Seus cabelos brancos
amarrados em rabo de cavalo sobre jaqueta rota lembrava os anos 70. O rosto
bronzeado e com rugas de vida sentida intensamente contava a história dos
amores e dores. A serenidade da sabedoria aprendida ao longo da jornada
existencial convidava ao encontro amigo. Realmente ele se tornara um ser
especial que atraia amigos por onde passava.
Perguntaram-lhe o que
pensava sobre isto e aquilo. Ele sorria e olhava fixo nos olhos respondendo
firmemente:
- Quem sou eu para
julgar e criticar algo ou alguém se todos e tudo é representação e espelho meu?
O que vejo me vê. Prefiro meditar, mergulhar em meus pantanais e analisar minha
ação no mundo. Prefiro respeitar o outro e compreender sua ação no mundo. Cada
um dá o que tem.
Seu passo lento,
observador, terno e amoroso caminhava por entre ruas e jardins compreendendo a
singularidade e a liberdade de cada um ser o que se fez. Somos o que pensamos.
Era um hippie, um velho
sábio, um herói ou apenas um simples homem? Pouco importa. Admirei-o e aprendi.
Vi no seu ombro a coruja Sophia que era sua fiel companheira. Quem sabe outro
dia o encontro novamente?
*Dra. Rosângela Rossi
Psicoterapeuta.
Escritora. Filósofa Clínica. Livre Pensadora.
Juiz de Fora/MG
Comentários
Postar um comentário