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Ferimentos Idalina Krause Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Sem porto seguro navego águas turbulentas encostas sacode corpo nú massageia espírito dolorido sopro quentes palavras borbulhantes poções aquecem entranhas inspiração possível criação metamorfoseante colo treme frenesi caixa possuída inquietação fantasma fantasias fome febres fendas frágil fidelidade filosofias fugidias fisionomias finos fazeres fios fachadas fora faiscado falso fascínio fomentado fosfóricamente fazendo ficar flores ferimentos
A difícil arte de escutar Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofoa Clínica Juiz de Fora/MG A tagarelice real e mental toma conta quando aos encontros surgem. Cada um quer falar mais que o outro. A ansiedade domina. A luta pelo poder e a competição assumem o comando. Silenciar, escutar e dialogar, na maioria das vezes, não acontece. Sair de si, Escutar por inteiro, Em pura presença, No tentar compreender, É uma arte sábia. Ouvir não basta. Silenciar é preciso, Em total atenção a fala do outro. Muitas vezes, só se pensa na autoafirmação, Querendo alimentar o ego do poder. Não se escuta o que outro está falando pois, A preocupação é apenas no que vai responder. E na maioria responde-se exatamente algo que não tem nada haver com a conversa. Escutar requer respeito, Abertura, Capacidade reflexiva, Humildade, Capacidade aprendiz. O silenciar nem sempre significa escuta. A tagarelice interna pode estar cheia de prejuízos. O silêncio da escuta pontua e
Significados Beto Colombo Filósofo Clínico. Empresário. Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC. Criciúma/SC Aquela água da torneira clorificada torna-se benta se colocada num cântaro no altar da gruta, assim como a flor pode ser uma confissão de amor, ou até uma afirmação de saudade se jogada sobre uma sepultura. O fogo torna-se símbolo sagrado nas velas dos altares e nas piras olímpicas. Rubem Alves, no livro O Que é Religião, com sabedoria diz que há coisas que significam outras, são as coisas/símbolos. “Uma aliança significa casamento; uma cédula significa um valor; uma afirmação significa um estado de coisas além dela mesma.” E se alguém simplesmente usar uma aliança na mão esquerda sem ser casado? Uma cédula pode ser falsa. Uma afirmação pode ser uma mentira. Por isso, quando nos defrontamos com as coisas que significam outras coisas é inevitável que levantemos perguntas acerca de sua verdade ou falsidade. Aquela fonte no morro, que era apenas uma bica d’água, t
Ilhas de risco Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ Desde que nascemos, ou mesmo antes de sermos concebidos, quando bilhões de metades percorrem longos e vagos impulsos para cumprir metas que sequer têm consciência, perdendo-se e chocando-se contra o desconhecido e contra si mesmos, parece que temos impressa uma característica de risco, de um ‘não sei o que pode acontecer’, tal como um caminhar no vazio, por entre penumbras e sensações desavisadas, sempre expostos ao inusitado ato de sobreviver. O exercício da vida pode ser traduzido como uma constante respiração suspensa, onde desafios nos remetem a desbravar trilhas sinuosas e realizar escolhas, como se os desdobramentos existenciais futuros dependessem da nossa capacidade intrinsecamente humana de resistir e se sobrepujar aos acontecimentos e devires a que estamos constantemente nos expondo. Estranho é supor que há risco em qualquer momento, talvez a todo instante, e não importa a que representação de mundo nos remet
A arte da convivência Sandra Veroneze Jornalista e Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Estou com vizinhos novos. Quer dizer, em breve os terei, porque a fase atual é de reparos na casa ao lado do meu prédio. Mas já não gosto deles. Uma amiga disse que estou exagerando e sendo chata e é bem provável que sim, só porque não gosto do som que eles escutam e democraticamente compartilham com toda vizinhança: funk. Essa amiga minha também tem uma situação chata pra administrar. A mãe ainda não percebeu que a filha cresceu e tem andado com umas ideias meio estranhas, como por exemplo acompanhá-la nas férias na praia, junto com o amor e os amigos da menina, como forma de protegê-la (em outras palavras: monitorá-la). Detalhe: minha amiga tem 33 anos. Os exemplos de quanto a arte da convivência é delicada são infinitos. Alguém disse certa vez que a liberdade de um termina quando começa a liberdade do outro. Particularmente, acredito que todo mundo pode ter liberdade conjuntamente, desde q
Fragmentos filosóficos (nada) delirantes LIX* "Na proporção em que o matrimônio passou a ser considerado sagrado e indissolúvel, a psiquiatria involuntária foi considerada indispensável, uma verdadeira benção; e na medida em que a discórdia conjugal e o divórcio são considerados escandalosos, a doença mental e seu tratamento compulsório serão considerados científicos." "A esquizofrenia é definida de modo tão vago que, na realidade, trata-se de um termo frequentemente aplicado a quase toda e qualquer espécie de comportamento reprovado pelo locutor." "A esquizofrenia é um símbolo sagrado da psiquiatria, da mesma forma que, digamos, o cristo crucificado é um símbolo sagrado do cristianismo." "Antes de 1900, os psiquiatras acreditavam que a paralisia geral era devida a má hereditariedade, alcoolismo, fumo e masturbação." * Thomas S. Szasz Médico. Professor de Psiquiatria da Universidade Estadual de Nova York.
Brincando de Ser Feliz Jussara Hadadd Terapeuta sexual e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Fantástica essa era moderna onde tudo é possível e toda a imaginação é potencializada e toda experiência é apreciada e aproveitada. Bendita era, onde os sagazes se realizam perante a facilidade em encontrar alternativas para driblar desde a falta de dinheiro até a falta de amor e de sexo. Maravilhosa a indústria do sexo que oferece produtos de todos os tipos facilitando o acesso ao prazer a quem até bem pouco tempo pensava que iria morrer à míngua. Nesta categoria, podemos citar as pessoas que se acham feias e indesejáveis, os tarados de plantão, os reprimidos, os medrosos, e os fingidos. As lojas não se restringem aos espaços físicos e pela internet, é possível comprar qualquer objeto de prazer, qualquer brinquedo que eleve a um nível bem próximo da realidade, qualquer tipo de fantasia sexual. Fazer sexo sozinho e com qualidade, agora virou algo perfeitamente realizável. Ficou
Aprendendo a conviver Giovani Alberton Ascari Filósofo Clínico Orleans/SC Você que lê este texto, talvez seja uma daquelas pessoas que sente bem quando está junto de outras pessoas: a família, os amigos, os colegas de trabalho, o seu time de futebol, algum tipo de associação da qual você faça parte, as festas sociais... enfim, você é uma pessoa ativa, envolvida em vários grupos sociais. Você é alguém que gosta de estar com os outros e que participa intensamente da vida social. Mas, pode ser que você pense: “não, eu não sou assim, eu não gosto de estar com as pessoas, prefiro mais a solidão e os meus bichos de estimação”. Tudo bem, não estou aqui para julgar e não vejo problema em ser de um jeito ou de outro. As pessoas são diferentes mesmo. Há pessoas, por exemplo, que vão à Igreja, movidas pela fé, para encontrar-se com Deus. Mas, há quem vai à Igreja para encontrar-se com as outras pessoas da comunidade. Há também aquele que vai à Igreja, justamente quando não há ninguém p

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