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Meus 60 anos Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filosofa Clínica, Escritora Juiz de Fora/MG Nasci velha. Eterno retorno. Renascimento neste tempo de envelhecer. Por isto alegremente celebro meus sessenta anos. Nasci no dia de Ação de Graças. Desde pequenina olho para fora a questionar a existência e olho para dentro tentando encontrar minha essência... Sou esta que sou! Chegar aqui é uma vitória. Para quem não poderia viver um dia, todo dia é um milagre. Assim tenho muito que contar e muito ainda a comunicar. Entro no tempo da realização e celebração, no caminho alquímico de fazer a alma. Esta é minha carta de alforria para transgredir e subverter, para deixar sair esta rebelde que sempre me habitou e que por vezes reprimi. Poder viver sem culpa minhas imperfeições, livremente, e me expressar mais loucamente. Agora é tempo de lapidação, do tirar as arestas e dar brilho à consciência no exercício da compreensão. Hora de soltar meu Dioniso e dar vazão as imagens criativas q
Fragmentos filosóficos delirantes LXXXVII* "O Dr. Ricardo Reis nasceu dentro da minha alma no dia 29 de janeiro de 1914, pelas 11 horas da noite. Eu estivera ouvindo no dia anterior uma discussão extensa sobre os excessos, especialmente de realização, da arte moderna." "Ora um desvio patológico equilibrado é uma de duas cousas - ou o gênio ou o talento. Ambos estes fenômenos são desvios patológicos, porque, biologicamente considerados, são anormais; porém não são só anormais, porque têm uma aceitação exterior, tendo, portanto, um equilíbrio. A esse desvio equilibrado chamar-se-á gênio quando é sintético, talento quando é analítico; gênio quando resulta da fusão original de vários elementos, talento quando procede do isolamento original de um só elemento." "A verdadeira arte decadente é a dos românticos. Aqui o ponto de partida é o sentimento; o intelecto é utilizado para interpretar esse sentimento." "A beleza, a harmonia, a proporção não era
Alma gêmea, difícil de explicar, fácil de sentir. Ildo Meyer Médico, Filósofo Clínico, Escritor Porto Alegre/RS Sabe aquela situação onde você quebra o braço, precisa engessar e então começa a reparar um monte de gente com braços machucados como o seu? Ou quando quer comprar uma bolsa e de repente começam a desfilar na sua frente pessoas com marcas, cores e modelos diferentes? Parece que ficamos mais ligados e nossos sentidos começam a funcionar como um radar, detectando em qualquer lugar aquilo que estamos procurando. Depois do episódio do cão que me acompanhou na corrida de rua e partiu por falta de despojamento meu em adotá-lo, passei a ficar mais atento. Olho para os lados na esperança de encontrar novamente minha alma gêmea corredora. Talvez esta atenção esteja exercendo algum poder de atração. Depois de uma semana correndo e procurando sem sucesso o cão, uma adolescente começou a me seguir na rua, exatamente como ele fizera. Feliz e sorridente como uma criança brinc
Os sonhos de Andy Pe Flavio Sobreiro Filosofo Clínico, Poeta Cambuí/MG Andy era uma lagarta muito triste. Passava os dias sozinha. Não tinha amigos. Vivia isolada de tudo e de todos. Mas porque Andy vivia desse modo? Vamos ver como tudo começou... Certo dia suas amigas, resolveram participar de um concurso de beleza: Miss Inseto. Para participar do concurso era necessário fazer a inscrição. Mas nem a inscrição Andy conseguiu fazer. Ao chegar ao local, foi logo reprovada. Disseram a ela que para se inscrever era preciso ter pelo menos alguma beleza exterior... O tempo foi passando e Andy se tornou uma velha lagarta. Sua aparência feia não impediu que se tornasse um inseto especial. Ela amava a todos, aprendeu a superar as tristezas, e sempre dava sábios conselhos a quem lhe procurava. Porém, no fundo do seu coração tinha uma pequena tristeza: desejaria que a natureza pudesse ter sido um pouco mais generosa com ela... Certa manhã, Andy não apareceu para irrigar as flores do s

A forma da distância*

Distância é uma coisa engraçada né? Tem tantas dimensões, tantos tamanhos, tantas formas… Tamanhos? Formas? É! Hoje em dia a distância pode ter forma de computador, de skype, de msn, de facebook. Forma de câmera com microfone. Ou mais moderno ainda, forma de telefone celular que mostra a pessoa do outro lado, como nos Jetsons (do arco do velha, mas que também sentiam saudade, aposto). Quanto mais o tempo passa, quero dizer, a modernidade chega, mais as distâncias diminuem. Antes era tão difícil falar com alguém. Telefone não existia, carta demorava dias, meses e até anos. Hoje não. A tecnologia melhorou tudo (ou não, pode ter afastado ainda mais as pessoas que agora se escondem atrás da tela de um computador). Hoje existe avião, barco, navio, helicóptero, carro, moto, ônibus… até espaçonave existe. E existe telefone, celular, internet, sedex, sedex 10, skype, Viber e Whatsapp pros mais moderninhos. Tantas formas de chegar… chegar onde quer, do lado de quem deseja, no lugar qu
Ser ou Não Ser Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Questões existenciais, quem não as tem? Pois é, talvez, quem sente é quem sabe. A frase “ser ou não ser eis a questão”, originária da peça A Tragédia de Hamlet – Príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare, é uma prova inconteste que as questões existenciais estão aí, há séculos. A cena que sempre me vem a mente é Hamlet, o personagem principal, com uma caveira na mão questionando se vale a pena continuar vivendo e sofrendo ou tirar-lhe a própria vida. No início do ato III, cena I, Hamlet declama: “Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz ou pegar em armas contra o mar de angústias e combatendo-o, dar-lhe fim?” Shakespeare, ao escolher tal frase, “ser ou não ser eis a questão”, talvez não imaginasse tantas interpretações dessa frase longe daquele contexto. A frase pode ser entendida como uma alegoria qualquer “faço isso ou não faço

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