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Qualidade dos encontros Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre/RS O mundo em que vivemos é um convite explícito para encontros e conexões, seja de forma mais profunda ou superficial, pessoalmente ou por via eletrônica. Todos os dias, esbarramos, encostamos, tocamos e até nos fundimos com outras pessoas. São vozes, rostos, peles, maneiras de pensar e sentir, também de ver a existência, que de alguma forma acabam por integrar o nosso jeito de ser e estar no mundo. A qualidade das interseções é definida por vários fatores, entre eles a natureza de cada um, sua história, intenção, os objetivos e também o contexto.... Maior ou menor grau de intimidade ou de troca intelectual é estabelecido pelo quanto nos sentimos à vontade com a outra pessoa, o quanto confiamos nela, o quanto nos dispomos à exposição... Com o passar do tempo, vamos ficando mais ‘espertos’, com a percepção mais refinada, na avaliação daqueles com quem temos contato. Com alguns nos sentimos à vontade, aconc
O que aconteceu em 2009 Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica Talvez cada vez mais podemos dizer cada vez menos de um ponto da história, uma vez que os elementos se combinam e muito do que aparece em uma época pertence a outra. Parece que em 2009 não deu para Aécio Neves, foi Serra, foi Dilma, foi Sarney ao contrário. Mas em 2010 poderemos saber que nada foi assim e que quem aconteceu de fato em 2009 sequer apareceu. Mas é parte significativa da história comemorar fantasmas. Eles enfeitam, distraem, porém também podem sustentar e erguer os eventos importantes que às vezes necessitam de um fantasma de prefácio. Como ficou aquele voo 447 da Air France? O apagão? A dinheirama na cueca, nas meias? O que de fato foi mais marcante em 2009? As mulheres iranianas protestando, a China novamente, a recessão acabando, Michael Jackson? Se depender da subjetividade, Claude Lévi-Strauss, em Filosofia, vem antes. John Updike também partiu, mas nos fios que constroem a história, não
Fragmentos filosóficos delirantes XXXVII* "Se não fizesse versos Enlouqueceria. Minha saúde mental Depende da poesia. Se não fizesse versos Me suicidaria. Só na estrofe retorna A perdida alegria. Só no poema ultrapasso O limite do tédio. Para o poeta, a metáfora É o único remédio." "Cansei de amor de brinquedo Eu quero amor de verdade Quero sentir que a saudade Está judiando de mim Não quero dizer amor com o coração sossegado Quero pecar sem pecado E andar sorrindo sozinho Até que falem de mim Talvez me chamem de louco Esta loucura eu desejo Eu quero amor de verdade Cansei de amor de brinquedo." “Toda a página em branco Merece um poema. Não devemos viver Cada minuto da vida?” “Um dia eu caminharei na paisagem azul Com a surpresa de nascer de novo. E se tiver sede na jornada eterna Beberei orvalho em lírios transparentes” * Prado Veppo - Médico psiquiatra e poeta santamariense. Querido professor de literatura. Já na década de
Fragmentos filosóficos delirantes XXXVI* "Se se morre de amor! — Não, não se morre, Quando é fascinação que nos surpreende De ruidoso sarau entre os festejos; Quando luzes, calor, orquestra e flores Assomos de prazer nos raiam n'alma, Que embelezada e solta em tal ambiente No que ouve, e no que vê prazer alcança! (...) Amar, e não saber, não ter coragem Para dizer que amor que em nós sentimos; Temer qu'olhos profanos nos devassem O templo, onde a melhor porção da vida Se concentra; onde avaros recatamos Essa fonte de amor, esses tesouros Inesgotáveis, d'ilusões floridas; Sentir, sem que se veja, a quem se adora, Compr'ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos, Segui-la, sem poder fitar seus olhos, Amá-la, sem ousar dizer que amamos, E, temendo roçar os seus vestidos, Arder por afogá-la em mil abraços: Isso é amor, e desse amor se morre!" "E eu amei tanto! — Oh! não! não hão de os homens Saber que amor, à ingrata, havia eu dado;
Escritura Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Escrever é desacordar Uma solidão brutal Somos "pugilistas" Socamos hipocrisias Vitórias momentâneas Lutas marcadas E o mundo lá fora Mas um "cheiro" cai bem Aquece entranhas Tempera criações Tchau!
Por que estudar a Filosofia da Mente ? Mônica Aiub Filósofa Clínica São Paulo/SP Alguns pensadores defendem que a filosofia da mente é a metafísica contemporânea, ou seja, aquela que se dedica à busca dos fundamentos de nossas formas de vida. Esta é uma pergunta muito comum. Algumas respostas iniciais assemelham-se aos motivos pelos quais estudamos o cérebro. Mas mente e cérebro são a mesma coisa? O que vem a ser a mente? Não seria esse, um campo da psicologia? Ou seria um estudo próprio da medicina, em especial da psiquiatria? Ou ainda, não seria melhor abordar o problema a partir da neurociência? Mais precisamente, o problema da filosofia da mente é o problema mente-corpo. John Searle, em Mind, aponta alguns motivos pelos quais os métodos utilizados pela ciência para estudar a natureza são insuficientes para estudar o mental, entre eles: subjetividade, consciência, intencionalidade e causação mental. Podemos mapear o cérebro com tomografias, ressonâncias e outros exames,
Agendamentos Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Juiz de Fora – MG Recebemos ao longo de nossa existência uma série de agendamentos. Entenda-se agendamento como influência recebida por diversos meios e que exercem algum tipo de reação em nós, moldando o que somos. Na sociedade encontramos uma série de influências que são aceitáveis coletivamente por se tratar de conteúdos geralmente expressos por autoridades como a ciência, a psicologia, os meios de comunicação, a religião, etc. Ao nos depararmos com situações diversas do nosso cotidiano, os que tendem a querer uma explicação plausível, recorrem a essas explicações prontas. Por exemplo, uma pessoa se encontra triste e resolve ficar fechada em seu quarto por um tempo. Na primeira tentativa de explicar o que está acontecendo com essa pessoa o que comumente pode vir é o diagnóstico de depressão. Pronto! Já sabemos o que nosso amigo, parente, ou nós mesmos temos. Como se tudo fosse tão fácil de definir desse modo. O erro pare
Papel existencial ou escolha nossa de cada dia Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Televisão desligada. Que delícia! Nem novela, nem BBB. Noite quente com céu estrelado. Janela aberta para o mundo. Ar entrando no peito e reflexão sobre os papéis existenciais e as escolhas nossas de cada dia. Em nossa incrível singularidade vamos escolhendo o que fazer e o como fazer num mundo cheio de possibilidades. A ação nossa de cada dia imprime nossa marca registrada. Em cada lugar e circunstância fazemos um tipo de escolha. Somos multiplos e plurais. Capazes de diversificação e papeis diferentes. Se assim não acontecesse estaríamos engessados atrás de uma persona, máscara. Porque somos livres, seres da escolha, vamos trocando de papéis e de máscaras. Ilusoriamente pensamos que temos que apenas ter um só papel existencial em todos os lugares. Se isto acontecesse... O professor ao invés de ter o papel de pai, ou de marido, ou de amigo, seria em to

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