Fragmentos filosóficos delirantes XXXIII* "Eu amo Aquele que caminha Antes do meu passo É Deus e resiste. Eu amo a minha morada A Terra triste. É sofrida e finita E sobrevive. Eu amo o Homem-luz Que há em mim. É poeira e paixão E acredita. E recriaste a Poesia Na minha Casa." "Vida da minha alma: Um dia nossas sombras Serão lagos, águas Beirando antiqüíssimos telhados. De argila e luz Fosforescentes, magos, Um tempo no depois Seremos um só corpo adolescente. Eu estarei em ti Transfixiada. Em mim Teu corpo. Duas almas Nômades, perenes Texturadas de mútua sedução." "Aflição de ser eu e não ser outra. Aflição de não ser, amor, aquela Que muitas filhas te deu, casou donzela E à noite se prepara e se adivinha Objeto de amor, atenta e bela. Aflição de não ser a grande ilha Que te retém e não te desespera. Aflição de ser água em meio à terra E ter a face conturbada e móvel. E a um só tempo múltipla e imóvel Não saber se
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