Assim é que elas foram
feitas (todas as coisas) —
sem nome.
Depois é que veio a
harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor
caíam no mar.
A voz se estendeu na
direção da boca.
Caranguejos apertavam
mangues.
Vendo que havia na
terra
Dependimentos demais
E tarefas muitas —
Os homens começaram a
roer unhas.
Ficou certo pois não
Que as moscas iriam
iluminar
O silêncio das coisas
anônimas.
Porém, vendo o Homem
Que as moscas não davam
conta de iluminar o
Silêncio das coisas
anônimas —
Passaram essa tarefa
para os poetas.
*Manoel de Barros
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