Eis que temos aqui a
Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos
nem linguagem
específica, não respeita
sequer os limites do
idioma. Ela flui, como um rio.
como o sangue nas
artérias,
tão espontânea que nem
se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão
elaborada -
feito uma flor na sua
perfeição minuciosa,
um cristal que se
arranca da terra
já dentro da geometria
impecável
da sua lapidação.
Onde se conta uma
história,
onde se vive um
delírio; onde a condição humana exacerba,
até à fronteira da
loucura,
junto com Vincent e os
seus girassóis de fogo,
à sombra de Eva Braun,
envolta no mistério ao mesmo tempo
fácil e insolúvel da
sua tragédia.
Sim, é o encontro com a
Poesia.
*Rachel de Queiroz
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