Como diria minha mãe,
dando uma "grande banana", para qualquer coisa que não fosse a
alegria, o sorriso e a vontade de estarem juntos.
Quando determinar a
hora de partir, de deixar para trás todo sonho vivido, toda vida compartilhada
em momentos onde sorrisos se misturaram a esperança de não ter mais que sair,
onde sorrisos apareceram de onde um dia pensaram não mais existir?
Quando reconhecer que a
afinidade não foi suficiente para transpor barreiras que assolam o terreno da
vontade e do desejo de permanecer em comunhão, de permanecer onde a pele
encontra a pele, o coração sorri para o outro coração, onde a felicidade faz
parecer que o mundo não é real e que os problemas não existem e que outras
pessoas não existem e que não somos racionais ou que não temos nenhuma elevação
ou que pouco importa qualquer coisa que venha e que tente impedir um casal que
deseja viver em paz. Que deseja viver um no outro, dentro do outro, ao lado do
outro. Quando reconhecer que tantos fatores capazes de unir e fazer sorrir, não
são suficientes para fazer progredir?
Que tristeza ter que
regredir e suprimir uma esperança de seguir pela vida como foi determinado pela
natureza antes que a sociedade programasse em nome de um Deus que eu
desconheço, que casais deveriam se unir e persistir em dividir uma vida calcada
em convenções infundadas, denominadas corretas e propícias ao convívio em
sociedade antes que capazes de conduzir vidas plenas, radiantes e gratas.
Assim deveria ser a
vida dos casais. Assim deveria ser compreendido o comprometimento e o pacto que
é determinado única e exclusivamente pelo desejo livre e espontâneo de
compartilharem a vida e se fazerem felizes.
Assim formariam as
famílias e nasceriam os filhos e pessoas que fariam do mundo um lugar bom e
justo. Mas, como fazer para reconhecer que este sonho deve permanecer no sonho?
Difícil.
É muito difícil abrir
mão da alegria. Por isso, antes de desistirem facilmente, que tal o trabalho no
sentido de construírem uma vida juntos? Que tal arregaçarem as mangas e
aproveitarem todos os fatores que os unem e somar em empenho para vencerem a
adversidade alheia à felicidade de vocês?
Honestidade, somada a
desprendimento, agilidade e amor ao próximo, podem fazer com que casais
persistam mesmo diante das dificuldades, diversidades, adversidades.
Como fazer?
Como diria minha mãe,
dando uma “grande banana”, para qualquer coisa que não fosse a alegria, o
sorriso e a vontade de estarem juntos.
Mas não é tão fácil
assim, eu sei. Contudo, deixar de lado pessoas e circunstâncias que incomodam e
tentam atrapalhar, pode ser uma boa solução, sim. Claro, tudo feito com
responsabilidade, se colocando no lugar do outro, mas dentro da medida do
possível, ceder às circunstâncias pode ser um ato de coragem e caridade.
Por outro lado, se
anular, se deixar explorar e se prejudicar irremediavelmente em detrimento de
seu bem viver em favor do outro, que geralmente não tem limites para “sugar”
suas forças, bens e energias, pode passar pelo viés da incapacidade de gerir
bem a própria vida.
Os casais que sucumbem
às influencias externas à relação, normalmente não estão calcados em certezas
sobre seu sentimento e propósito de vidas juntos. E isto é grave.
Ontem, assistindo a um
filminho simples do cinema brasileiro, ouvi de uma personagem: As mulheres de
antigamente construíam o homem, as de hoje substituem rapidamente. Assim
acontece com os casais. A angustia do tempo que urge, a liquidez nos
sentimentos, a vaidade, o orgulho e ainda a grande oferta de parceiros rápidos
e fugazes, alimentam o desejo de felicidade expressa.
Ainda é cedo amor, mal
começastes a conhecer a vida, já anuncia a hora de partida… Já dizia o poeta
onde os amores pareciam ainda serem cultivados.
Somos humanos.
*Jussara Hadadd
Terapeuta Sexual, Filósofa Clínica,
Juiz de Fora/MG
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