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Descuidos*

Quatro gotas de poesia Três vezes ao dia Ou sempre que necessário... Poesia em cápsulas Poesia em conta-gotas Chazinho com poesia Poesia em doses homeopáticas Acupuntura de poesia Poesia com massagem Para curar qualquer mal. Mas já vou avisando Que amar não é fácil Quase é quase como uma dor Saudade é a alma da gente Dizendo para onde quer voltar. O primeiro amor passou Passou o segundo amor O terceiro amor passou ................................... Passaram, se foram Mas em mim nenhum deles passou Pois meu coração continuou. Quem sabe algum dia Por um descuido da vida Ou por pura poesia Você goste de mim..... *Jose Mayer Filósofo. Livreiro. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre-se/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"As máscaras pós-modernas estão sob influência. Influência de coisas, de problemas ancestrais. Traduzem a força impessoal que, de forma subterrânea, vem de muito longe, e às vezes se exprime à luz do dia." "No caso, a adesão aos totens coletivos parece-me traduzir um (re)conhecimento de si como resultado de um devir. Todos estamos na estrada. A realidade é estruturalmente impermanente." "Trata-se na realidade de uma dialética específica, que poderíamos qualificar de alquímica, na qual o mesmo e o outro estão constantemente dialogando, num andamento sobressaltado, para formar um corpo social intenso que dura só um instante." "Só existe autêntica 'inteligência' se soubermos ligar os diferentes aspectos, as múltiplas máscaras da pessoa plural." "Nunca será demais insistir na misteriosa alquimia que existe entre a pessoa e seu ambiente comunitário. Essa interação, a subjetividade de massa em seus múltiplos fenômenos, t

Apesar e Por causa de*

Apesar de tudo que aconteceu. Dos defeitos, dos erros, do medo, das incoerências, contradições, incertezas. Apesar de você, apesar de mim, apesar dos outros, apesar de todos, ainda assim, te amo. É possível amar apesar de tantas impossibilidades ou o amor precisa ser politicamente correto? E se o afeto verdadeiro for algo mais alternativo, não tão equilibrado, que envolva um certo choque e rompa a etiqueta? Que sentimento é este, difícil de definir, de aplicação muito ampla e quase sempre utilizado de maneira ambígua e leviana? Algumas pessoas se curam por amor, outras adoecem. Alguns decidem morrer por amor, outros matam.  Alguns fazem mágica com o amor, mostrando um pouco dele para logo depois o fazer desaparecer. Como conseguem realizar isso? Alguns jamais  conhecerão o amor, outros se confundirão e raríssimos o desfrutarão por toda a vida.   Embora muitos jamais o alcancem ou reconheçam, o amor é uma necessidade tão básica e vital para o ser humano quanto comer e b

Fragmentos Filosóficos, Poéticos, Delirantes*

"Feitiçaria é o mundo onde as palavras têm poder. O feiticeiro fala e a palavra, sem o auxílio das mãos, realiza o que diz. Deus diz 'Paraíso!', e um jardim de delícias aparece. A bruxa diz 'Sapo!' e o príncipe se transforma em sapo. Outro é o mundo da técnica e da ciência: ali as palavras não têm poder. As palavras podem ser ditas à vontade que nada acontece." "O mundo humano é construído com palavras. Como dizem os textos sagrados: 'No princípio de todas as coisas está a palavra...' E, à semelhança da aranha, é dentro do corpo que a palavra é gerada. É ali, no caldeirão mágico do corpo, que se processa a transformação alquímica de palavras em carne." "Um jantar é um ritual mágico. Seu propósito é realizar o sonho do alquimista, a transubstanciação universal de todas as coisas." "'A ciência normal', diz T. S. Kuhn, 'não procura nem novidades de fato nem de teoria. Quando é bem sucedida, ela não encon

"... 'é assim pra mim': mazelas de um relativismo deturpado ..."

Certamente, você já se deparou com um interlocutor que encerra a discussão com a violenta afirmação: "É assim pra mim!", fechando a possibilidade de qualquer diálogo. Interessantemente, muitos de tais interlocutores defendem sua postura "democrática", afirmando que "é assim para ele", e se não "é assim para você", ele respeita. Em nome do respeito e da democracia, esse interlocutor encerra violenta e autoritariamente a conversa, sem que os argumentos existentes para a aceitação ou recusa de uma determinada ideia ou proposta venham a ser expostos e examinados. Alguns filósofos clínicos têm defendido esta forma como a "verdadeira filosofia", professando um relativismo deturpado e abandonando a postura filosófica de suspensão de juízos e investigação. Parece que tal incompreensão do que venha a ser filosofia é derivada de uma leitura equivocada e descontextualizada de trechos de citações de alguns filósofos. Alerto o leitor qu

