"(...) não existem ciências exatas, nem mesmo a matemática, livres de ambiguidades, de erros, de negligências. O valor da poesia está no seu paradoxo, o que a poesia diz é aquilo que não é dito"
"(...) Para um escritor a palavra escrita é a realidade"
"As grandes histórias de amor vividas por nós escritores raramente são escritas. As histórias de amor que podem ser contadas são as medíocres"
"O escritor deve ser essencialmente um subversivo e a sua linguagem não pode ser nem a mistificatória do político (e do educador), nem a repressiva, do governante"
"(...) A nossa linguagem deve ser a do não-conformismo, da não-falsidade, da não-opressão. Não queremos dar ordem ao caos, como supõem alguns teóricos. E nem mesmo tornar o caos compreensível"
"A poesia, a arte enfim, transcende os critérios de utilidade e nocividade, até mesmo o da compreensibilidade. Toda linguagem muito inteligível é mentirosa"
"(...) Janzen, além de dizer que descobriu as leis acústicas de Stradivarius, afirma que o violino passa por várias crises, verdadeiras variações evolutivas, antes de adquirir sua maturidade (...) Um violino, diga-se, só atinge a sua melhor potencialidade após sessenta anos de vida (...)"
"Lembra Levy Strauss: 'De fato não estou muito otimista em relação ao futuro de uma humanidade que se reproduz tão rapidamente que se tornou uma ameaça para a sua própria sobrevivência'"
*Rubem Fonseca in "Bufo & Spallanzani". Ed. Francisco Alves/RJ. 2001.
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