A Filosofia Clínica, em uma nova abordagem terapêutica, é a filosofia acadêmica adaptada à prática clínica, à terapia. Não trabalha com critérios médicos, com remédios ou com tipologias na construção de uma proposta terapêutica cujo objeto é buscar o bem-estar do ser humano.
O instrumental da
Filosofia Clínica divide-se em três partes: os Exames Categoriais, a Estrutura
de Pensamento e os Submodos. Nos Exames Categoriais, primeiro momento da
clínica, através da historicidade, o filósofo clínico situa existencialmente a
pessoa colhendo todas as informações de sua vida, desde as suas recordações
mais remotas, até as informações de suas vivências mais atuais.
O material colhido, na
história da pessoa atendida – que em Filosofia Clínica é chamada de partilhante,
justamente pela condição de ser alguém com quem o filósofo compartilha momentos
da existência -, é a base para o desenvolvimento do processo terapêutico. A
partir desses dados, num segundo momento, são verificados os tópicos da
Estrutura de Pensamento da pessoa, as relações e os choques entre eles.
Posteriormente, no processo terapêutico, entram os Submodos, que são a forma
como o conteúdo da estrutura de pensamento é expresso.
Os Submodos são
utilizados pelo filósofo clínico para trabalhar as questões principais da
pessoa. Nesse trabalho terapêutico o filosofo clínico é, antes de tudo, um
amigo disposto a ouvir e a dialogar, comprometido eticamente com a busca do
bem-estar subjetivo de quem o procura.
O funcionamento interno
de cada pessoa que se processa num centro identificado como Estrutura de
Pensamento é singular e único. Por isso, a Filosofia Clínica considera cada
pessoa um mundo único no seu ambiente existencial.
*Lúcio Packter
**Filósofo. Escritor.
Pensador da Filosofia Clínica. Até o ano de 1995, quando da abertura do
Instituto Packter em Porto Alegre/RS, não se sabia de nenhuma iniciativa
prática da filosofia como clínica. Ainda hoje, o que se tem: aconselhamentos,
coaching, cafés filosóficos..., todas bem vindas, ainda que - radicalmente -
distantes da abordagem metodológica inaugurada por Lúcio Packter, quando de seu
regresso de Edimburgo (início dos anos 1990).
Comentários
Postar um comentário