Numa cidade distante*

Tem mais de quarenta anos, e pela primeira vez viaja ao exterior, cheia de incertezas. A vontade mesmo era ficar no conforto dos objetos familiares e da vida previsível cujos contornos às vezes pareciam se estreitar demais. Vai num grupo de trabalho, mas no hotel e em algumas atividades está sozinha. Uma tarde vê-se obrigada a atravessar sem companhia a cidade desconhecida: dá os primeiros passos repetindo mentalmente o roteiro, segura a bolsa como se fosse a bússola de sua alma. Ao seu redor fragmentos de frases no idioma estrangeiro que ela entende mais ou menos, os cheiros e cores diferentes. O sol incide sobre todas as coisas de uma forma nova. Então é tomada de euforia: está num país remoto, numa cidade desconhecida, consegue andar e orientar-se - e não sente medo. É uma alegria inquietante para ela, que nunca imaginou sentir-se tão bem e contente longe da casa e da família. Antes, isso lhe pareceria uma traição. Agora, caminhando no chão do imprevisível, começa

Vida de Menina*

Com fresca e fina flor nos cabelos ao vento Caminha sem amanhã e vai. Indo de flor em flor, desabrocha sua vida Como um botão de rosa ruboroza E se enche do mel que o frescor da brisa traz. De forma graciosa caminha ao léu Na direção que não sabe se leva ao céu. De graciosas formas, esguias e esbeltas, Ergue-se em frente e para a frente Como se caminhasse por sobe estrelas. Tendo os céus a seus pés, segue. E como se não houvesse mais nada a perder, Invade as vias de campos floridos e arborizados, Caminhando decidida a empodeirar-se de si mesma. Já consigo em rédeas curtas e curtindo, Consegue se encher de vida, Se enche de alegria e de verdade. Encara de frente as frustrações! Avança por sobre tudo que deve avançar! Recua, calcula, prevê o imponderável, E carrega nos ombros a esperança e a sabedoria. Queixo elevado e olhos altivos, passo firme, Com o futuro no agora, trazido a cabo, com rédeas curtas, Visualiza aquilo que ninguém mais

Fragmentos Filosóficos, Poéticos, Delirantes*

"Desejo apenas, querida, peregrinar por tua alma, percorrê-la até o âmago, até o lugar onde ela se torna um templo. E lá quero erguer a minha nostalgia como uma custódia, que há de se elevar até a tua magnificência. Este é o meu desejo." "Nestes dias de criatividade, sinto como os invólucros abandonam as coisas, como tudo se envolve numa atmosfera de confiança, sem quaisquer disfarces. Os momentos criativos são como crepúsculos vespertinos após carregados dias de verão." "E agora, em meio ao perfume desta imensidão azul, aproveito os dois ou três dias que ainda passarei antevendo em sonhos o reencontro contigo, para continuar a relatar-te o esplendor destes dias que estou vivendo aqui, em um país estrangeiro. Cada vez mais estou convencido de que não me refiro às coisas, e sim àquilo que elas fizeram de mim." "(...) Ele permanece pobre, porque é incapaz de revelar a um confidente a existência dos seus tesouros, e segue solitário por não

Meu amor*

a poesia passou por aqui recitou seus versos de presente trouxe as estrelas e de lua me encantou contou-me secretamente que lhe entregaria ternuras e carinhos porque o que vale é Amar *Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Filósofa Clínica. Escritora. Poeta. Juiz de Fora/MG

Fragmentos Filosóficos, Literários, Delirantes*

"Pessoas que encontram partes preciosas de si não em outras pessoas, mas em livros" "Para que mais alguém lê um livro, senão para se transformar ?" "Também quando leio Clarice (Lispector), pensei, tenho esta impressão. Os livros de Clarice são duros de ler. São incômodos e, até, desagradáveis. Suas ficções me submetem, me tiram do sério - me interpretam. Não sou eu que as leio, elas sim me leem, e isso me desnuda. Os livros de Clarice Enervam, esgotam, perturbam." "Ser capaz de ouvir, e de suportar a presença imprevista do outro, as surpresas que nos oferece, a desarmonia de suas ideias. Chegar de mãos vazias e aceitar o que me dão. Entregar-me, em vez de esperar que o outro se entregue. Desarmar-me, ainda que seja para encontrar o que não desejo encontrar.! "Nada se assemelha ao contato silencioso e misterioso, mas intenso, que liga o leitor a um livro." "Houvesse uma sincronia perfeita entre o grande livro e o g

