“Como se pudéssemos erguer um só alento
ante o término do
alento.”
Paul Auster (poema No
fim do Verão)
Gosto de brincar com as
palavras, como se meu pensamento voasse da terra ao mais distante lugar, que
nem o sentimento mais fraco alcançaria, pensar frágil na força do voar, como se
lá pudesse penetrar palavras singrando o voo entre água e céu, um veleiro a
sair da profundeza das águas escuras, aos poucos muda a cor, o límpido do
pensar, a água se misturar com o olhar que sobe na distância a perder de vista.
Como se juntasse o mar
com o céu, o veleiro de um lado ao outro, serpenteando o tom de cores e textos,
que ao subir sem jamais retornar à terra.
No fundo o dia se
pondo, o vermelho do sol, como o mar a transmutar no deserto ardente, na
trajetória das fugas, no inventar dos lugares, existirá um pensamento eclíptico
em consonância dos dias com o corpo.
O fogo no coração, os
olhos líquidos rumo ao escuro das águas. A noite alcança o corpo que descansa à
deriva.
*Prof. Dr. Luis Antonio
Paim Gomes
Filósofo. Editor.
Escritor. Livre Pensador.
Porto Alegre/RS
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