Um sinal teu busco em
todas as outras,
no brusco, ondulante
rio das mulheres,
tranças, olhos apenas
submergidos,
pés claros que resvalam
navegando na espuma.
De repente me parece
que diviso tuas unhas
oblongas, fugitivas,
sobrinhas de uma cerejeira,
e outra vez é teu pelo
que passa e me parece
ver arder na água teu
retrato de fogueira.
Olhei, mas nenhuma
levava teu latejo,
tua luz, a greda escura
que trouxeste do bosque,
nenhuma teve tuas
mínimas orelhas.
Tu és total e breve, de
todas és uma,
e assim contigo vou
percorrendo e amando
um amplo Mississipi de
estuário feminino.
*Pablo Neruda
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