A escuta das palavras*

                                                      A palavra, em deslocamento por seus muitos territórios, também busca uma legibilidade para sua escuta escutando-se. Aptidão rara em meio as ditaduras da semiose verbal. Ao conviver sempre no mesmo lugar, ainda que em línguas diferentes, é excepcional vivenciar as dialéticas da aventura.     Em um mundo apropriadamente imperfeito, pode ser indizível, ao dicionário conhecido, encontrar o melhor para si. Essa suspeita se insinua nas possibilidades do instante perfeito nas entrelinhas da imperfeição. Essa transgressão da zona areia movediça de conforto existencial, se aproxima de um mundo razoável e suas contradições. Assim pode acolher e dialogar com a mutante medida de todas as coisas em cada um.    Ao destacar o viés dessas poéticas da irreflexão, se esboça uma negação de que tudo já foi dito, pensado, tentado. Nele um espaço desconhecido se abre como proposta. Talvez a escola, ao ensinar a ler e escrever, també

Se eu fosse um padre*

Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões, não falaria em Deus nem no Pecado - muito menos no Anjo Rebelado e os encantos das suas seduções,   não citaria santos e profetas: nada das suas celestiais promessas ou das suas terríveis maldições... Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,   Rezaria seus versos, os mais belos, desses que desde a infância me embalaram e quem me dera que alguns fossem meus!   Porque a poesia purifica a alma ... a um belo poema - ainda que de Deus se aparte - um belo poema sempre leva a Deus! *Mário Quintana

Faça com Excelência*

 “O que merece ser feito merece ser bem feito”, escreveu Nicholas Pausin. Porém, o que vemos é que a maioria das pessoas vive fazendo as coisas pela metade. A justificativa é sempre a mesma: isso é insignificante, eu não dei tanta importância, eu fiz essa tarefa por cortesia, nas minhas horas de folga, foi um favor que fiz. Para mim, essa é a armadilha na qual muitos executivos caem cotidianamente: projetos mal elaborados, mal executados e por aí vai. Minha dica é: não caia na armadilha de fazer algo mal feito, mesmo que seja por cortesia. A imagem que fica é a do desleixo. Seu trabalho é sua “marca” e ela será sua propaganda durante muito tempo. Então, faça da melhor forma possível, nunca deixe margem para falarem do seu trabalho de forma negativa. Lembre-se de Picasso. Sua assinatura está nas suas obras. Pinturas famosas você encontra a todo momento no mercado, mas Picasso é Picasso. Fazer com excelência é uma questão de postura. É só estabelecer um pacto consigo mes

Fragmentos Filosóficos, Poéticos, Delirantes*

"Eu nunca guardei rebanhos, Mas é como se os guardasse. Minha alma é como um pastor, Conhece o vento e o sol E anda pela mão das Estações A seguir e a olhar Toda a paz da Natureza sem gente Vem sentar-se ao meu lado. Mas eu fico triste como um pôr-de-sol Para a nossa imaginação, Quando esfria no fundo da planície E se sente a noite entrada Como uma borboleta pela janela. Mas a minha tristeza é sossego Porque é natural e justa E é o que deve estar na alma Quando já pensa que existe E as mãos colhem flores sem ela dar por isso. Como um ruído de chocalhos Para além da curda da estrada, Os meus pensamentos são contentes. (...) Pensar incomoda como andar à chuva Quando o vento cresce e parece que chove mais. Não tenho ambições nem desejos. Ser poeta não é uma ambição minha. É a minha maneira de estar sozinho. (...) Quando me sento a escrever versos Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos, Escrevo versos num papel que está no meu pensamento, Si

Pedacinhos de si mesmo*

Era assim... Seu tempo era demorado. Silenciava e olhava para um lugar perdido. Quando perguntado dizia: - Sou assim... Havia prometido, mil vezes, ser um bom menino. Mas dentro dele alguma coisa andava na direção oposta. Era da sua natureza ser sem rumo. Viver e amar sem destino. Um caos interno fazia sua estrela brilhar mais forte. O tempo havia lhe ensinado paciência. O que passou, tinha que passar. O que ficou, ficará até que chegue a sua hora. Afinal, o que custa viver, e esperar uma vida inteira? -Sou assim .... - dizia sempre que perguntado. Trazia uma gentileza no olhar. Coisas que só ele fazia como fazia. Pedia desculpas pelo espaço dos outros que ocupava. Desculpava-se antecipadamente por uma ofensa recebida. Pelo rumo do vento que batia nele. Pelo raio de sol que impedia de passar. Agradecia por tudo. Era grato a quem o amava. E aos amores quando estes partiam , desculpava-se e agradecia. Quem o conhecia, dizia: -Deixa ele. Ele é assim me

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