Se conhecer faz toda a diferença, pois é isso que nos permite não mais nos demorarmos tanto onde persistir é uma tarefa em vão. E curiosamente, é o fenômeno do autoconhecimento que nos dá poder e lucidez suficientes para deixar passar algumas circunstâncias ou recomeçar sempre que estivermos num caminho ruim ou que já não faz mais sentido, sobretudo, porque o seu lugar já é no passado. Somente o autoconhecimento nos liberta e nos ensina a dizer não quando é preciso doa a quem doer comova a quem comover. É pelo autoconhecimento que descobrimos a fundo o valor de compreender que tudo que nos tira a paz não merece durar ao nosso lado mais do que o tempo mínimo e inevitável. Enfim, se conhecer é fundamental demais porque é isso que melhor nos faz conhecer tão bem qualquer pessoa e sair tranquilamente de mãos dadas na direção de tudo que realmente importa, desde se ausentar em paz de um restaurante quando o menu não nos agrada até mesmo escolher conscientemente partir, tolerar ou se manter ...
A noção de linguagem que Wittgenstein apresenta nas suas Investigações Filosóficas, cuja concepção é a de que o significado das palavras depende de seu uso na linguagem, em Filosofia Clínica se traduz como um dos princípios dos cuidados de que deve ter o filósofo clínico na sua atividade clínica, nas acolhidas existenciais a que se dispõe, e que, adversamente às técnicas tradicionais da psiquiatria ou das psicologias tradicionais - que não fazem senão hermenêutica sobre o discurso ou expressividade do indivíduo - permitirá guardar o sentido mais original da palavra no contexto discursivo do sujeito, ou seja, respeitando ou limitando-se a entendê-lo a partir e à medida de um sujeito em seu território. Sendo um projeto único, permite-se acessar todo um vocabulário, recheado de significados singulares para cada expressão de sua semiose. Aquilo a que chamou “jogos de linguagem” refere-se, segundo o próprio Wittgenstein, aos vários usos das palavras e ao conjunto das atividades com as quais...