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O que vem a ser Filosofia Clínica? Sônia Prazeres Filósofa Clínica São Paulo/SP Gerando polêmica no meio acadêmico ou entre as psicoterapias ela surge como uma alternativa imbuída de respeito ao ser humano em seus questionamentos e necessidades. As questões existências que a vida moderna oferece, surgem avolumadas a cada dia e nem sempre podemos contar com um amigo que nos ouça. As pessoas estão envolvidas em problemas tantos que ao ouvir já se lhes apresenta a necessidade de também serem ouvidas e assim, a cada dia aumenta a importância de partilharmos nossas questões com quem nos possa ajudar a caminhar. Envolvidos em nossas dificuldades, encontramos sempre uma sociedade disposta a muito julgar e condenar atitudes em nós e no outro, antes mesmo de saber dos nossos sofrimentos e necessidades. Criada por Lúcio Packter, um filósofo gaúcho em 1997, que incomodado com as questões que tocam o ser humano, tratou de exercer um árduo trabalho nessa direção: ajuda ao outro. Packter
DICA DE UM JOVEM FILÓSOFO PARA SE RESISTIR À TENTAÇÃO DE SER SANTO Will Goya Filósofo Clínico Brasília/DF Vamos admitir: não somos mais do que nos fizemos com nossas próprias escolhas, quase sempre substituindo o esforço da esperança pelo seu inverso, acostumando-nos a tomar por verdadeiro que já somos o que ainda esperamos realizar. Como sempre houve muitas pequeninas e importantes coisas para serem feitas na concretização dos nossos sonhos, todo aquele que espera nunca alcança. Há quem diga ter fé sem nunca haver sentido esperança. A primeira é uma certeza absoluta, uma consciência quite consigo mesma, que se satisfez com alegria em haver entregue tudo de si, permitindo suportar todo sacrifício do mundo, pois já se encontra confiante que Deus lhe aceitou no reino dos céus. Ter fé em Deus, na concepção cristã, não significa crer que Ele nos livrará das dores e desafios. Nunca poupou nenhum santo. Ao contrário, ter fé é aceitar de bom grado a cruz dos próprios pecados ou err
Interseções entre Filosofia Clínica e Cinema Andréa Kubota Filósofa Clínica São Paulo/SP "O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho." (Orson Welles). "O cinema é o modo mais direto de entrar em competição com Deus.” (Federico Fellini). A arte faz parte da existência humana, se expressando de diferentes formas no mundo e no nosso cotidiano. Diante disso, é possível percebermos que existe uma relação direta da arte com a história da humanidade. Através da arte representamos o nosso mundo, expressamos sentimentos, procuramos dar sentido a realidade que nos cerca e com isso ressignificar os seus conteúdos. A arte possibilita uma existência humana autêntica, pois através dela a linguagem se torna íntíma das nossas paixões. Desde as grandes reflexões filosóficas do pensador Heidegger, vemos que a linguagem cotidiana ou a linguagem científica não dão conta de todas as dimensões da existência humana. No entanto, a arte é capaz de abran
Filosofia Clínica e Humanismo Prof. Dr. José Mauricio de Carvalho Chefe do Departamento de Filosofia da UFSJ Resumo: Neste trabalho examinamos em que sentido a Filosofia Clínica pode ser considerada humanista, mostrando o que caracteriza suas concepções sobre o limite e interesse do homem. Palavras-Chave: Humanismo – Fenomenologia – Liberdade. Résumé: Dans ce travail, nous examinons dans quel signification la Philosophie Clinique peut être juger humaniste, ayant montré le que caracterize leurs conceptions sur le limite et intérêt de l´homme. Mots Clés: Humanisme – Phénomènologie – Liberté. I. Considerações iniciais Recentemente publicado, o livro Filosofia Clínica, a filosofia no hospital e no consultório (2008) de Lúcio Packter vem precedido de palavras iniciais assinadas por Dayde Packter Zavarize. No texto ela afirma que a Filosofia Clínica é um humanismo. Por que faz tal afirmação? Ela justifica a assertiva dizendo que a Filosofia Clínica é humanista porque nã
Gardel J G Moreira São Paulo/SP Comprei Gardel, do pescoço verd'amarelo, com alguns milhares de cruzeiros. Gardel era meu. Verd'amarelo na gaiola, Gardel cantava em vão. A garganta de Gardel era só trinado e solidão. A minha, rouca, a do carcereiro torturado. Gardel no ônibus, na caixa de sapatos. Princípios e razão. Gardel no mato, Debaixo do meu braço, meus cuidados de pai e mãe. Abri a caixa abri os braços gardel trinou, hesitou levantou vôo ruflou suas asas de anjo verde e amarelo sobre as árvores verdes, Gardel livre. Quem voava era eu.
