A louca que passa
Deixou na vidraça
Um olhar que no fundo
Tem muita desgraça.
Será minha mãe
A pobre da louca
Que nada mais tendo
Conserva a ternura?
Será minha noiva
Que louca ficou
Depois que parti
No barco da guerra?
Será minha filha
A louca do bairro
Que a vida judiou
Depois que morri?
Ou foi a poesia
Que a louca bebeu
Que lhe deu esse ar
De ser doutro mundo?
*Prado Veppo.
Comentários
Postar um comentário