Foi aos poucos que tudo
se represou e por um tempo persistiu contido. Em contrapartida, foi de repente
que as barreiras todas ruíram fazendo tudo transbordar até que um dia com as
minhas próprias mãos, eu levantei uma cerca, a pintei de branco e ela logo caiu.
Percebi rapidamente que
o branco era um bando insustentável e injusto. Confesso que primeiro me
frustrei, depois, me recompus organizando tudo pouco a pouco, passo a passo e
cautelosamente construí um muro dessa vez e o deixei da cor da terra. Mas bastaram
alguns temporais para ele também cair.
Então, depois de muita
preparação e muito trabalho duro dentro das delimitações daquele mundo tão
singular e comum ao mesmo tempo, eu decidi que dessa vez deveria erguer uma
grande e poderosa barreira. E reuni ali arduamente todos os recursos mais
sólidos e seguros possíveis.
Ocorre que a barreira
também se rompeu e tudo se espalhou para muito além da envergadura do mundo que
até então eu conhecia como provável. E foi somente depois que tudo se acalmou
que eu pude compreender que era impossível conter essa torrente chamada poesia.
Finalmente, foi a
partir daí que eu me aceitei e passei a me sentir inteiramente responsável por
aquilo que sou agora; me converti num ser plenamente engajado, disposto e capaz
de tocar e ser tocado até porque ninguém consegue sair ileso de um
relacionamento. Musa!
Prof. Dr. Pablo Mendes
Educador. Poeta.
Filósofo Clínico.
Uberlândia/MG
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