Sendo apenas humana e
bem levinha, me permito debochar do garanhão malvado do filme 50 Tons de Cinza.
Queridos, ler não li,
não consegui passar do primeiro capítulo, mas não resisti e fui ver através da
sétima arte e comprovar o que de cinza tem naquela estorinha água com açúcar
produzida para vender bilhões de dólares de ilusões acerca de um prazer que
pode servir a uns e aterrorizar a outros. Meu ponto de vista.
Fantasia romântico
erótica que tenta impressionar e causar sensações sem atingir, e de longe, os
contos disfarçados de estórias de amor dos populares, Júlia, Sabrina e Bianca,
vendidos a um real nos sebos da cidade. Minha crítica e não minha verdade.
Tentativa frustrante de
uma versão muito piorada do espetacular: Nove e meia semanas de amor com a
deusa Kim Besinger e o lindíssimo (na época) e mau de verdade, Mickey Rourke. O
cinema que me perdoe, mas roubar até a cena do gelo, foi um papel muito feio.
Plágio ridículo.
O romance, na minha
opinião, propõe apenas mais uma alternativa de prazer dentre as muitas a serem
escolhidas pelo homem e cabe aí, o espaço para o respeito de quem escolhe ser
feliz assim e por isso aprecia e defende a obra de E. L. James. Não é a minha praia
e talvez não seja a de muita gente, mas a verdade é que há quem goste, embora
haja também os pobre de imaginação, os infantis e pouco experientes que
acreditam que a obra arrasa no sexo. Uau!
Sendo apenas humana e
bem levinha, me permito debochar do garanhão malvado do filme 50 Tons de Cinza,
que de malvado não tem nada. Menino traumatizado por abuso sexual na infância,
mimado por uma família despreparada e pelo mercado financeiro onde ele se
alicerça para bancar o machão, daqueles, que mulheres pobre de espírito
consideram tesouro para sustentar suas incompetentes vidas. Elementar,
clássico, básico.
Gray encontra em
Anastasia uma fêmea de verdade escondida na imaturidade e na virgindade que ela
conserva até encontra-lo e cai de quatro. Coitado. A menina gosta da coisa e
não representa. O mocinho se apaixona. Minha percepção.
Bom, não vi o resto.
Não li a trilogia e não sei no que isto vai dar.
Ainda fazendo um
comparativo com o Nove e meia semanas de amor, no final o bandidinho se dá mal,
porque a mocinha que parece ser ingênua é muito inteligente e deixa o rapaz que
se achava, com a peteca na mão, digamos assim.
E no filme atual, quem
já leu tudo me diga: ela também se cansa e vai embora?
Vida real pode ser bem
mais legal. Construam uma própria, descubram do que gostam, sejam autênticos,
gentis, se amem e distribuam amor por aí. Combatam seus complexos e tentem se
tratar de impressões que não permitem que vocês vivam muito bem o dia de hoje e
sigam, amorosamente doando o que tiverem de melhor. Algo de bom certamente lhes
será devolvido.
*Jussara Hadadd
Terapeuta Sexual,
Filósofa Clínica
Juiz de Fora/MG
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