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Sobre a Lua Luana Tavares Filosofa Clínica Niterói/RJ A Lua sempre me encantou, mas não por algo em especial e sim por puro fascínio. Na verdade, não saberia explicar exatamente o porquê, talvez simplesmente a entenda como se fosse um espelho da própria singularidade humana. A Lua é inteira, é metade, se oculta e transparece no seu próprio tempo, mas também reflete, provoca, inspira, desvanece. Seu movimento preenche expectativas, controla colheitas, determina processos e desperta poesias... sem justificar ou se explicar, apenas concentrando a vida em suas fases e não se importando com as distâncias e as temporalidades. Desde que seu brilho não seja ofuscado pelo vácuo insondável da simplória existência, ela se manifesta a quem puder senti-la e apreciá-la. Também partilha momentos de intimidade e introspecção, assim como aqueles de euforia e perdição. Já presenciou dores e alegrias, discursos vãos e profundas falas de rua. Das sombras à plenitude, cumpriu seu destino de ma
Fragmentos filosóficos delirantes XCI* "As letras que compõem uma palavra, embora sendo cada uma racionalmente insignificante, buscam em nosso espírito, incessantemente, sua liberdade, a liberdade de significar outra coisa." "Dionísio é um deus complexo, dialético; é ao mesmo tempo um deus infernal e da renovação; é o próprio deus desta contradição." "É necessário lembrar que a classificação das vozes humanas - como toda classificação elaborada por uma sociedade - nunca é inocente." "(...) constato, mais uma vez, como é difícil falar daquilo que se ama." "O estatuto do canto romântico é, por natureza, incerto (...) como arte extrema, se exprime através de um ser singular, intempestivo, marginal, louco se, em um último gesto de elegância, não recusasse a máscara gloriosa da loucura." "A voz humana é, na verdade, o espaço privilegiado (eidético) da diferença: espaço que escapa a todas as ciências, pois nenhuma ciência (f
RETIRANTE DE SI* Vânia Dantas Filosofa Clínica Uberlândia/MG Vou-me embora[1] pro meu exílio[2]. A exilada procura semelhanças e não se encontra. Mora no escritório, trabalha no quarto. Às vezes procura a sorte como Macabéa[3] e teme seu fim, como acontece ao consultor de cartomante[4]. Mas seu futuro estava ali, está acontecendo tudo como foi visto. E digo mais, como foi escrito. Especializou-se em compor mitos sobre os quais funda sua esquizo-análise[5]; escreve antes o que vai viver. Conhece o personagem de Jack Nicholson[6], nega que também tenha uma coleção de rituais para se sentir melhor e... por favor, pare de escrever e viva – mas está assim na vida, perdida! Da percepção de Lya[7], destaco a solidão na praia. O cinza presente em tudo, como nas nuvens deste final de ano; tudo se decompõe porque ela assim se faz. Vê a dor dos outros porque também sente uma – várias: da infância, da falta, da adolescência, da idade adulta, da madureza, da velhice. Não termina feliz, m
Primeiros outonos Pe. Flávio Sobreiro Poeta, Filósofo Clínico Cambuí/MG Aprendizados nascem de experiências de antigos passados e novas esperanças sempre assim uma lágrima que brota da dor e muitas saudades sem nome de despedidas que anunciam o regresso daquilo que em nós sempre esteve guardado nos jardins de nossa alma saudade é flor que desabrochou e se perdeu em outras tantas no mistério que somos o singular dos múltiplos plurais que habitam meu ser perdem-se em mundos de outras dores e em sorrisos de novos tempos viver talvez seja isso fazer de cada outono a despedida de processos que cumpriram seu papel e esperam as possibilidades de novas estações que anunciam as alegrias de sementes que serão frutos de um novo tempo que vai chegar
Coisas simples encantam a alma Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Escritora, Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Estou convidando você a parar um pouquinho. Olhar seu entorno E ver...sentir...perceber. Há vida pulsando em tudo. Átomos em movimento. Coração, em sístole e diástole, no ritmo da terra, Tocando seu tambor. Na complexidade existencial a simplicidade no foco. Instante de suprema atenção. Figura no fundo vasto e intenso. Ponto de encontro. Um ponto apenas. A diferença. Entrega. Rendiçåo - rendenção. Para quem vê e ouve nesta pausa. A revelação. As coisas simples encantam a alma. Músicas e cores dançam a celebrar a vida. A poética do existir perpassa todo o corpo. O nada se faz tudo. Benção dos deuses. Sem bem, sem mal. O que é apenas é no vir-a-ser. A razão pura, intuição, faz brotar O lótus da criatividade suprema. Inspiração. Respiração. É vida!

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