A imprevisível dinâmica da vida
Cassiano Veronese
Goiânia/GO
Neste domingo encontrei uns amigos, numa rápida passagem, e logo depois, lavando roupas, fiquei lembrando das cenas que se passaram.
Os estímulos lingüísticos, corporais, axiomáticos e outros, vindos em minha direção... quando, lentamente, passei a geri-los, trabalhando-os em meu interior (refletindo-os), buscando encontrar uma relação, reação ou desfecho à altura para a situação. Parecia cena de cinema. Minha intencionalidade livre, era que as coisas continuassem em paz.
Enquanto torcia a coberta me deslocava às imagens, à ação do encontro, e às reações que eu tomava após cada intervenção do amigo.
Meditava por esses dias sobre as conseqüências da ação sob duas hipóteses: quando decidimos, agimos, escolhemos, em observação a juízos autogênicos, (contextualizados em intenção, circunstâncias, tempo, espaço, relação – Categorias – Filosofia Clínica), ou quando a ação ocorre por mecanicidade (George Gurdjieff).
Na ação por “mecanicidade”, os conceitos de “inércia” (física) ou “rebanho” (Nietzsche) podem ser aplicados, quando propondo e retrucando, o grosso da humanidade seguiria caoticamente, com noções improvisadas (sombras, fragmentos distorcidos) de estrutura, representação, fenomenologia, ética, etc.
Seria necessário um melhor uso da linguagem, das ferramentas do pensamento: a otimização dos recursos da E.P. e dos submodos – um domínio epistemológico completo da própria estrutura e autogenia, para futurizar.
Mas como a vida é em aberto, às vezes o pessoal que usa a mecanicidade se esquece, e passa a usar conceitos alheios e da televisão e do rádio e dos livros e copiando coisas, segue entrando na barca do balseiro do rio do lethos, ou do esquecimento. Uma diminuição da consciência. E da individuação.
Induções, deduções, as mais inesperadas relações conceituais, deslocamentos, retroações, escolhas (emoções, pré-juízos, estrutura de raciocínio, busca, paixões, padrões) fora os submodos, são movimentos (em geral ação), onde em tese poderíamos ser mais conscientes – ou dar mais atenção àquilo, mais energia, tempo, ou outra tradução (que pareça) mais apropriada.
Uma maior liberdade de escolha de relações, de circunstâncias, por exemplo.
O que chamo de consciência seria uma “entidade” que (sempre) está em trânsito, aberta portanto, que sofre “tradução” de “informações” (imputs) quase todo o tempo, e reage a estas informações ou proposições que lhe chegam à sua própria maneira e individual (outputs), enfrentando além, situações e encontros os mais inesperados; ou seja, habitando no imprevisível, para atalhar.
Parece ser um tipo de dinâmica da vida, uma dinâmica “longe do equilíbrio” – como ensina Ilya Prigogine, prêmio Nobel em química, filósofo vivo.
É importante considerar Nietzsche: filosofia como “traduções involuntárias da própria história”. Em Filosofia Clínica diríamos talvez: “traduções indissociáveis à própria história”.
E vamos tentando.
Cassiano Veronese
Goiânia/GO
Neste domingo encontrei uns amigos, numa rápida passagem, e logo depois, lavando roupas, fiquei lembrando das cenas que se passaram.
Os estímulos lingüísticos, corporais, axiomáticos e outros, vindos em minha direção... quando, lentamente, passei a geri-los, trabalhando-os em meu interior (refletindo-os), buscando encontrar uma relação, reação ou desfecho à altura para a situação. Parecia cena de cinema. Minha intencionalidade livre, era que as coisas continuassem em paz.
Enquanto torcia a coberta me deslocava às imagens, à ação do encontro, e às reações que eu tomava após cada intervenção do amigo.
Meditava por esses dias sobre as conseqüências da ação sob duas hipóteses: quando decidimos, agimos, escolhemos, em observação a juízos autogênicos, (contextualizados em intenção, circunstâncias, tempo, espaço, relação – Categorias – Filosofia Clínica), ou quando a ação ocorre por mecanicidade (George Gurdjieff).
Na ação por “mecanicidade”, os conceitos de “inércia” (física) ou “rebanho” (Nietzsche) podem ser aplicados, quando propondo e retrucando, o grosso da humanidade seguiria caoticamente, com noções improvisadas (sombras, fragmentos distorcidos) de estrutura, representação, fenomenologia, ética, etc.
Seria necessário um melhor uso da linguagem, das ferramentas do pensamento: a otimização dos recursos da E.P. e dos submodos – um domínio epistemológico completo da própria estrutura e autogenia, para futurizar.
Mas como a vida é em aberto, às vezes o pessoal que usa a mecanicidade se esquece, e passa a usar conceitos alheios e da televisão e do rádio e dos livros e copiando coisas, segue entrando na barca do balseiro do rio do lethos, ou do esquecimento. Uma diminuição da consciência. E da individuação.
Induções, deduções, as mais inesperadas relações conceituais, deslocamentos, retroações, escolhas (emoções, pré-juízos, estrutura de raciocínio, busca, paixões, padrões) fora os submodos, são movimentos (em geral ação), onde em tese poderíamos ser mais conscientes – ou dar mais atenção àquilo, mais energia, tempo, ou outra tradução (que pareça) mais apropriada.
Uma maior liberdade de escolha de relações, de circunstâncias, por exemplo.
O que chamo de consciência seria uma “entidade” que (sempre) está em trânsito, aberta portanto, que sofre “tradução” de “informações” (imputs) quase todo o tempo, e reage a estas informações ou proposições que lhe chegam à sua própria maneira e individual (outputs), enfrentando além, situações e encontros os mais inesperados; ou seja, habitando no imprevisível, para atalhar.
Parece ser um tipo de dinâmica da vida, uma dinâmica “longe do equilíbrio” – como ensina Ilya Prigogine, prêmio Nobel em química, filósofo vivo.
É importante considerar Nietzsche: filosofia como “traduções involuntárias da própria história”. Em Filosofia Clínica diríamos talvez: “traduções indissociáveis à própria história”.
E vamos tentando.
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