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Fragmentos filosóficos delirantes XXXIII* "Eu amo Aquele que caminha Antes do meu passo É Deus e resiste. Eu amo a minha morada A Terra triste. É sofrida e finita E sobrevive. Eu amo o Homem-luz Que há em mim. É poeira e paixão E acredita. E recriaste a Poesia Na minha Casa." "Vida da minha alma: Um dia nossas sombras Serão lagos, águas Beirando antiqüíssimos telhados. De argila e luz Fosforescentes, magos, Um tempo no depois Seremos um só corpo adolescente. Eu estarei em ti Transfixiada. Em mim Teu corpo. Duas almas Nômades, perenes Texturadas de mútua sedução." "Aflição de ser eu e não ser outra. Aflição de não ser, amor, aquela Que muitas filhas te deu, casou donzela E à noite se prepara e se adivinha Objeto de amor, atenta e bela. Aflição de não ser a grande ilha Que te retém e não te desespera. Aflição de ser água em meio à terra E ter a face conturbada e móvel. E a um só tempo múltipla e imóvel Não saber se
Fragmentos filosóficos delirantes XXXII* TRADUZIR-SE "Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira. Uma parte de mim alomoça e janta: outra parte se espanta. Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. Traduzir uma parte na outra parte _ que é uma questão de vida ou morte _ será arte?" SUBVERSIVA "A poesia quando chega não respeita nada. Nem pai nem mãe. Quando ela chega de qualquer de seus abismos desconhece o Estado e a Sociedade Civil infringe o Código de Águas relincha como puta nova em frente ao Palácio da Alvorada. E só depois reconsidera: beija nos olhos os que ganham mal embala no colo os que têm sede de felicidade e de justiça E promete incendiar o país" *Ferreira Gullar
DAR SENTIDO AO ACORDAR Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Você não dormiu direito. Pode ter sido insônia, um filho doente, uma festa que se prolongou ou um projeto a ser finalizado. O fato é que seu corpo não descansou, o sono não foi reparador e você tem um compromisso agendado. Qual sua estratégia para pular da cama cedo pela manhã e ir trabalhar, estudar ou cuidar da saúde praticando exercícios? O bom e velho despertador ainda é um dos métodos mais utilizados, mas infelizmente é muito primitivo. . Você já deve ter tido a experiência desagradável de estar deitado, tentando ainda desesperadamente recuperar o sono e de repente aquele susto. Um barulho tão incômodo invadindo seus ouvidos que a freqüência cardíaca aumenta, a respiração fica ofegante e o corpo molhado de suor. Envolto por tal perturbação você instintivamente levanta e desliga aquele som. O dia já iniciou, o calendário mudou, porém você ainda não teve o tempo necessário para sair do ontem. Mais
COLHEITA E PROCESSAMENTO Vânia Dantas Filósofa Clínica Uberlândia - MG A historicidade é a base para a análise de dados e compreensão do processo do partilhante e algumas abordagens podem ser utilizadas na sua observação para elucidar a vida que se apresenta, até por meios não-verbais e intuitivos. Na contação da história de vida, cada palavra será importante, assim como a constituição sintática, a relação entre os termos, e a semântica, ou seja, o significado deles. Agora, como se pode colher uma história de vida? Qual a lucidez necessária para que o partilhante fale do que lhe vai por dentro? Qual é a sua epistemologia? Quais são os instrumentos dos quais o ser se utiliza para conseguir dizer de si, coisa para ele tão difícil, porque muitas vezes ele não se conhece? De quais dados de semiose se vale a pessoa para se dirigir a você? Na verdade, há agendamentos nos mínimos detalhes envolvidos na clínica, desde o momento em que a pessoa toma contato com o desejo de fazer tera
O tempo em que se vive Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Houve um tempo, até poucos anos atrás, que eu me olhava no espelho e tinha quase a certeza de ser uma grega ou romana perdida no tempo. Tudo que se referia ao mundo dos castelos, batalhas e simbolismo religioso me interessava. Estudei as guerras antigas, armas brancas, arquitetura sagrada, códigos de honra das sociedades de guerreiros, paganismo, civilizações desaparecidas, alquimia, mitologia, astrologia, numerologia... Adotei a filosofia estoica como modo de viver (tanto quanto possível), enrijeci uma disciplina para uma vida verticalizada nos pilares de honra e caráter, defini uma estratégia própria para fazer render meus dias. É desta época minha forte admiração pelo imperador filósofo Marco Aurélio e suas meditações, pelos cavaleiros templários e guerreiros samurais. Prevalecia a premissa do ‘faça o que tem que ser feito, independente do quanto doa’. Depois me entreguei a uma nova fase, mas ainda

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