Você pode escolher
entre uma relação estável morna e convencional, ou uma relação estável quente e
fora do normal. Você pode até se orgulhar de ser de alguém.
Pode escolher passar a
vida toda frustrado sexualmente com o seu parceiro, procurando aventuras fora
do casamento ou ser alguém sorridente, seguro e fora do padrão chulo de
comportamento que norteia a vida dos casais pela história de todos os tempos.
Conhecer uma pessoa,
saber sobre seu caráter, transar com ele quase que de primeira, adorar fazer isto
com ele e depois ir descobrindo motivos que te façam permanecer ou não na
relação, propõe entendimento e felicidade a dois.
Ou conhecer alguém,
negar a atração física, dificultar o momento da transa se fazendo de difícil,
passar meses descobrindo sobre os benefícios que terá a partir de uma relação
estável, pensar que se apaixonou e se envolver apresentando ele para todo o seu
circulo social e familiar e quando for para cama com ele – meu Deus – pensar
como vai passar o resto da vida fazendo aquilo.
A base de um bom
relacionamento para a vida toda pode estar fundamentada no entendimento sexual
do casal sim. E muitos casamentos coroados de insatisfações escusas que levam a
desentendimentos intermináveis e a traições, com certeza estão em deficit de um
bom sexo.
A verdade é que as
pessoas se relacionam por muitos motivos, se unem por conveniência, por
convencionalismo social e por interesses de diversas ordens, como status social
e econômico que podem vir a ter ao lado do parceiro e, cegos por seus objetivos,
não dão a devida atenção ao sexo e ao papel que ele representa em suas vidas.
Tudo bem, se isto é o que importa. Mas, mais tarde, quando o corpo e o coração
acordam e se veem infelizes, com um enorme vazio no peito e sem entenderem
porque estão vivendo ao lado de determinada pessoa.
O pior disso tudo é que
os desentendimentos também não são sinceros. As pessoas não tem coragem de
dizer o que lhes falta de verdade e saem por aí traindo e justificando a
traição mentindo, como sempre fizeram. Não falam que o sexo não é bom. Não
contam de suas frustrações, de suas fantasias sublimadas, de seus desejos.
O sexo que não expande
e que não faz sorrir, onde um fica sempre com vontade de mais alguma coisa e
não tem coragem de pedir ao parceiro que faça, normalmente faz com que a
relação não ande bem. E as pessoas mentem para o companheiro e para si
próprias, o que é pior. Acusam o parceiro de tudo. De ser ciumento, ser
grosseiro, pão duro, de estarem fora de forma, de serem más mães, antissociais,
nervosos… Quando apenas queriam dizer: Não sou feliz na cama com você. Não
gosto do jeito que você faz. Acho que nunca gostei e agora isso é importante
para mim.
E os sinais são claros.
Frigidez, impotência, inapetência e rejeição além de tristeza, nervosismo,
ganho de peso dentre outras manifestações.
Sexo é algo que rola
bem ou não. Encaixa, acontece de uma forma que você nem acredita, parecendo que
você e a pessoa fizeram aquilo a vida inteira, juntos. Afinidade sexual é isso!
E o triste é que quando isto acontece, as pessoas não prestam atenção. Aquelas
que tiveram coragem, que acreditaram e se lançaram nos braços de alguém bom,
sem pensar no que iria dar, não acreditam e desprezam o que poderia lhes fazer
feliz por muito tempo.
O sexo que a pessoa faz
não diz o caráter que ela tem. Se você tem referências boas de alguém, se sabe
que ela é do bem e que não será capaz de te ferir intencionalmente, tente
começar uma relação pelo sexo e vá aos pouquinhos gostando mais e mais dessa
pessoa. O sexo bom faz com que os parceiros se transformem em pessoas melhores
por não poderem pensar, viver sem aquele que ama. O sexo bom faz fluir a
bondade no casal.
Mania feia a de julgar
o outro pelo sexo que ele faz. Porque pensar que alguém não é digno de conviver
com você porque não resistiu e transou na primeira vez? Acontece. As energias
se movimentam. Nem todo mundo é leviano ou vulgar porque é bem resolvido
sexualmente. Porque é sorridente, descomplicado e de bem com a vida.
Então está bem,
continue em seus prejuízos. Mulher “fácil”, homem “galinha” e por aí vai. Vá se
juntando a alguém socialmente “corretinho” e obscuramente doentio. Isso,
escolha viver de aparências, se apoie em falsas referências. Sabemos quando
estamos entrando numa fria e mesmo assim, movidos pela corrente do entorno nos
deixamos levar. É uma pena.
O que você quer para
você? Como escolher se você nem ao menos se conhece, nem ao menos sabe o que
precisa para ser feliz, não é mesmo? Como escolher se você se acostumou a
buscar no outro, toda a sua felicidade? Não aprendeu dizer não, não aprendeu
dizer sim de verdade.
Mas ainda dá tempo e
pode começar escutando a voz do seu coração. Sensatez e bondade poderão ajudar
nessa hora. Ocorre que temos medo da verdade. Temos medo de sentir alegria e
conviver com ela. Duvidamos que algo ou alguém possa ser tão bom, por ser incomum.
Encontrou alguém
especial que te fez sorrir. Não é bandido? Dê uma mão pro destino. Por favor.
*Jussara Hadadd
Terapeuta sexual, filósofa clínica
Juiz de Fora/MG
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