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Poéticas do amanhã* “Antes eu era transparente, agora sou cheio de cores.” Arthur Bispo do Rosário A inédita conversação nos recantos da palavra delirante possui característica de anúncio. Sua perspectiva de grande abertura oferece derivações a insinuar vontades e perseguir refúgios existenciais. Uma filosofia dos devaneios sugere novas menções. O hospício cotidiano, esse lugar legitimado por força de lei, atualiza seu discurso em paradoxos com olhares desfocados. Enquanto a enfermaria multiplica a fenomenologia dos delírios, o lugar reinventa a camisa de força da normalidade e persegue os poetas enlouquecidos pelo não-dizer. No caso da vírgula contida nesses atalhos, dizeres desconsiderados prosseguem em rituais de ilusão. Sua estrutura significante faz referência aos incríveis vislumbres, numa palavraria sem sentido aos endereços já superados. A condição de miserabilidade física do sonhador medicado faz reverência à medicina dos enganos. Essa como ciência da c
Fragmentos filosóficos delirantes VII* "Obras de arte acabadas, que admiramos e amamos profundamente, são, num certo sentido, vestígios de uma viagem que começou e acabou. O que alcançamos na improvisação é a sensação da própria viagem." "A brincadeira, na forma da livre improvisação, desenvolve nossa capacidade de lidar com um mundo em constante mutação. Brincando com uma enorme variedade de adaptações culturais, a humanidade se espalhou por todo o globo terrestre, sobreviveu a várias idades do gelo e criou artefatos surpreendentes." "Para sermos aceitos, esquecemos nossa fonte interior e nos protegemos por trás das rígidas máscaras do profissionalismo ou do conformismo que a sociedade continuamente nos impõe. Nossa parte infantil é a parte que, como o Louco, simplesmente faz e diz, sem precisar apresentar suas credenciais." "No mundo oriental, ao contrário, praticar é criar a pessoa, ou melhor, revelar ou tornar real a pessoa que já existe.
Fragmentos filosóficos delirantes VI* "Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz." "Sou um escritor que tem medo da cilada das palavras: as palavras que digo escondem outras - quais ? talvez as diga. Escrever é uma pedra lançada no poço fundo." "Eu, alquimista de mim mesmo. Sou um homem que se devora ? Não, é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. mas equilibro-me como posso entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e Deus." "Nunca vi uma coisa mais solitária do que ter uma idéia original e nova. Não se é apoiado por ninguém e mal se acredita em si mesmo. Quanto mais nova a sensação-idéia, mais perto se parece estar da solidão da loucura." "No dia seguinte não reconheço o que escrevi. Só reconheço a própr
SUGESTÃO DE PRESENTE PARA O FINAL DE ANO Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS As festas de final de ano se aproximam, e mais uma vez está na hora de começar a pensar nos presentes de natal, amigo secreto, formatura... O que dar de presente para alguém que já tem tudo e não precisa de nada? Gravata, cinto, bolsa, CD, biquíni, perfume, livro, etc. Seja o que for, esta pessoa já possui pelo menos cinco versões diferentes. A escolha do presente torna-se um exercício de criatividade, muitas vezes difícil de levar adiante e que acaba se transformando em tarefa aborrecida, deixada para a última hora e até mesmo esquecida. Alguns levam a sério o espírito natalino, encarnam Papai Noel, preocupam-se em saber o que os outros gostariam de ganhar e dentro de suas possibilidades, presenteiam o objeto de desejo. Outros ficam tão indecisos nesta hora que terminam por oferecer uma modalidade de presente criada no comércio, para facilitar a vida tanto de quem dá como de que
Uma Página em Branco Beto Colombo Filósofo Clínico Criciúma/SC “O homem é a única criatura que se recusa a ser o que ela é”. Albert Camus. Quando meus filhos eram crianças eu assisti Castelo Ra-tim-bum, onde o garoto Stradivarius recebe um livro em branco e irá usar sua imaginação para escrever sua história, suas magias. Há um filósofo brasileiro que eu admiro muito que se chama Rubem Alves. Para mim, uma de suas maiores obras é o livro “O que é Religião”?. Que trata também desse assunto. Vamos ao assunto: “Então a vespa caçadora sai em busca de uma aranha, luta com ela, pica-a, paralisa-a, arrastando-a então para seu ninho. Ali deposita seus ovos e morre. Tempos depois, as larvas nascerão e se alimentarão da carne fresca da aranha imóvel. Crescerão e sem haver tomado lições ou frequentado escolas, um dia ouvirão a voz silenciosa da sabedoria que habita seus corpos há milhares de anos:” chegou a hora, é necessário buscar uma aranha”. Os pintassilvos cantam hoje como canta

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