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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"O efeito de um livro depende tanto de quem o lê, e do momento em que o lê, quanto do seu conteúdo ou do seu valor próprio"

"A palavra só me interessa quando é o seu contrário de uma proteção: um risco, uma abertura, uma confissão, uma confidência... Gosto de que falem como quem se despe, não para se mostrar, como creem os exibicionistas, mas para parar de se esconder"

"(...) dizia Epicuro: a vida não pára de se ensinar a si mesma, de se inventar a si mesma, até o fim, e a filosofia é apenas uma das formas, no homem, desse aprendizado ou dessa invenção. Portanto é a vida que vale. A filosofia só tem importância na medida em que se põe a serviço dela: é a vida pensada em ação e em verdade"

"(...) não há verdade científica: só há conhecimentos científicos, sempre relativos, sempre aproximados, sempre provisórios, sempre de algum modo duvidosos ou sujeitos a caução"

"(...) No fundo é o que Christian Bobin chama de oitavo dia da semana, que não é um dia a mais, claro, mas a eternidade de cada um. Aqui agora: a fugidia e perene eternidade do devir!"

"Lembrando Wittgenstein: 'Se se entender por eternidade, não uma duração temporal infinita, mas a atemporalidade, então vive eternamente quem vive no presente"

"(...) é o próprio mundo. Os mistérios estão em nós, em nós os problemas e as perguntas. O mundo é simples porque é a única resposta às perguntas que ele não se faz: simples como a rosa ou o silêncio"

"Ora, a sabedoria outra coisa não é que essa simplicidade de viver. Se é preciso filosofar, é para redescobrir essa simplicidade"

"(...) a filosofia é a alvorada sempre recomeçada do pensamento, que não pára de se alçar - brilho pálido da razão! - do fundo de nossos crepúsculos"

*André Comte-Sponville in "O amor a solidão". Ed. Martins Fontes. SP. 2001.   

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