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Como se chama aquela coisa que se usa na orelha, tem uma fumacinha, e sempre se coloca do avesso? Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Amortagem é o amor magoado porque a moça realizou um aborto. Felirrapagem é a felicidade que escapou mediante uma derrapagem. Calosso é uma impressão de pressão nos ossos, seguida de dor, acompanhada frequentemente de calor. Se você procurar no Aurélio por amortagem, felirrapagem, calosso, não vai encontrar.Amortagem, por exemplo, ficaria entre amor-próprio e amortalhar, caso existisse. Mas também não encontraria Nepoti, que é uma caneca com café morno. Papaimãe você sabe o que é? Esta é aparentemente simples, ainda que leve a enganos, e é como uma menina de 16 anos chama por sua mãe. Acidentes vasculares, traumatismos cranianos, problemas existenciais graves podem ter como características em comum a necessidade de novos termos, por vários motivos: a pessoa pode ter apagado como se diz algo, uma nova vivência pode não encontrar em nos
A vida é um jogo de dados. Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Teresópolis-RJ Na estrutura de pensamento o primeiro tópico é “Como o mundo me parece”. Não se trata de primeiro por ordem de importância, é apenas uma numeração aleatória, e sua importância é encontrada na exposição do partilhante. Trata-se da descrição fenomenológica do mundo como parece para a pessoa. O que acha e pensa a respeito do mundo que a cerca. Início da conversa com alguém de lugar qualquer... A vida é para mim como um jogo de dados. Não há um Deus que me ajuda ou me puna por qualquer coisa que faça ou pense. Muito menos um que me ame. Pois quem ama participa. Se eu me machuco, não digo que foi Deus quem permitiu para que eu tire um aprendizado maior, ou que está me punindo. Apenas trato de me curar e continuo a vida. Se eu me dou bem em algo, não acredito que foi Deus quem me beneficiou. Muitas pessoas no mundo invocam Deus e continuam sofrendo. Pessoas que precisam muito mais de atenção do que
A diferença em se saber que nada dura para sempre. Ana Cristina da Conceição Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Tudo que é bom tem sua duração exata, Tem de se acabar no prazo certo Se quisermos que perdure para sempre. Jorge Amado Houve um tempo em que a cristalização do pensamento engessava as convivências sociais. O reflexo desse comportamento aparecia, muitas vezes, na forma de traição, somatização, profissionais frustrados, vidas monótonas, hipocrisias. As revoluções ao longo da história trouxeram mais que desenvolvimento tecnológico e novos mercados. Algumas sociedades, com seus princípios de verdade voltados para uma crença de início, meio e fim perderam sua força. O que parecia ser indissolúvel, rígido e permanente, se mostrou frágil e propenso a mudanças. O para sempre perdeu o sentido num mundo mutante. Ganhou-se a liberdade de transitar em aquários existenciais próprios ou alheios. Descobrir mais sobre cada um e os outros. Perceber que o fim pode ser o en
Como dizia Roberto Carlos, São tantas emoções... Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Emoção e sentimento não são sinônimos. Pelo contrário, são processos muito diferentes. O que sentiu ao ver seu filho dar os primeiros passos? Qual foi a emoção? Talvez seja difícil exprimir em palavras. Emoção pode ser definida como um impulso nervoso que provoca um conjunto de reações psico-fisiológicas. Chorar, tremer, transpirar, vomitar, corar, fugir, sorrir, gritar, desmaiar, coração disparar... Independem da vontade, geralmente são de curta duração e muita intensidade, sendo difícil de esconder, pois apresentam manifestações externas e públicas. Podem jorrar a qualquer momento, sofrendo grande influência dos instintos e da não racionalidade. Sentimento já é algo mais elaborado; envolve racionalização, livre-arbítrio, espiritualidade, bom senso. É a reação que não entendemos (emoção), sendo integrada ao nosso ser. Uma emoção madura. Diferente das emoções, sentimentos s
Agradecer e agir Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Quando olhamos para a realidade do mundo, a realidade da maioria, ficamos perplexos. Assustados com tamanho desamor. Com a imensa pobreza, A desigualdade. A exploração. O preconceito. O desrespeito. Mil transgressões. A realidade tem seu bem e seu mal. Dialética da vida. Dialética desigual. Pendendo para o mal. Pessimismo? Ou análise racional? Basta-nos ver as pirâmides estatísticas. A verdadeira realidade se apresenta sem disfarce. Está ai para quem não quer fugir e se alienar. Temos também muito o que agradecer. A beleza e riqueza natural. A inteligência humana. O desenvolvimento tecnológico. A arte e a poesia. O amor e a compaixão. O milagre do agora viver. A amizade se ter. O problema dos acomodados tem um nome: Zona de Conforto. Conforto que cega e nos torna impotentes. Acomodação passiva. O resto é que se dane. Egoísmo. Desinteresse. Sei lá que nome dar ao desamor. Mais fácil sentar e
Queridos leitores: Começa hoje em Nova Veneza/SC, o IX Encontro sul brasileiro de Filosofia Clínica. Uma promoção do Instituto sul catarinense de Filosofia Clínica, com sede em Criciúma/SC. O convite oficial e a programação completa pode ser acessada em: www.filosofiaclinicasc.com.br Coordenação.
