Em toda a parte onde
encontramos uma moral encontramos uma avaliação e uma classificação hierárquica
dos instintos e dos atos humanos.
Essas classificações e essas avaliações são
sempre a expressão das necessidades de uma comunidade, de um rebanho: é aquilo
que aproveita ao rebanho, aquilo que lhe é útil em primeiro lugar - e em
segundo e em terceiro -, que serve também de medida suprema do valor de
qualquer indivíduo.
A moral ensina a este a ser função do rebanho, a só
atribuir valor em função deste rebanho. Variando muito as condições de
conservação de uma comunidade para outra, daí resultam morais muito diferentes;
e, se considerarmos todas as transformações essenciais que os rebanhos e as
comunidades, os Estados e as sociedades são ainda chamados a sofrer, pode-se
profetizar que haverá ainda morais muito divergentes. A moralidade é o instinto
gregário no indivíduo.
*Friedrich Nietzsche
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