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Retalhos da Alma Pe. Flávio Sobreiro Filósofo Clínico, Poeta Cambuí/MG Retalhos de velhos tecidos tornam-se bonitas colchas quando costurados com amor. O que era velho se torna novo. Tecidos que um dia marcaram momentos importantes da vida tornam-se um quando juntos unem-se para uma nova realidade. A arte de costurar os velhos retalhos de tecido exige paciência. É preciso se despedir daquela roupa que não mais tem utilidade. Recortar o que de bom ficou. Costurar é dar vida ao que restou. Uma colcha de retalhos ganha aos poucos à sensibilidade de quem a confecciona. Cores, formas, desenhos, esperanças, dores... Muitos momentos unidos para um único objetivo: unir pedaços de velhos tecidos que foram esquecidos no fundo das gavetas do guarda-roupa da alma. Em nosso guarda-roupa encontramos os momentos de nossa vida. Aquela camisa que marcou o primeiro encontro com a pessoa amada. O sapato que acompanhou a despedida de quem um dia conviveu conosco. O lenço que enxugou as lágrimas
Filosofia Clínica e os elementos da inventividade Bruno Packter Filósofo Clínico Florianópolis/SC A característica central do procedimento clínico Atalho é a inventividade, a doxa, a criatividade. Isso em geral é atestado no convívio com a pessoa, mas deve ser respaldado pela compreensão da historicidade desta. A grande característica das pessoas que utilizam este submodo, e que aparece muito, ao longo da historicidade ou em alguns eventos da vida, é ter por hábito o olhar diferente as coisas que para os outros são iguais. Algumas pessoas constroem seus Atalhos, ou seja, criam novas saídas na vida através dos impedimentos, dos obstáculos. Isso quando o submodo Atalho estiver associado ao procedimento clínico Em Direção ao Desfecho, mesmo que ainda tenhamos aqui somente os indícios. Saberemos se o Atalho será ou não producente à pessoa através da história de vida dela. Por exemplo, se a pessoa está inserida em uma instituição dogmática, fechada, provavelmente as questões da
Eu não consigo chegar lá. Alguém pode me ensinar? Jussara Hadadd Filósofa Clínica, Terapeuta sexual Juiz de Fora/MG A participação da função sexual é muito importante na formação do psiquismo humano, mas há ainda hoje, principalmente entre os povos ocidentais, certo preconceito de culpabilidade, relacionado à atividade sexual feminina. O corpo feminino ganha contornos de sensualidade e erotismo, além de ser um instrumento de prazer para a própria mulher, seja na relação sexual, seja na prática da masturbação que passou a ser denominada também de autoerotismo, algo até então inimaginável. A virgindade não é mais imposta como norma para todas as mulheres. A mulher na fase da menopausa ganha novas possibilidades para o exercício de sua sexualidade. A imagem que se fazia da mulher era de alguém frágil que precisava ser decifrado, e o orgasmo algo a lhe ser oferecido. Hoje, na contramão da história, percebemos que tais problemas ainda habitam o ambiente do mundo masculino, sobretu
Fragmentos filosóficos delirantes LXXXV* "(...) considerei a rua um ser vivo, tão poderoso que consegue modificar o homem insensivelmente e fazê-lo o seu perpétuo escravo delirante (...)" "Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem" "Para compreender a psicologia da rua não basta gozar-lhe as delícias como se goza o calor do sol e o lirismo do luar. É preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível, é preciso ser aquele que chamamos 'flâneur' e praticar o mais interessante dos esportes - a arte de flanar" "A rua continua, matando substantivos, transformando a significação dos termos, impondo aos dicionários as palavras que inventa, criando o calão que é o patrimônio clássico dos léxicons futuros" "O homem chora, ergue os olhos para o azul do céu, a menor das suas ilusões povoa-o de forças invis
Cambalhotas do mundo Patrícia Rossi Psicoterapeuta, Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Hoje eu não vim falar de moda. Nem vim falar de maquiagem, nem de sapato, nem bolsa, nem creme, nem vestido. Hoje eu quero falar de gente. Quero falar de sentimentos, de corpos, de almas, de encontros e desencontros. Já pararam pra pensar em como o mundo não dá apenas voltas, mas dá cambalhotas? E o mais curioso, com todos nós dentro dele? Pois é, pois é! Embaralha tudo que estava quieto, em seu devido (será?) lugar, no seu canto, do seu jeito, na sua quietude. Ele vem, e como um tsunami ou um furacão, arranca tudo do lugar, mistura, reorganiza, bagunça, e leva as coisas e pessoas não se sabe pra onde, e te põe de frente com não se sabe o que, ou quem. E no começo você chora a falta do seu lugar, do seu espaço como era, das suas coisinhas ali inertes, e se assusta com aquela imensidão de incertezas, de coisas belas e feias que você jamais poderia imaginar se tivesse continuado quieto no seu
Dublin, Irlanda Lúcio Packter Pensador da Filosofia Clínica O rapaz contou em tom casual, literatura de passeio, que se casou com um casal. Quinta-feira, 25 de setembro, uma tarde de sol na Irlanda. Bem, ele se casou com um casal, mas como ele era anteriormente casado, perguntou se existiria algum grau de parentesco entre sua mulher e o casal com quem se casou. Um casamento verbal, sem papel, porque “no verbal o mundo parece mais íntegro” – foi o que ele disse. Reparei que ele tinha as unhas das mão esquerda pintadas de azul; as unhas da mão direita eram carmim. Esta situação vertiginosa para muitos de nós torna-se menos rara a cada dia. As interseções deixam os limites dos padrões e rumam para complexidades maiores e maiores. Algumas pessoas adoram concepções que dificilmente têm como ter desempenho de eficácia ou eficiência juntas; no entanto, as adotam exatamente porque é no impedimento que ela transitam com a espevitamento esportivo com que transitamos em um Ferry Boat em
Silêncio Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Sábado eu e minha companheira fomos num Shopping Center em Florianópolis onde as garagens ficam no último andar e, ao entrarmos, foi como entrar numa colmeia de abelhas, tamanho o ruído. Mas minha maior surpresa foi quando fui pela primeira vez no Corcovado (RJ), o ruído é coisa impressionante, eu não conseguia entender de onde vinha tanto ruído, é inacreditável. Como gosto de ouvir o silêncio... Às vezes vou para a Chácara da Lagoa somente para ouvir o silêncio. Ultimamente não tenho conseguido, até lá o barulho dos sons dos tocadores de CD´s dos automóveis têm quebrado aquele paraíso silencioso. Será que temos medo do silêncio? Ano passado emprestei o chalé para um colega que precisava se concentrar no seu trabalho de mestrado e pediu para se hospedar por três dias. Foi sem seu automóvel, pois pretendia se isolar do mundo e temia que se fosse com seu automóvel ele reto

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