Em dezembro de 2024, Miguel Angelo Caruzo lança seu segundo livro, “Lições de Filosofia Clínica", publicado pela editora Sulina/RS, com prefácio de Dionéia Gaiardo e orelha de apresentação escrito por Paulo Alves Filho. Todos filósofos clínicos que pesquisam, escrevem, atendem e fazem parte do Conselho Editorial da Revista da Casa da Filosofia Clínica. Com 142 páginas, as 50 lições de Filosofia Clínica versam sobre temas variados, pautados pelo olhar clínico e crítico do autor e por seu compromisso em pensar e difundir a Filosofia Clínica original, ou seja, protegendo o fundamento da singularidade e as etapas da metodologia, sem, no entanto, cristalizar ideias ou a prática de consultório. É o que chamo de fidelidade e crítica em “Lições de Filosofia Clínica”. Após as lições, o autor insere um breve glossário e um quadro do conteúdo base da Filosofia Clínica, a fim de facilitar a familiaridade do leitor com a estrutura, linguagem e significados do novo paradigma. Além de oferec...
Não é raro ouvirmos dizer sobre ver algo de cima ou de fora. Como se o melhor procedimento para enxergar determinada situação, evento ou experiência seria a partir de um distanciamento. Uma pretensão de objetividade ou imparcialidade. Mudar a perspectiva, seja ela qual for, pode viabilizar um outro olhar. Talvez isso soe consensualmente. Mas, não garante a neutralidade do olhar de quem observa. Quem nos deixa cientes disso são filósofos como: Dilthey, Heidegger, Gadamer e outros ao mostrar o quanto nossa existência é inserida em uma história. Nossos horizontes são viabilizados por elementos culturais, históricos, pelas experiências pessoais. Desse modo, é inevitável um olhar carregado por uma “bagagem existencial”. A pretensão de objetividade cessa na escolha do que é observado. Pois este foi selecionado com parcialidade, vontade, interesse etc. Talvez o caminho para uma investigação honesta seja a aceitação da ausência de qualquer ponto de vista absolutamente neutro. Reconhecer que há...