? Porque postamos infinidades de textos e imagens? O que nos liga ao virtual? Porque nos tornamos dependentes de uma rede de amigos que não conhecemos? Porque “curtimos” postagens? Porque compartilhamos? Porque não guardamos em nosso coração o que foi postado ontem? Porque os laços de amizade nas redes sociais são frágeis e anônimos? Por quê? Por que... Por que. O mundo virtual chegou para ficar. O Orkut ficou para trás com a chegada do Facebook. Quem nunca esperávamos encontrar nas redes sociais chegam sem avisar. Alguns ainda relutam em se conectar. Outros estão conectados 24 horas. A vida particular tornou-se publica com os álbuns de fotos. Do sofá ao baile conhecemos o que alguém fez no final de semana ou nas férias. O desconhecido tornou-se conhecido. O anônimo tornou-se celebridade. O particular tornou-se universal. Porque postamos? Cada um irá dar uma resposta a esta questão. Postamos para não ficarmos de fora da mod
Que assim seja! Eterna Paz Como é bom adormecer Com a consciência tranquila As chuteiras penduradas Depois do dever cumprido Despertar num mundo livre E despoluído Onde tudo é só amor... (Martinho da Vila) O que quer que seja que te faz bem... que seja de todas as cores, formas e de todos os muitos sentidos de que pode transparecer. De todos os desejos... que sobressaia a Paz, ainda que em opostas vontades, sejam elas simples ou banais, extremas ou complexas, pois da oposição pode surgir o consenso ou a alternativa que faltava a persistentes expressões. Que seja ansiada em suas tantas cores e nuances, refletindo espectros de infinitos raios de gentileza e compaixão, buscada em suas crenças e partilhada por sentimentos que vão além da simplória compreensão cotidiana. Ampliada, através dos espaços e permeada em múltiplos tempos ou em cada tempo subjetivo, para que se possa conceber seu significado nos desejos entremeados de conexões sutis de entendimentos. Contemplada
Nietzsche: platonismo, cristianismo e amor fati* "E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música" (F. W. Nietzsche). Há alguns que desconsideram Nietzsche como filósofo pelo fato deste criticar a filosofia. Mas, se há uma característica típica da filosofia, essa está em ela ser crítica de si mesma e constantemente se colocar em questão. Desse modo, Nietzsche é de fato filósofo quando filosoficamente põe em cheque a história do pensamento ocidental em sua base. A partir disso, qual é a crítica desse filósofo ao pensamento ocidental? Primeiramente precisamos ver como geralmente os manuais de filosofia – introduções, textos de história da filosofia, etc. – tratam o suposto avanço que o pensamento filosófico legou para o Ocidente. Em geral nos é apresentado uma passagem do Mito ao Logos, do discurso elucidado pela “fantasia” ao desenvolvido pela elaboração explicativa racional. Sócrates, até muito mais do que os que o
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXIII* Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando d
Fases* Estive escondida dentro de mim Vi e percebi muitas coisas, algumas boas e outras medonhas... Fiz uma enorme faxina existencial Sinto-me leve novamente, vibrante e feliz. Sim! Sou otimista demais! Não posso negar minha natureza, sinto a pureza das crianças, o barulho das gargalhadas descompromissadas... Sinto, sinto e sinto muito por incomodar por meu sentir demais. Exagerada no sentir, intensa no viver, colorida ao me expressar Pequena na estatura mas enorme nos atos. Quanto aos anseios me acalmo mais O tempo de vivência traz muita tranquilidade! Não sei certo o quanto mudei, porém, sei que muito se transformou aqui dentro do peito! Morri e renasci várias vezes em pouco tempo... Descobri que a coragem é mais sábia do que o medo, ouso me arriscar para ser quem sou! Correta, coerente? Não sei responder... Sigo em paz! A verdade é minha saga, que se inicie por mim, então. *Vanessa Ribeiro Filósofa, matemática, atriz, dançarina, estudante de filosofia clí
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXII* Fazer 30 anos QUATRO pessoas, num mesmo dia, me dizem que vão fazer 30 anos. E me anunciam isto com uma certa gravidade. Nenhuma está dizendo: vou tomar um sorvete na esquina, ou: vou ali comprar um jornal. Na verdade estão proclamando: vou fazer 30 anos e, por favor, prestem atenção, quero cumplicidade, porque estou no limiar de alguma coisa grave. Antes dos 30 as coisas são diferentes. Claro que há algumas datas significativas, mas fazer 7, 14, 18 ou 21 é ir numa escalada montanha acima, enquanto fazer 30 anos é chegar no primeiro grande patamar de onde se pode mais agudamente descortinar. Fazer 40, 50 ou 60 é um outro ritual, uma outra crônica, e um dia eu chego lá. Mas fazer 30 anos é mais que um rito de passagem, é um rito de iniciação, um ato realmente inaugural. Talvez haja quem faça 30 anos aos 25, outros aos 45, e alguns, nunca. Sei que tem gente que não fará jamais 30 anos. Não há como obrigá-los. Não sabem o que perdem os qu
Acaso versus Sincronia* Querido leitor, que você esteja em paz. Você já parou para pesquisar a quantidade de invenções, verdadeiros avanços para nossa humanidade, que foram descobertas e inventadas por acaso? E que, às vezes uma frase, uma ideia, um livro pode contribuir muito com as pessoas, as organizações e até salvar um emprego? Atrás da minha mesa de trabalho, em meu escritório, há um painel com frases de pensadores que me foram muito úteis no passado. Algumas delas já não me fazem tanto sentido, outras, nenhum sentido, mas há algumas que me são atualíssimas. “Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável”, de Sêneca, é um exemplo dessas frases atuais. Ela pode significar algo extremamente importante para uma pessoa, para uma organização, na medida em que foca no seu propósito, no seu objetivo, em seu norte. É uma frase feita, mas para alguns, ainda tem seu valor. Imagine um planejamento estratégico de uma determinada empresa: um grupo de pr
Contextos* No palco da vida lágrimas se tornam sorrisos e dores se despedem de dias sem fim palavras eternizam saudades e silêncios revelam mistérios perdidos nos textos de velhos contextos em pretéritos de outros tempos e estações nas luzes que se apagam de um velho espetáculo as esperanças reacendem as luzes de novas manhãs que nos poentes de outras histórias são reescritas com as tintas de versos nascidos da inspiração semeada nos quintais de outros palcos e que renascem a cada instante para a vida sempre nova no amor original de singulares expressões *Pe. Flávio Sobreiro Poeta, filósofo clínico Cambuí/MG
A lua ceifadora* Cá está ela, a Lua da Morte. E, mais uma vez, a magia dessas luas pode ser comprovada. Saturno em Escorpião, neste 2012, e no período anual em que a Vida e a Morte bailam de forma intensa. É hora das finalizações. Ainda não estamos com satisfatória consciência do que Saturno faz no signo de Scorpion, mas sentimos já intensa e até melancolicamente sua presença, já que Netuno também está lá junto dando a sua tônica. A Lua da Entrega, do ciclo lunar anterior, provocou alguns novos, intensos ou difíceis estados emocionais. Estados diferentes, transformadores, quando muita coisa mudou. E agora deve-se assumir tais finalizações e concretizá-las. Este passado recente favoreceu a ampliação da nossa consciência. Tempo da carta do Pendurado, esse tempo sem tempo, momento por excelência do espírito! Gerou sensações, em muitos momentos, de que o “mundo parou”. Mas o contrário ocorreu, foi dali que o recomeço esteve propício com nova e maior abertura da nossa percepção.

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