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MULHERES NA INTERNET Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Em seu famoso livro “Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus”, John Gray sustenta que o comportamento já vem codificado nos cromossomas: homens se retiram para “suas cavernas” para resolverem problemas, enquanto mulheres “se reúnem e conversam abertamente”. Homens são diferentes de mulheres. A mulher entra no elevador, aperta o botão do décimo andar e antes de chegar ao destino, já está conversando animadamente com outra mulher e descobrindo um novo restaurante nas redondezas. O homem entra no elevador e fica olhando para o piso ou para o relógio. Mulheres adoram fazer contatos, se relacionar, perguntar, responder. Mulheres costumam ir ao médico com mais freqüência que homens. Cuidado: nem todas as mulheres são assim, e quando se trata de saúde, 82% das mulheres sentem-se desconfortáveis para discutir o assunto com familiares e amigos. Por motivos variados, também não procuram imediatamente o médi
Filosofia Clínica ajuda a educar Mônica Aiub Filósofa Clínica São Paulo/SP É possível adaptar alguns métodos da Filosofia Clínica para melhorar o aprendizado dos alunos na escola. Caminho passa por construir uma pedagogia regional, adaptada às necessidades locais dos estudantes. Uma análise sobre a história da Educação brasileira demonstra que, desde os jesuítas, importamos modelos educacionais de outras culturas e realidades, tentando adaptá-los a nossas necessidades. Nossa história demonstra, também, o fracasso de tais modelos, visto não terem sido pensados a partir de nossa realidade e, por isso, não serem, em sua maioria, compatíveis com as necessidades educacionais de nosso país. Diante do desafio de trabalhar com a diversidade humana, o professor necessita, cada vez mais, ser um pesquisador. Não apenas um pesquisador da área em que atua, mas da realidade em que vive e dos seres humanos com os quais trabalha. O professor precisa saber ler as necessidades de seus educa
Emoções Marcelo Osório Costa Filósofo Clínico Belo Horizonte/MG Vamos supor que o partilhante relata que gosta muito de trabalhar, que a sua grande paixão é levantar de manhã e ir para o trabalho, conversar com as pessoas e atendê-las como merecem: com respeito e dignidade. O trabalho é mais prazeroso que minha própria família, diz esse partilhante. A narrativa dessa pessoa diz respeito ao Tópico 4 (Emoções). O que podemos entender pelas Emoções? Lúcio Packter, idealizador da Filosofia Clínica, diz que “É o movimento em partes da Estrutura de Pensamento (EP) que a pessoa vivencia como um estado afetivo qualquer: prazer, dor, alegria, tristeza, amor, ódio, bem-estar, mal-estar, esperança, desejo, saudade, carinho, etc. Assim, engloba o sentimento”. É possível entender que as emoções têm sua origem através de combinações tópicas. Vamos a um exemplo para elucidar melhor tal possibilidade. Pedro tem como Pré-Juízo (Tópico 5) que todas as mulheres são carinhosas, afetivas e que t
Fragmentos filosóficos delirantes XXIX* "Já o ser inquieto não está em nenhum lugar porque a inquietação já é uma forma de não estar nunca estaR que se dirá então do ninguém que mora em mim por não ter não onde morar na terra no ar no maR" "Não amo o espaço que o meu corpo ocupa Num jardim público, num estribo de bonde. Mas o espaço que mora em mim, luz interior. Um espaço que é meu como uma flor Que me nasceu por dentro, entre paredes. Nutrido à custa de secretas sedes. Que é a forma? Não o simples adorno. Não o corpo habitando o espaço, mas o espaço" "Dou-lhe tudo do que como, e ela me exige o último gomo. Dou-lhe a roupa com que me visto e ela me interroga: só isto? Se ela se fere num espinho, O meu sangue é que é o seu vinho. Se ela tem sede eu é que choro, no deserto, para lhe dar água: E ela mata a sua sede, já no copo de minha mágoa Dou-lhe o meu canto louco; faço um pouco mais do que ser louco. E ela me exige