Limitação e possibilidade Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Teresópolis-RJ "Com as grandes obras, os sentimentos profundos significam sempre mais do que têm consciência de dizer." (Albert Camus) Não se trata de inconsciente. O assunto aqui é o reconhecimento da limitação humana. Camus postula que o mundo é um absurdo. Este se dá com a incompatibilidade da razão em querer compreender a ordem e o todo do mundo, com o mundo e sua impossibilidade de ser completamente abarcado pela razão. Um filósofo clínico compartilha da limitação com que o filósofo do absurdo postula. Mas, essa concordância é referente à pessoa humana. Dado que esta não pode ser totalmente abarcada pela razão. O partilhante é um mundo a ser desvelado. Não mais em sua totalidade, mas no que for possível para auxiliá-la em sua existência. Há ausência de verdade absoluta, talvez uma das afirmativas mais polêmicas da Filosofia Clínica. Há representação singular do mundo, mesmo que à primeira vista
Além do contexto Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Como dizer o que minha boca cala! Um caminho entre flores imagino Olhos a triscar horizontes Um riacho ao longe canta entre pedras Lágrimas secas em mais um sol poente Uma estrela aparece, iluminando uma grinalda de hera Sobre tua cabeça paira a alegria dos bons dias Em teus sonhos brincas Fantasias inexatas da paixão pela vida Seja entre saltos de amarelinha Livre a correr pelos campos Deixe se levar ao acaso In-certeza de encontros Um lume faísca em teu sono tranqüilo Teu coração bate lá e cá Uma borboleta pousa em tua janela Desperta o sol te traz mais um dia!
A FILOSOFIA CLÍNICA PARA NÃO-FILÓSOFOS CLÍNICOS* Gustavo Bertoche Filósofo Clínico Rio de Janeiro/RJ O que é a Filosofia Clínica? A resposta geralmente adotada pelos filósofos clínicos é: “a Filosofia Clínica é a filosofia acadêmica aplicada à terapia”. Esta resposta é boa. E não é. É uma boa resposta porque é exatamente isso que a Filosofia Clínica faz: aplica a filosofia da tradição ocidental, a filosofia acadêmica, à terapia. Por outro lado, é uma resposta abrangente demais. Afinal, o conjunto da “filosofia acadêmica” tem uma quantidade muito grande de elementos, que podem ser tão diferentes entre si quanto podem ser diferentes variadas espécies de, digamos, frutas. Por essa razão, a afirmação de que “a Filosofia Clínica é a filosofia acadêmica aplicada à terapia” é inútil. Aos olhos do leigo – e mesmo de muitos estudiosos – a filosofia é um emaranhado de teorias contraditórias, quando não bizarras; parece que qualquer coisa pode ser filosofia, e que filosofia pode
Convite: Acontece no próximo final de semana em Nova Veneza/SC o IX Encontro Sulbrasileiro de Filosofia Clínica. Uma programação belíssima e sob a responsabilidade do Instituto Sulcatarinense de Filosofia Clínica, com sede em Criciúma/SC. Uma oportunidade singular para se saber mais sobre o tema e conhecer os estudos e práticas da área. Inscrição e programação completa no site: www.filosofiaclinicasc.com.br Sejam bem vindos! Coordenação
Música Sônia C. Prazeres Filósofa Clínica São Paulo/SP Confusos devaneios e uma pauta Traçam caligrafia com a chuva fina Vão rabiscando na neblina densa As notas delicadas de uma melodia. E aquela música que não toco Desenha-se no ar aos olhos tontos Como do olhar, espelho irrefletido A pauta linda dos teus encantos. Guardo silêncio e ele desmerece Trazendo a música de outro tempo Resta um dilúvio que me entorpece Insiste a melodia e o desalento E aquele peito que não toco As luzes do olhar que eu mais queria Fazem miragem d’água no deserto Nas horas que ainda acenam alegria.
De volta ao corpo Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG E a vida continua....depois de múltiplas perdas. Lendo as Confissões de Agostinho e refletindo com o grupo de psicofilosofia e bioenergia sobre a questão do mal e do lugar do corpo na filosofia, na teologia, na psicologia, enfim, na vida, surgem várias questões. Qual o lugar do corpo na vida contemporânea, que apesar de falar tanto dele, o continua negando? Merleau-Ponty com " A fenomenologia da percepção" nos convida a pensar o corpo de uma forma diferente do que se pensava até então. (Se é que se pode pensar o corpo!) Pensar o corpo próprio, como ele diria pode ser recolocar a essência na existência, na relação corpo-próprio-mundo. Enquanto para Agostnho o corpo é negado, para Merleau-Ponty o corpo é o fenômeno primordial., como experiência vivida no agora do existir. " Eu sou não um "ser vivo" ou mesmo um "homem" ou mesmo "uma consciência",
Amou uma vez e não separou mais Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Depois de oito casamentos frustrados no currículo, a moça se entregou. Aceitou a sugestão de uma sábia amiga de que talvez na posição horizontal descobrisse as razões de tantas separações. Sim, na horizontal de um divã. Ainda que suas experiências anteriores na investigação do inconsciente não tenham sido lá estas coisas, venceu a resistência e marcou hora com um renomado analista. Afinal, se as poucas terapias anteriores e todo investimento em cartomantes não tinham surtido efeito, então a aposta agora seria ainda mais alta, procuraria o ‘melhor’. No dia marcado chegou quinze minutos antes do horário. Precisava observar com cuidado os detalhes do consultório. Sentou na antessala. Cruzou as pernas. Descruzou. Tornou a cruzar, e se percebeu ansiosa quando teve que conter a perna esquerda que balançava feito pêndulo no ar. Bobagem, pensou. De que adianta tentar fazer gênero, se em questão de

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