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Notas iniciais sobre as categorias e a terapêutica filosófica Prof. MS. Rodrigo Rodrigues Alvim da Silva Especialista em Filosofia Clínica Coordenador da Filosofia na Católica em Juiz de Fora/JF "Os estudos foram a minha salvação; devo agradecer à filosofia se consegui me levantar da cama, se me curei: a ela devo a vida, mesmo que esta seja a menor dívida que tenho com ela". Sêneca 01. A fim de superar todas as pré-condições que incidiram-no em tantos enganos, René Descartes adotou a dúvida hiperbólica como atitude básica do filósofo. Mais do que isto, converteu-a, paradoxalmente, em pré-condição para a sua própria superação, ou melhor, em pré-condição para a certeza, para a construção da ciência calcada na evidência, por ele mesmo traduzida no preceito de “evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção” (destaques nossos). Noutros termos, Descartes adotou o preceito de nada incluir em seus juízos que não se apresentasse tão clara e distintament
Uma realidade inusitada Ana Cristina da Conceição Filósofa Clínica Porto Alegre/RS "Toda forma de espírito verdadeiramente original cria a forma lingüística que lhe é apropriada". Ernest Cassirer O fenômeno ao despontar diante de nós, pode provocar uma sensação de desconforto e pré-juízos, nesses casos, o incômodo fica completo. Diante dele não sabemos como proceder. Desconhecemos sua linguagem e limites. A sensação de impotência toma conta e o medo, às vezes, fala mais alto. Podemos desistir e deixar de lado a possibilidade de experimentar coisas novas. Por outro lado, ao ultrapassar o primeiro impacto, a vida pode proporcionar experiências cheias de originalidade. Eu, por exemplo, cresci ouvindo muitas coisas sobre hospitais psiquiátricos: “lugar onde os loucos estão internados, pois são pessoas perigosas e não devem conviver em sociedade, desatinados e gritam o tempo todo, também não conseguem se comunicar. Sua fala é incompreensível e sem nexo. Se irritad
Simbologia e intuição no processo terapêutico Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Sem marcar hora uma brisa leve me tocou a alma. Movimento intenso, beleza, luz durável de um instante, pérolas de imagens, delírios sutis, algo potente. Era a intuição novamente me sacudindo pelos ombros. (Idalina Krause) Nas práticas de consultório tem me chamado a atenção o aparecimento de certos sinais simbólicos, conjunções de imagens, que podem se dar tanto em sonhos dos partilhantes como em suas vivências cotidianas. Esses acontecimentos são fenômenos que saltam, têm vida e grande significação, são muito importantes quando analisados dentro das circunstâncias de cada caso e com profundidade. Quando falo em intuição, ela está relacionada à visão de Spinoza e Bergson. Segundo
Universos paralelos Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Relato pela ida à Casa de Saúde Esperança, Juiz de Fora/MG. Uma prévia preparação talvez fosse aconselhável.... mas não houve nenhuma. Na verdade, tentei não pensar muito a respeito enquanto a paisagem se transformava a minha volta. Apenas a sensação indefinida confirmava que estava a caminho de um momento tantas vezes insinuado. Não sei se por conta do torpor ainda presente no coração em função de tantos acontecimentos nos últimos tempos, a mente e até o coração se recusava a qualquer tipo de empolgação. Foi uma alegria a viagem e o próprio encontro na rodoviária, a curiosidade pelos contornos de uma cidade há tanto tempo somente na lembrança e um inesperado almoço compartilhado. Mas ainda sentia meu ser um tanto ausente. A expectativa foi aumentando na medida em
Tempo Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Um pouco antes seria dia, um pouco depois seria ao entardecer, e se escolhesse o momento não seria a hora. Então pensou em deixar para depois, mas percebeu que isso acabaria sendo nunca. Achou que poderia talvez ser imediatamente. E o que era imediatamente? Porque agora não podia ser e imediatamente não é quase agora? Assim, Pedro se perguntou se algo poderia ser de tal forma que não coubesse em tempo algum. Existiria algo que somente pudesse se pronunciar e ser se não fosse colocado em qualquer parte do tempo? Tipo essas coisas que falam como a eternidade, o infinito, a dízima periódica; parecem coisas que passam pelo tempo, mas que não estão nele. Pedro vivia um dilema. Achava que suas questões não podiam ser colocadas na ordem usual do tempo, não tinham como ser definidas a partir de ontem, hoje, amanhã, pois isso modi
No intervalo lucidez louca Rosangela Rossi Juiz de Fora/MG Não sou Clarice mas sinto desejo de expressar o que corre em minha alma sem virgulas e pontos finais num pensar que vai acontecendo sem censura na loucura de ser quem sou no perder e me achar no meio destas escutas do meu ser terapeuta mulher amante amiga mãe múltiplas de mim que dissolvem e se unem no tagarelar e silenciar sorrir chorar deixando sair dioniso com suas bacantes homenageando afrodite nos pés de mercúrio em direção a jupiter me embriagando de palavras em poesia me encantando com o tudo e o nada sentindo o caos no cosmos infinito fazendo intervalos no respirar não precisando seguir normas nem ser perfeita comer pipoca sem culpa de ser feliz barulho de ambulância lá fora na espera de meu pai que parte e ainda dorme em paz sabendo nada do depois mais fiando que existe algo indefinido na certe
Ernest Cassirer e a Filosofia Clínica Prof. Dr. Peter Büttner Universidade Federal do Mato Grosso Associação de Filosofia Clínica do Mato Grosso Cuiabá/MT ERNEST CASSIRER E A FILOSOFIA CLÍNICA 1- Quem é Ernest Cassirer? 2- Algumas características da Filosofia de Cassirer 3- Afinidades da Obra de Cassirer com a Filosofia Clínica 1- QUEM É ERNEST CASSIRER ? É muito estranho o fato que a Filosofia de Ernest Cassirer é tão pouco conhecida e estudada no Brasil. Talvez seja justamente sua excelência, sua qualidade inerente e sua exclusividade que a condenam à relativa ineficácia e ao desconhecimento. Esta exclusividade consiste na abertura de Cassirer para as mais diversas evoluções do pensamento do passado e d
PRODUÇÃO INDEPENDENTE Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Quando pensei que nada mais me surpreenderia, minha teoria desabou. Uma amiga muito querida me convidou para um jantar a dois. Conversa tranquila, leve, descontraída. Depois da sobremesa, enquanto saboreávamos um delicioso café, veio a surpresa: ela queria fazer uma “produção independente” e eu tinha sido escolhido para realizar a tarefa e ser seu parceiro. Confesso que nunca, nem em minhas fantasias mais secretas, imaginei ser protagonista deste tipo de projeto, por outro lado, confesso também que fiquei bastante envaidecido com a proposta. Este tipo de decisão não é fácil. Fiquei paralisado emocionalmente. Não consegui falar, perguntar, raciocinar. Pedi alguns dias par

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