Fragmentos filosóficos delirantes XXVIII* "Quer ganhe ou perca, sou verdade e minto. Se pergunto, a resposta é dos assombros. No sol a pino finjo a madrugada." "Não tenho mais canções de amor. Joguei tudo pela janela. Em companhia da linguagem fiquei, e o mundo se elucida." "Posso agora comunicar-me e sei que o mundo é muito grande. Pela mão, levam-me as palavras a geografias absolutas." "Sou um homem que perdeu tudo mas criou a realidade, fogueira de imagens, depósito de coisas que jamais explodem." "Ó mistério do mundo, nenhum cadeado fecha o portão da noite. Foi em vão que ao anoitecer pensei em dormir sozinho protegido pelo arame farpado que cerca as minhas terras e pelos meus cães que sonham de olhos abertos. À noite, uma simples aragem destrói os muros dos homens. Embora o meu portão vá amanhecer fechado sei que alguém o abriu, no silêncio da noite, e assistiu no escuro ao meu sono inquieto." *Lê
Ilhas de risco Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Desde que nascemos, ou melhor, antes mesmo de sermos concebidos, quando bilhões de metades percorrem longos e vagos impulsos para cumprir metas que sequer têm consciência, perdendo-se e chocando-se contra o desconhecido e contra si mesmos, parece que temos impressa uma característica de risco, de um ‘não sei o que pode acontecer’, tal como um caminhar no vazio, por entre penumbras e sensações desavisadas, sempre expostos ao inusitado ato de sobreviver. O exercício da vida pode ser traduzido como uma constante respiração suspensa, onde desafios nos remetem a desbravar trilhas sinuosas e realizar escolhas, como se os desdobramentos existenciais futuros dependessem da nossa capacidade intrinsecamente humana de resistir e se sobrepujar aos acontecimentos e devires a que estamos constantemente nos expondo. Estranho é supor que há risco em qualquer momento, talvez a todo instante, e não importa a que representação de mundo
A Pior das Rivais Jussara Haddad Filósofa Clínica Rio de Janeiro/RJ É muito frequente a queixa das mulheres sobre o interesse do seu amado por aquela que rouba todas as cenas e os melhores momentos. Que anula aquela escapadinha de domingo à tarde naquela horinha em que as crianças saíram para brincar. Que afasta do casal aqueles instantes da noite, depois do jantar e bem antes do sono incontrolável que reflete o cansaço do trabalho diário, aqueles momentos gostosos, de brincadeiras e caricias que sustentariam a vida de quem quer viver junto, casado, compartilhando. Aquela que é iluminada, animada e fascinante nas suas cores e sons. Aquela que seduz e conquista a grande maioria dos homens que, materialistas acima de tudo, se encantam com suas propostas indecentes de aquisição de bens de consumo de qualquer natureza. Aquela que petrifica, hipnotiza e leva ao total estado de alienação. Que produz o prazer do riso e possibilita a libertação da ira e traz com facilidade inigualáv
A lógica dos casos perdidos* “Sabendo que não há causas vitoriosas, gosto das causas perdidas: elas exigem uma alma inteira, tanto na derrota quanto nas vitórias passageiras.” Albert Camus É incrível tentar descrever os atendimentos de casos perdidos. Àqueles bem depois da sentença diagnóstica do médico ou da interdição jurídica. Um mundo de recursos pessoais desmerecidos a se encontrar na subjetividade confusa. Algo permanece invisível nas entrevistas da razão. Uma geografia insinuante e sedutora costuma cegar a pessoa na relação consigo mesma, sob as mais variadas justificativas. Nesses casos é comum a cumplicidade para sustentar suas rotas de colisão. A atração das axiologias, imperceptíveis quando desejam ofuscar epistemologias, por exemplo, é capaz de desconstruir os raciocínios mais bem postados. Elaborar armadilhas e sustentar paixões dominantes podem se esboçar nalguma forma de dependência, na relação do personagem com os princípios de verdade, recém inventad

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