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Pausa e Só Pausa Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora-MG As pausas promovem a beleza da música e de nossa vida. Saber parar e nada fazer traz a serenidade tão desejada. Vida sábia de quem se rende ao fluir das acontecências. Celebrar com quietude os ventos e azuis. Sem competir, no apenas compartilhar, sentir. Nosso coração em compaixão meditar e doar. A grama cresce....a natureza floresce. Sem nada esperar, a apenas observar. O prazer é sentido nas mínimas coisas. Desapegar. Entregar-se ao amor e ao amar. Esvaziar. Como bambu oco, ser flauta, Por onde a música do cosmos toca. As pausas amansam e aquietam o coração. Para que tanto correr? Para chegar aonde tanta ansiedade? Que haja tempo livre para estar comigo e consigo. Que haja tempo sereno para simplesmente feliz ser. Que venham as angústias existenciais, Que fazem parte desta jornada aprendiz. Sem medo, com confiança a pausa traz a paz, Mesmo que na guerra, mesmo diante
Protocolos sociais Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre-RS Outro dia acompanhei um debate acalorado sobre as escolhas de duas pessoas, uma relacionada a afetividade e outra a imagem pública. Para fins didáticos, vamos considerar aqui personagens A e B, respectivamente. Nosso personagem A, feminino, havia saído de um relacionamento homossexual, disposto a encontrar agora o homem de sua vida. O sujeito, conforme as orientações da mãe da moça, deveria ser rico, de boa família, e disposto a dar a sua filha uma vida doméstica de conforto material, filhos saudáveis, viagens e muitos mimos, isentando-a dos dissabores e dificuldades de uma vida profissional. Nosso personagem B queria trocar o carro por um importado, terminar de pagar o apartamento em um dos melhores bairros da cidade, e assumir um ar mais charmoso, renovando o estilo a partir de suas roupas e corte de cabelo. Para isso, logicamente, contava com a possibilidade de um auxílio da família, especialmente da m
Fragmentos filosóficos delirantes LIV* "Já te despedes de mim, Hora. Teu golpe de asa é o meu açoite. Só: da boca o que faço agora.. Que faço do dia, da noite.. Sem paz, sem amor, sem teto, caminho pela vida afora. Tudo aquilo em que ponho afeto fica mais rico e me devora." " Respirar, invisível dom - poesia! Permutação entre o espaço infinito e o ser. Pura harmonia onde em ritmos me habito. Única onda, onde me assumo mar, sucessivamente transformado. De todos os possíveis mares - sumo. Espaço conquistado. Quantas dessas estâncias dos espaços estavam já em mim. E quanta brisa Como um filho em meus braços. Me reconhece, ar, nas tuas velhas lavras .. Outrora casca lisa, Céu e folhagem das minhas palavras." *Rainer Maria Rilke
Fragmentos filosóficos delirantes LIII* "Nos galhos secos de uma vida afora. Há certo convite lido num subtexto... Há dialeto enrugados de linguagens. Estágios de bichos, pedras, vegetais... Infância gaguejante na liberdade da língua. Há crianças! Poetas colorindo fábulas num tom de metamorfose. Há seres gramaticais que irrompem em certas madrugadeiras... e isso são homems de galhos secos vida afora!" "A fala tinge de branco o que a incerteza nos impõe: o silêncio!" "A solidão me madurou de borboleta... Estou apto. Já posso discursar com minhas paredes." "Fui interno durante longos dias... até que me encontrei." "Aos poucos os dias azuis e brancos... Ritimam entre os cinzas e negros (numa lentidão simbólica)... Assim nasce: o que invariavelmente chamamos de espera..." *José Carlos Djandre Rolim
Futilidade e Preconceito "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Patrícia Rossi Advogada, Filósofa Clínica Juiz de Fora - MG Antes de começar essa reflexão, quero me ater a alguns conceitos. O primeiro deles é de futilidade, ser fútil, que segundo o dicionário, quer dizer: fú.til : adj (lat futile) 1 Leviano, frívolo. 2 Vão, inútil. 3 Que tem pouca ou nenhuma importância. Agora tenhamos o significado de individualidade: sf (individual+dade) 1 O que constitui o indivíduo. 2 Conjunto das qualidades que caracterizam um indivíduo. 3 Filos A parte imperecível e imortal do homem. Distingue-se da personalidade, que perece quando o homem abandona a existência física. É a partir desses dois conceitos que quero refletir. O que realmente é ser fútil? Essa palavra tem sido usada tanto ultimamente, como forma de preconceito e crítica a diversas pessoas, poder diversos comportamentos que são ou deixam de ser o padrão que a sociedade, leia-se, a "elite que se acha in
