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Aprendendo a conviver

Giovani Alberton Ascari
Filósofo Clínico
Orleans/SC

Você que lê este texto, talvez seja uma daquelas pessoas que sente bem quando está junto de outras pessoas: a família, os amigos, os colegas de trabalho, o seu time de futebol, algum tipo de associação da qual você faça parte, as festas sociais... enfim, você é uma pessoa ativa, envolvida em vários grupos sociais. Você é alguém que gosta de estar com os outros e que participa intensamente da vida social.

Mas, pode ser que você pense: “não, eu não sou assim, eu não gosto de estar com as pessoas, prefiro mais a solidão e os meus bichos de estimação”.

Tudo bem, não estou aqui para julgar e não vejo problema em ser de um jeito ou de outro. As pessoas são diferentes mesmo. Há pessoas, por exemplo, que vão à Igreja, movidas pela fé, para encontrar-se com Deus. Mas, há quem vai à Igreja para encontrar-se com as outras pessoas da comunidade. Há também aquele que vai à Igreja, justamente quando não há ninguém por lá, pois prefere estar a sós, na solidão fecunda com Deus. Há, ainda, aquele que não vai à Igreja, porque acredita que o universo inteiro é um santuário divino e que Deus está em todo lugar.

Talvez você seja uma daquelas pessoas que busca um equilíbrio entre estar consigo mesmo e estar com os demais.

Há uma fábula contada por um filósofo chamado Arthur Schopenhauer, onde ele diz que num dia muito frio de inverno, uma vara de porcos-espinhos precisou se aproximar para se esquentar mutuamente, aliviando o frio que estavam sentindo. Mas, quando se aproximavam, logo sentiam a picada dos espinhos e isso os afastava.

Porém, a necessidade de aquecimento novamente os aproximava e aquele incômodo se repetia, de modo que eram atirados de um lado para outro, entre esses dois sofrimentos, até que conseguiram encontrar uma distância mais equilibrada, um meio-termo, no qual puderam suportar-se e aceitar-se da melhor maneira possível.

Assim também parece ser a vida em sociedade que inclina as pessoas umas para as outras. Se por um lado, somos incomodados pelas picadas dos “espinhos da convivência humana”, por outro lado, também somos agraciados pelo calor positivo da convivência em muitos momentos difíceis de nossas vidas.

O importante é aprendermos a conviver, através da educação, das boas maneiras e do respeito mútuo. Desse modo, com certeza, as vantagens da vida social serão muito maiores a ponto de as picadas dos espinhos quase não serem nem sentidas.

É assim que eu vejo hoje, e você?

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