A IMPRENSA E A FILOSOFIA CLÍNICA Will Goya Filósofo Clínico Brasília/DF O papel do jornal é definido pela natureza das fibras nele empregadas. Pode ter várias fontes, substratos e corantes diferentes e serve tanto para escrever quanto para embrulhar coisas. De qualquer forma, num sentido ou noutro, o que o faz tão popular é uma mistura ideal de realidades: é barato, prático e flexível. Mas seu poder de durabilidade não é simples, fácil ou rápido. Seja como for ou ao quanto pareça ser, à tudo que se chame de óbvio é possível ilusão ou filosofia. O que é a um não é a outro. A ilusão é doce ao diabético, a filosofia é músculo ao trabalho. Ao primeiro importa saber o que ele quer ouvir; ao segundo é preciso ouvir. É sobre isso que gostaria de falar. Falar ou escrever não é coisa fácil, porque pra fazer sentido tudo deve ter significado ou seria apenas desenho disforme ou não mais que um ruído qualquer do meio ambiente. Filosoficamente, por exemplo, a palavra cachorro se report
Interseções Poéticas Interseções entre filosofia e poesia Sonia Prazeres Filósofa Clínica São Paulo/SP “Subnutrido de beleza, meu cachorro-poema vai farejando poesia em tudo, pois nunca se sabe quanto tesouro andará desperdiçado por aí... Quanto filhotinho de estrela atirado no lixo!” Mário Quintana Como tantas formas de arte, a poesia se apresenta concebendo e entregando expressão, instigando a imaginação e oferecendo beleza. Tem a singular propriedade de, em se valendo da palavra, tentar traduzir o indizível. Schopenhauer nos diz: “a poesia traz o conceito e o primeiro objetivo é conduzir do conceito ao intuível, cuja representação deve ser realizada pela fantasia do ouvinte.” Alguns apreciadores dela, talvez concordem com ele e esse trecho partido de um filósofo vem em outras palavras partido de um poeta. Fernando Pessoa de outro modo nos traz: “O poeta é um fingidor; finge tão completamente que chega a fingir
Eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela não me salvo eu Márcia Avelino Filósofa Clínica São Paulo/SP A frase de Ortega y Gasset é um dos fundamentos da categoria Circunstância em Filosofia Clínica. Para o filósofo, a circunstância é tão intrínseca à constituição do ser, que este pode ser considerado sua própria circunstancia indissociavelmente. É por meio desta categoria que podemos situar a representação da pessoa conhecendo seu contexto (local onde vive e suas características, seu cotidiano, costumes, etc). observar o contexto em que a pessoa está inserida, nos ajuda a compreender seus significados, valores, e todo o emaranhado de seu constituir. Exemplificando ludicamente, podemos observar a influência da categoria Circunstância na música de Chico Buarque: O guri nasceu sem qualquer planejamento, e em circunstâncias que não proviam condições básicas de sobrevivência, tais como alimentação e a identidade. Torna-se o companheiro da mãe. Estabele
FÉDON- Diálogo sobre a alma e morte de Sócrates- Platão Rosângela Rossi Juiz de Fora/MG Tanto a teoria filosófica quanto o filosofar são importantes para qualificar nossa vida. Acabo de ler Fédon de Platão. Fui lendo bem devagarzinho como quem degusta um bom vinho. Nossa! Como é bom ler os clássicos! Na obra de Platão os 28 diálogos são obras primas. Eles se passaram na prisão de Sócrates e seus fiéis discípulos exatamente no dia em que ele iria beber sicuta. Sabe-se que Fédon é considerada a obra da maturidade do espírito de Platão. Fechei o livro e me coloquei a pensar qual foi a importância dele para mim. Conclui que várias foram as reflexões que esta obra me trouxe. Assim registrei alguns pontos só para início de conversa. Sócrates diz que onde aparece o prazer aparece a dor: “Que coisa desconcertante, parece ser, amigos, aquilo que os homens prazer! Que relação maravilhosa há entre a sua na

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