Mera Coincidência Beto Colombo Empresário Filósofo Clínico Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma-SC Aldous Huxley, em sua obra O Admirável Mundo Novo, livro da década de 30, narra um futuro no qual a sociedade é regida por castas e os males, os problemas, dúvidas, inseguranças, quem sabe depressão, stress, tristeza, euforia, hiperativismo seria controlado pelo consumo de uma droga sem efeitos colaterais aparentes, chamada de “soma”. Qualquer semelhança é mera coincidência. Profetizando os nossos tempos? Em meu artigo de hoje, desejo me ater somente numa parte do livro. Refiro-me a parte onde as crianças eram ensinadas a odiar as belezas da natureza porque as árvores, flores e paisagens nos dão prazer gratuito, e isso, o prazer gratuito, é muito ruim para a economia. Em contrapartida a isso, elas eram ensinadas a amar as coisas artificiais. Um exemplo? Vamos a ele: “É economicamente prejudicial ter prazer em remar num lago tranquilo”, argumentavam os defensore
COMER, ANDAR E SORRIR Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre-RS Durante muito tempo cultivei a fantasia de que um dia, quando estivesse bem velhinho contaria o segredo de minha saúde e jovialidade. Resolvi antecipar a data por vários motivos. 1) Não sei se vou ser um velhinho saudável 2) Meus leitores não merecem ficar privados destes conhecimentos por mais 50 anos 3) Os conceitos mudaram 4) O segredo da existência não consiste apenas em viver bastante, mas em saber para que se vive e poder compartilhar. Comer a metade, andar o dobro e sorrir o triplo. Comer a metade – Magros vivem por mais tempo, são considerados mais saudáveis e formam o padrão atual de beleza. Na tentativa de emagrecer, pessoas ficam sem comer por longas horas. Isto não funciona. Jejum prolongado não emagrece, porque a partir de 8 horas sem alimentação, o corpo passa a poupar energia e não consome mais tantas calorias. Além disto, ao invés de utilizar gordura como fonte de energia, o corpo pas
O paradoxo da novidade. Jussara Hadadd Terapeuta sexual e Filósofa Clínica Juiz de Fora-MG Você está preso e acredita que só pode viver dentro dos padrões e dos conceitos enraizados em sua mente a partir e até quando sua personalidade foi formada, até quando sua linha de pensamento foi formatada pelas pessoas e pelos meios que influenciaram sua vida e a maneira como deveria viver, dentro dos limites do certo e do errado, contextualizando a sociedade e você dentro dela. Você caiu em uma armadilha e agora não consegue se libertar. Você nem ao menos sabe que precisa se libertar. Todo mundo diz que você poderia mudar nisto ou naquilo, para ser visto como alguém menos polêmico ou menos chato, mas você não enxerga o caminho para a mudança. Formou seus conceitos, plantou seus valores e só sabe viver dentro deles. Um exemplo: muitos homens acreditam que em muito pouco tempo de casamento o interesse sexual por suas mulheres deve acabar e que eles, porque são homens e não podem mais f
Fragmentos filosóficos delirantes LII* Acontece amiúde que as verdadeiras tragédias da vida apareçam de forma antiestética, que nos ofendam com a sua crua violência, a sua incoerência absoluta, a sua absurda falta de sentido, a sua total falta de estilo. Agem sobre nós da mesma forma que a vulgaridade. Dão-nos a impressão da mera força bruta, contra a qual nos revoltamos. De vez em quando, no entanto, uma tragédia que possui os elementos da beleza passa pelo nossa existência. Se estes elementos de beleza forem verdadeiros, despertarão o sentido dramático que existe em nós. De repente percebemos que já não somos os protagonistas de um drama, mas sim os espectadores. Ou então somos as duas coisas juntas. Assistimos ao espetáculo de nós mesmos, e somos tomados pela maravilha do espetáculo. *Oscar Wilde

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