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Amar o próximo como a si mesmo Roberto Calvet Filósofo Clínico Rio de Janeiro/RJ A Filosofia Clínica, ao abordar um pensamento como este, não vai buscar o significado universal destes termos; pelo contrário, na fala de quem profere tais palavras, vai entender o que é amar para esta pessoa, como ela se relaciona (interseção) com o próximo, o que ela pensa de si mesmo. Existem nesta frase três elementos que, conforme a representação que cada pessoa tem de mundo, podem gerar ações, comportamentos e sentimentos os mais diversos. Eu não sei, a princípio, como você se ama para querer o seu amor. Eu não sei o que é amar para você. Também não sei como você se vê ou como vê o mundo. Ser alvo desta sentença, amar ao próximo como a si mesmo, dependendo de como são essas três coisas para você (amar, o próximo, si mesmo) pode ser algo maravilhoso, mas também pode ser uma tremenda agressão se os significados forem diferentes para mim. Estes são os cuidados que o filósofo clínico tem quando
*Bússolas subjetivas ...Porque no vasto oceano, a minha eventual desarmonia é só uma gota desafinada. Mais nada. Lya Luft A malha intelectiva é única e cada sujeito desenvolve um eixo subjetivo a instituir sua historicidade. Inseridos numa cultura manifestamos nosso ser no mundo: espiritualidade, linguagem, arte ou raciocínio. Habilidades capazes de proporcionar uma possível consciência de quem somos através das experiências adquiridas. Um dos tópicos da estrutura de pensamento é inspirado nos estudos de Schopenhauer, em seu livro: “O mundo como vontade e representação”. Ele diz: “o mundo é a minha representação”. Pela capacidade de abstração e reflexão o homem pode alcançá-la. O entorno do indivíduo é concebido e percebido na relação com ele mesmo. São duas metades essenciais, necessárias e inseparáveis: objeto e sujeito. Nesse sentido essas representações são tantas quanto o número de pessoas: enquanto para um o mundo é um espaço prazeroso e de realizações, para outro p
O pastor e a irmã desgarrada Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS As representações que cada ser humano constrói coloca em campo, principalmente nas relações interpessoais, lutadores vorazes prontos para impor suas verdades universais. Há muitos julgadores de plantão, almas banhadas de um ressentimento sem fim, discursos prontos, ditando leis paralíticas, “representoses” baratas, diante de um mundo plural e intenso. E a “briga” impõe seus traçados, muitas vezes em lugares alegres, descontraídos, de conversa solta, onde a figura casmurra faz morada. Quase sempre, sem ser convidado, chega de surpresa e destoa pelo tom pastel de suas vestes fechadas, com destaque para a camisa social abotoada até o último botão, na altura do gogó. Pode ser considerado o triste observador, olhinhos de rato, retinas gelatinosas, mente rica em opiniões, pastor. Desconhecem que o segredo das palavras não está do lado daquele que escuta, não leu Nietzsche, apenas os dogmas bíblicos.
Nem todas as perguntas têm uma só resposta Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Tudo começou com uma brincadeira entre amigos. Um perguntava e o outro respondia a primeira coisa que viesse à cabeça. O que é felicidade? É fazer tudo aquilo que se tem vontade. O que é liberdade? É fazer tudo aquilo que se tem vontade. Para que serve o dinheiro? Para se fazer tudo aquilo que se tem vontade. Agora se invertem as posições e é a vez do outro perguntar. O que é felicidade? É não fazer nada que não se queira fazer. O que é liberdade? É não ficar aprisionado a nada. Para que serve o dinheiro? Para comprar liberdade e felicidade. Não sei qual era o objetivo da brincadeira, mas algum dia, quando você menos esperar, também vai se ver envolvido com algumas perguntas. Por que estamos aqui? Para que serve a vida? O que é felicidade? Para onde vamos? Afinal, qual o sentido desta vida? Desde que o mundo é mundo estas indagações vagas e inespecíficas perseguem os home
*Entre uns e outros “Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.” Fernando Pessoas A atuação cotidiana de cada um pluraliza sua estrutura entre uns e outros. Mesmo quando não perceba esse fenômeno tão próximo, segue refém de seus encantos ou dissabores. Instantes por onde os personagens se multiplicam, em nuances de um espetáculo quase imperceptível. No discurso da historicidade, os inéditos costumam se apresentar como algo recém chegado da memória, sensação de estranheza ou na invenção de termos a própria pessoa. Querer corrigir essas singulares narrativas pode desmerecer a semiose como anúncio. Faceta da subjetividade a permanecer insignificante, não fora o caos diante de si. Os arranjos de ser incompreensível, agenda traços do mesmo na interseção com os outros. Percursos pelos refúgios da intencionalidade, até então, subversivos ao seu autor. A

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