“O esquecimento do
esquecimento não dá oportunidade apenas às encenações realistas, ele é
essencial a qualquer metafísica: ao esforçar-se por apresentar a própria coisa,
fundamento último, Deus, ser, a metafísica esquece-se de que a presença é
ausente. Ter tudo presente é a bulimia do pensamento ocidental.”
Jean-François Lyotard
A escritura é o
fortalecimento e também poder ser o que se esquece durante o passar do tempo. O
tempo aqui como conceito diante do que é visto, do que tem diante dos olhos.
Tanto faz olharmos por através da vidraça ou mesmo diante de um real
supostamente dito, dentro do mesmo espaço, porque o imaginário criado nisso
tudo é como o fogo que une o todo.
O que estava separado,
o que estava distante acaba se unindo nas chamas. A escritura tem um pouco
disso, mas se diferencia por sua unidade de ser, por sua fonte longe do
imortalizado, é como Lyotard falou de Beckett que fez a “assinatura sofrer”, e
ao longe – tudo tem a clareza e distância, dependendo dos limites próximos e da
trajetória, olhamos os traços da escritura como quem se impressiona. Por vezes,
no estranhamento, como se nada existisse além do que estamos vendo, mas para
alguns nada é mais clarividente do que historicamente está estabelecido.
*Prof. Dr. Luis Antônio Gomes
Editor Sulina
Porto Alegre/RS
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