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Fragmentos filosóficos delirantes XL* ""Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas."" "Em mim também, que descuidado vistes, Encantado e aumentando o próprio encanto, Tereis notado que outras cousas canto Muito diversas das que outrora ouvistes. Mas amastes, sem dúvida ... Portanto, Meditai nas tristezas que sentistes: Que eu, por mim, não conheço cousas tristes, Que mais aflijam, que torturem tanto. Quem ama inventa as p
Escorrendo! Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Por trás da janela coberta de digitais, o pensamento co-cria. Pingos de chuva mansa correm no fio de luz, teleféricos transparentes, translúcidos, aquosos, frenéticos movimentos. Por mais que pareça estranho há uma maresia no ar, vida escorrendo, ondas sedutoras, cânticos, prazeres de mar.
Sexualidade, uma questão de consciência Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG A vida pulsa por todos os poros nos convidando ao encontro. Somos seres pulsantes desejosos do compartilhar corpo e alma. Para os filósofos pré-socráticos o corpo é alma, para os platônicos e cartesianos o corpo é separado da alma. O foco da sexualidade apenas no corpo e na realização do desejo leva a tornar o corpo e o outro como objeto de uso e de prazer momentâneo, muitas vezes sem vínculo, respeito e pior de tudo, um desprazer no final, um vazio existencial e uma busca compulsiva e ilusória de realização. O corpo almado, pleno em sua inteireza, vive a sexualidade como uma dança, uma poesia, uma celebração, onde o próprio corpo se entrega, sem medo e sem repressão. O outro é respeitado e cuidado com delicadeza e ternura. Sexualidade não se resume ao ato genital, é muito mais que isto, é um movimento onde corpo, alma e espírito vivem a realização plena de um encon
Controle e surpresa Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Repousa sobre nós uma consciência histórica sobre a relevância do controle, especialmente das nossas vidas. É preciso ter um projeto, saber para qual direção a existência avança. O sentido de quem somos, de onde viemos e para onde vamos é rascunhado por metas, sonhos, rotinas, para que não percamos o horizonte, o propósito, o foco... Isso tudo me encanta. Adoro bússolas, agendas, relógios... Com esses instrumentos, e tantos outros concebidos na contemporaneidade dos tempos, conseguimos mensurar tempo, espaço, velocidade, direção, frequencia, intensidade. Conseguimos fazer previsões, avaliar consequências, corrigir rotas. Tudo isso é muito rico quando se trata de promover autogenia e valor em nossas vidas. Navegar, sim, é preciso, como já disse o poeta. Mas viver é impreciso. Por mais que utilizemos instrumentos diversos para mensurar nossos avanços e resultados, sempre existirão os imprevistos. Já reside no
Princípio da humildade Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Juiz de Fora/MG O que sei a respeito do partilhante numa consulta? Nada. Como poderei ajudá-lo? Não sei. Quanto tempo levará a clínica? Impossível concluir até que aconteça. O que posso definir a respeito do partilhante então? Nada. A grande incógnita não necessariamente significa impossibilidade de ação. Também não faz do filósofo clínico um inútil. A partir da abertura ao outro propiciado pelas instruções da Filosofia Clínica, o terapeuta torna-se um estudioso do partilhante e acaba aprendendo mais do que ensinando. O mistério do ser humano é sempre um desvelar do que sempre se vela. Sabemos muito pouco do muito que não sabemos. A incompreensibilidade da totalidade do que nos aparece é o reconhecimento de que estamos diante de alguém digno de imenso respeito. Quando os trabalhos iniciam no consultório, pouco se sabe. Quando termina, o pouco tornou-se, muitas vezes, suficiente para ajudar o partilhante no caminh
Me engana que eu gosto Jussara Hadadd Filósofa Clínica e Terapeuta Sexual Juiz de Fora/MG O palco era aquela enorme cama king size completamente branca e macia. A peça era a noite de amor de um casal incandescente de desejo e paixão. E a cena principal era com a mulher que, como protagonista, convencia, como ninguém, o seu amado sobre a existência de uma explosão que no universo feminino muito se fala, mas pouco se conhece de verdade. O tema da peça: o orgasmo feminino. - Ai, meu Deus, você é demais. Assim você me enlouquece. Eu não estou agüentando mais. Ai, ai, ai. Ui, ui, ui, você é maravilhoso. Aiiiii, nossa, fui ao céu e quase não voltei. É mais ou menos dessa maneira que muitas de nós representa o orgasmo em uma relação sexual. E esta representação se dá quando ele acontece, ou não! Os motivos, bom, dos motivos nós vamos falar agora. Talvez não consigamos nos lembrar de todos, mas dos mais corriqueiros, com certeza. Vamos falar também, além da necessidade de representa

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