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Filosofia Clínica e Cinema Márcio José de Andrade Filósofo Clínico Campinas/SP “O que caracteriza o cinema não é apenas o modo pelo qual o homem se apresenta ao aparelho, é também a maneira pela qual, graças a esse aparelho, ele representa para si o mundo que o rodeia”. Walter Benjamim O USO DO CINEMA COMO RECURSO DIDÁTICO AO ENSINO DA FILOSOFIA CLÍNICA Ao nos propormos ensinar Filosofia Clínica como terapêutica deparamo-nos com uma dificuldade que é: - Como “mostrar” a FC entre a teoria e a prática durante o processo de aprendizagem? Como transpor fatores fenomenológicos para epistemológicos? A questão a ser desenvolvida é a visualização das etapas a percorrer dentro de um delinear histórico. Os caminhos que foram percorridos pelo indivíduo até o alcance de um determinado submodo, como chegou a um tópico e qual o percurso que o descreveu. A CAVERNA DE PLATÃO Se pensarmos o cinema em uma de suas características como sendo reprodutora chegaremos a um modelo suposto
Do imbecil diário Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Em volta da mesa para uma reunião formal, basta ceder mais espaço-tempo para que caia o véu do encobrimento. O ar pesa, poeira ganha densidade entre papéis farelados de torpes manuseios. A "santa" surge, "reta", "pura", kantiana em seus universais legais. Forma tentacular que com dedos ágeis puxam brasas para seu assado. Retórica mínima, ultrapassada pelo imbecil diário de uma vidinha sem graça. Dejetos pululam entre "pensares" categóricos que buscam um fim proveitoso. Uma pequena arquitetura pobre de um jogo de damas: "preciso comer tuas pedras!!". "Se possível fico com o tabuleiro"... Papiza de venerações próprias e um mínimo clero, dada a pequenos desatinos quando não pode conter sua maldade. Espuma pelos cantos da boca, bílis fabricada em um corpo deformado pela falta de paixão. Dores dilaceram este espírito que se trai na vagância dos dias. Mai
Coisas que significam outras coisas Beto Colombo Filósofo Clínico Criciúma/SC Na colina tinha uma bica d’água onde agricultores serviam-se dela e saciavam a sede. Então, uma gruta de pedra foi erguida e dentro dela uma imagem da Santa colocada, agora aquela água virou água benta e milagrosa. Será que verdadeiramente ela é milagrosa? Tomo um copo d’água, a água mata a minha sede. Não me pergunto se a água é verdadeira, ela apenas é cristalina, fria... O fogo é o fogo e ele significa apenas fogo, significa a si mesmo. Ele aquece, ele ilumina, ele queima. Perguntar se ele é verdadeiro não faz sentido. Assim como a flor é uma flor, o máximo que posso perguntar é se ela é perfumada, se ela é bela... Aquela água da torneira clorificada torna-se benta se colocada num cântaro no altar da gruta, assim como a flor pode ser uma confissão de amor ou até uma afirmação de saudade, se jogada sobre uma sepultura. O fogo torna-se símbolo sagrado nas velas dos altares e nas piras olímpicas.
Adeus Gaiarsa* Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Nossa! Quanta perda em tão pouco tempo. Hoje faz uma semana que meu pai partiu e um dos meus mestres também resolve ir embora. Haja coração! Com ele aprendi muito sobre couraças, bionergia, muito da psicologia corporal e renascimento. Recebia sempre em primeira mão seus novos livros. Foram anos de aprendizagem e reflexāo. Aprendizagem e prática. Grande mestre. Pudemos fazer aqui em Juiz de Fora uma homenagem de gratidão à ele. Que bom! Onde há vida há morte. E a morte de um mestre como Gaiarsa deixa não apenas tristeza e falta, mas a responsabilidade de preservar seu trabalho. Sinto muita gratidão pelo mestre, amigo, terapeuta que deixa sua marca em todos aqueles que acompanharam suas idéias revolucionárias e libertárias. Nem sei, agora o que escrever. São tantas boas memórias desde do dia em que o conheci, que nem sei por onde começar. Uma coisa é certa. Ele viveu intensa e livremen
Consulta Pré-operatória e Filosofia Clinica* Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS A medicina no Brasil ainda é muito mais curativa do que preventiva. Pacientes costumam procurar o médico quando estão doentes e não quando estão saudáveis visando prevenir alguma moléstia. A saúde para alguns, é considerada um valor, mas para a grande maioria, só é lembrada no momento em que foi perdida. Partindo desta premissa, pode-se sugerir que as pessoas procuram os médicos não por desejo e sim por necessidade. A necessidade da cura é o que leva um paciente a procurar ajuda na medicina curativa, classificando assim, teoricamente, a medicina em uma categoria de serviços não desejados e sim, necessários. Quem se submete a uma cirurgia, o faz por necessidade e não por um simples desejo. Poderíamos citar como exceção, cirurgias estéticas, porém mesmo nestas situações, o paciente submete-se à cirurgia por sentir que este procedimento é necessário para seu embelezamento, pois pod
Ser Filósofo Clínico* "Então me senti como um observador dos céus. Quando um novo planeta desliza para o seu campo de vista; ou como o resoluto Cortês, quando com olhos de águia, contemplou o Pacífico e todos os seus homens entreolharam-se com um alucinado presságio (...)." John Keats O exercício clínico do Filósofo acontece em contextos de imprecisão e descoberta. Inexistem fórmulas prontas, verdades, aconselhamentos, receitas, testes ou orientações pré-determinadas. As dinâmicas de acolhimento e atenção com a vida desdobram-se no mundo como representação da pessoa. Um processo inicial de abertura anuncia a terapia. Ponto de encontro aos desdobramentos do papel existencial cuidador. A fundamentação teórica é conseqüência aproximada de 2.500 anos de Filosofia. A fundamentação prática descortina-se nos eventos de consultório. Propor uma leitura direta dos clássicos e tentar encontrar ali Filosofia Clínica, pode ser tarefa árdua. Esse trabalho foi feito por outro médico
Filosofia... Terapias... Filosofia Clínica! Ana Maria Frota Filósofa Clínica Teresina/PI “Quem é capaz de ver o todo é filósofo; quem não, não”. (Platão) A filosofia visa a ampliar constantemente a compreensão da realidade, objetivando apreendê-la na sua inteireza, portanto, filosofar implica em raciocinar, meditar, discutir argumentar questões diversas relacionadas às vivências e aos comportamentos do homem. Pois, a maneira como o homem se comporta, age, tem a ver com um grupo de fatores internos e externos que lhe são inerentes, tais como: sua visão de mundo, sua razão, suas emoções, suas verdades, seus valores, suas experiências, seus hábitos e etc., ou seja, conforme sua filosofia de vida. “A alma nos ordena conhecer aquele que nos adverte: ‘Conhece-te a ti mesmo’.” (Sócrates) Para Sócrates o homem é a sua alma. Ele entendia a alma como a consciência – atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar sua própria realidade, daí, a sua celebre máxima “conhece-te a ti

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