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Fragmentos filosóficos delirantes LXVII* Sobre a Escrita, Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio. Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma idéia. Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento. Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. Sempre achei que o traço de um escultor é identificável por um extrema simplicidade de linhas. Todas as palavras que digo - é por esconderem outras palavras. Qual é mesmo a palavra secreta? Não sei é porque a ouso? Não sei porque não ouso dizê-la? Sinto que existe uma palavra, talvez unicamente uma, que não pode e não deve ser pronunciada. Parece-me que todo o resto não é proibido. Mas
O OUTRO Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Querido leitor, que você esteja bem. Hoje vamos refletir sobre O Outro. De todos os animais, talvez o ser humano seja aquele que mais necessita do outro, a começar pelo tempo em que começa a ter decisões próprias, autonomia de ideias e financeira. Lembro-me de quando estava no caminho de Santiago e filosofava despreocupadamente quando tive um _insight_: "O eu somos nós". E aqui vale refletir, pois jamais chegaremos ao "nós" se não reconhecermos que fora de mim há o outro e que este outro também sou eu. Por isso, hoje desejo falar com você sobre este encontro com o outro. Para mim, falar do outro é falar de Emmanuel Lévinas, filósofo francês nascido numa família judaica na Lituânia. Apesar de ser exilado e aprisionado pelos nazistas, forçado a viver no cativeiro, onde escreveu e desenvolveu boa parte de sua filosofia, ele nunca se referiu aos nazis
Crescer??? Jane Difini Kopzinski Fisioterapeuta, Quiropraxista, Filosofa Clínica Porto Alegre/RS Minha criança De leve esperança Com alma branda Sutil gentileza Marota faceira Quebrando a razão Da adulta imperfeita Traquinagens inconseqüentes Suavidade e leveza Faceirice radiante No mundo amante Da vida que desperta Vivências após Autogenia perfeita De uma adulta feliz Compartilhada existência
O avesso de mim Pe. Flávio Sobreiro Poeta e Filósofo Clínico Cambuí/MG "O mais importante do bordado é o avesso é o avesso" (Jorge Vercillo e J. Velloso) Nossa sociedade tornou-se sinônimo de agitação; já não encontramos tempo para mais nada. Desejamos que o dia tenha trinta horas, porque as 24 horas que temos parecem poucas para tantas demandas próprias do nosso cotidiano. Divorciamo-nos da paciência e hoje somos prisioneiros da pressa. Buscamos o futuro sem viver o presente. Nas tramas da vida, os bordados de nossa história são, por vezes, mal feitos e tortos. A arte do bordado carrega em si um grande ensinamento para nossa vida. Se o avesso do bordado estiver perfeito, o bordado também estará perfeito. No entanto se o avesso do bordado estiver defeituoso, o bordado também estará imperfeito, mesmo que, ao primeiro olhar, ela pareça bonito. Muitos corações estão com o avesso mal acabado. Há linhas de sentimentos soltas e nós de incompreensões mal arrematados. A
COM PAIXÃO Will Goya Filósofo Clínico, Poeta. Goiânia/GO Entra, se eu servir de abrigo. Até hoje nossa casa só foi habitada por fora. Há tantos olhares que não foram ditos... Enquanto me demorava em não te conhecer. Se te adoro em tão pouco encontro É que o tempo se acumula em delicados excessos. A espera não deveria ser feita de desejos... Mas é. Mais breve que o amor, foram os dias e noites antes da tua chegada. Soubesse tão perto, acordaria mais cedo. Eu te vi sumir a cada esquina, quando corri. E amei tudo o que não me deixava em paz, Como se o amor fosse troca, compensando a falta. Amor antigo, na frente de estranhos. Contigo aprendi o que era o mundo na tua ausência, E ainda nem chegaste. Sozinho em San Pablo, California/US, entre as leituras e as frestas da janela veneziana do meu quarto, observava a noite chegar. Então pensei: “quando chegará o meu grande amor?”. Tolice! Como se um grande amor fosse outra coisa que não o acúmulo e o metabolismo d
Muitos chamados Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Vida acontecendo nos múltiplos convites. Vastidão de possibilidades. Intensidades de acontecências. E urgência de fazer escolhas. Sou livre. Bibliotecas, livros, portas abertas. Ruas, pessoas, corações pedintes. Somos realmente livres? Os chamados de fora angustiam. O chamado de dentro escolhe Entre o dentro e o fora o conflito, a pausa ansiosa Angústia frente aos muitos. No fora o universo em expansão No dentro o universo em comunhão. Escolha, entre o sim e o não Estou no chão em trânsito Metáfora viva. Linguagem. Comunicação. Ponto e vírgula,
Escrever é... Luana Tavares Niterói/RJ Uma catarse... quase um delírio. Difícil até mesmo dimensionar. Um movimento que transborda, vindo do que ainda falta ser dito, do que nem mesmo se entende, do que se pretende ou não e até do que não se consegue dizer. Vindo do âmago ou da superfície, não importa. O que conta é que costuma vir da alma, do que reconhecemos em nós mesmos; daquilo que se desafia, se precipita e se extingue. Uma eterna página inacabada; um eterno devir... Escrever é quase solitário, e imprevisível, e incrivelmente confortador! Mas não é um caminho simples. Que ninguém pense que é corriqueiro ou mesmo obviamente possível externar o que se sente ou o que se pensa. Pode ser até doloroso, de uma dor que machuca, mas que também compensa e se redime pelo sofrimento provocado, curando e renovando. Por conta do seu movimento, é uma ação autorreflexiva, autoflageladora, de onde não se prevê a consequência... quase uma loucura, exacerbada pela irresistível ação que

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