Direito ao Delírio*
Querido leitor, paz! Hoje vamos refletir sobre um artigo do uruguaio, prêmio Nobel da Paz, Eduardo Galeano.
Intitulado “Direito ao Delírio”, o artigo, que é originalmente apresentado de viva voz em um programa de televisão na Espanha, atravessa o mundo em diversos idiomas. Ele escrevia justamente na virada do milêncio, do século XX para o XXI e focava esperanças para o novo milênio que se apresentava.
Existem coisas que são irretocadas. Este artigo é uma delas. Não vou lê-lo na íntegra, pois tomaria mais tempo que este programa tem, mas vou resumi-lo, tomando o cuidado de manter a sua originalidade. Ele diz assim:
“Nasce o novo milênio. Nada de levar a questão muito a sério. Embora não possamos adivinhar o tempo que vai ser, nós temos pelo menos o direito de imaginar o que nós queremos.
Em 1948 e 1976, as Nações Unidas proclamaram extensas listas de direitos humanos, mas a grande maioria da humanidade só tem o direito de ver e não ouvir. Então, que tal começarmos a exercer o direito de sonhar? Que tal nos delirarmos um pouquinho?
No próximo milênio o ar estará limpo de todo veneno. O televisor deixará de ser o membro mais importante da família. As pessoas trabalharão para viver, em vez de viver para trabalhar.
Os economistas não chamarão nível de vida o nível de consumo, nem chamarão qualidade de vida a quantidade de coisas. Ninguém será considerado herói ou tolo só porque faz aquilo que acredita ser justo, em vez de fazer aquilo que mais lhe convém.
A comida não será uma mercadoria, nem a comunicação um negócio, porque comida e comunicação são direitos humanos. A educação não será um privilégio apenas de quem possa pagá-la. A polícia não será a maldição daqueles que não podem comprá-la. A justiça e a liberdade, irmãs siamesas condenadas a viverem separadas, voltarão a juntar-se, bem unidas ombro com ombro. E os desertos do mundo e os desertos da alma serão reflorestados”.
Sonhar, delirar, ter devaneios. Por que não, se em algumas ocasiões o sonho é o prenúncio da realidade?
É assim como Eduardo Galeano sonhava este novo milênio. E você, como sonha este novo tempo?
*Beto Colombo
Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC
Criciúma/SC
Querido leitor, paz! Hoje vamos refletir sobre um artigo do uruguaio, prêmio Nobel da Paz, Eduardo Galeano.
Intitulado “Direito ao Delírio”, o artigo, que é originalmente apresentado de viva voz em um programa de televisão na Espanha, atravessa o mundo em diversos idiomas. Ele escrevia justamente na virada do milêncio, do século XX para o XXI e focava esperanças para o novo milênio que se apresentava.
Existem coisas que são irretocadas. Este artigo é uma delas. Não vou lê-lo na íntegra, pois tomaria mais tempo que este programa tem, mas vou resumi-lo, tomando o cuidado de manter a sua originalidade. Ele diz assim:
“Nasce o novo milênio. Nada de levar a questão muito a sério. Embora não possamos adivinhar o tempo que vai ser, nós temos pelo menos o direito de imaginar o que nós queremos.
Em 1948 e 1976, as Nações Unidas proclamaram extensas listas de direitos humanos, mas a grande maioria da humanidade só tem o direito de ver e não ouvir. Então, que tal começarmos a exercer o direito de sonhar? Que tal nos delirarmos um pouquinho?
No próximo milênio o ar estará limpo de todo veneno. O televisor deixará de ser o membro mais importante da família. As pessoas trabalharão para viver, em vez de viver para trabalhar.
Os economistas não chamarão nível de vida o nível de consumo, nem chamarão qualidade de vida a quantidade de coisas. Ninguém será considerado herói ou tolo só porque faz aquilo que acredita ser justo, em vez de fazer aquilo que mais lhe convém.
A comida não será uma mercadoria, nem a comunicação um negócio, porque comida e comunicação são direitos humanos. A educação não será um privilégio apenas de quem possa pagá-la. A polícia não será a maldição daqueles que não podem comprá-la. A justiça e a liberdade, irmãs siamesas condenadas a viverem separadas, voltarão a juntar-se, bem unidas ombro com ombro. E os desertos do mundo e os desertos da alma serão reflorestados”.
Sonhar, delirar, ter devaneios. Por que não, se em algumas ocasiões o sonho é o prenúncio da realidade?
É assim como Eduardo Galeano sonhava este novo milênio. E você, como sonha este novo tempo?
*Beto Colombo
Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC
Criciúma/SC
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