Entendo que seja a de tornar acessível, por meio da linguagem, uma ordem das coisas - isto é: revelar uma região ontológica.
* * *
Boa parte do que fazem os
professores universitários de filosofia - e é assim em todo o mundo, mas muito
especialmente no Brasil - é, essencialmente, comentário sobre a obra de um
filósofo. De fato, o comentarismo filosófico é um exercício muito útil, e mesmo
necessário. Contudo, comentar a obra de um filósofo não é filosofar. A
filosofia é outra coisa.
* * *
Afinal, os textos de um
filósofo podem dar acesso à filosofia, mas a filosofia não está nesses textos.
* * *
A filosofia é uma
atividade integral do homem. Ela mobiliza o ser inteiro. Não está nos livros
dos filósofos. Não está em livro nenhum. Os livros, em si, não são filosóficos:
eles são papel e tinta. Quando alguém os lê e entende, acessa uma região
anteriormente ignorada da realidade – mas não compreende "a"
filosofia. Ela não diz respeito a um conjunto de textos: ela diz respeito à
própria existência.
*Prof. Dr. Gustavo
Bertoche
Filósofo. Escritor.
Musicista. Filósofo Clínico.
Teresópolis/RJ
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