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Folhas da Lua* Parte de minha alma se esvaiu no infinito Perdeu-se procurando sonhos Acalentando vislumbres esvoaçantes Não tem volta... Mas outra acaba de se encontrar Nasceu de encantos que não definham Como paralelas que se flagram Tal voo de gaivotas A espreita de algo Que simplesmente surge E depois se perde novamente Folheando as fases da Lua Viro páginas... O que sou não importa Só o luar conta! *Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ
O que te impede de beijar assim?* A idéia de escrever um texto contando como foi meu aprendizado do “melhor beijo do mundo” e deixar a revelação da técnica em suspense, tinha a intenção explícita de estimular a fantasia dos leitores, porém a proposta era ainda maior. Gostaria também que refletissem acerca de quem, como, quando e porque estão beijando ou deixando de dar e receber este presente. Não existe a fórmula do beijo perfeito ou descrição da melhor forma de beijar, a qualidade está muito mais na cabeça dos parceiros que dentro das bocas. Sentimento e emoção são os ingredientes, sem isto o beijo torna-se morno, insosso, indiferente, vazio. O gosto do beijo vai melhorando na exata medida da entrega dos amantes e da veracidade do sentimento. O segredo que minha amiga ensinou para tornar cada beijo único e inesquecível é beijar sempre como se fosse a última vez. A derradeira despedida. Vivenciar o instante com toda a intensidade, sentir que precisa preservar o momento, segu
Mudando perspectivas* Passamos do geocentrismo para o heliocentrismo, do teocentrismo para o antropocentrismo. A Terra não é o centro do universo, o homem é a medida de todas as coisas. O sol é o centro do nosso sistema planetário, mas está longe de ser o centro de nossa galáxia, a Via Láctea. O sol nem é mais a estrela de quinta grandeza entre as conhecidas. Agora é muito menor. A Via Láctea é um imenso sistema com planetas e estrelas dentre inúmeras galáxias. Até o fim da Idade Média, tudo girava em torno da Terra. O homem media sua importância por aquilo que a divindade lhe concedia, pela revelação, em algumas culturas. O homem era altamente valorizado, por exemplo, pelo Deus judaico-cristão. Os cristãos ainda tiveram um Deus que se fez homem para elevar os homens à dignidade de seu convívio na eternidade. Mais do que isso, o Reino de Deus já acontecia no tempo, no qual todas as coisas tendem a ser corruptíveis, frágeis, falhas, limitadas, e os homens, pecadores. A era
Substrato* Quero dia a dia mais leveza meu mundo mais suave que minhas armas obsoletem. Fazer um ninho de livros amortecido por paginas rasgadas de linhas que ninguém deve ler. Quero exercer todas as minhas competências Acima de tudo, superar limites e estar sempre em mim . Podendo visitar o outro nele mesmo, sem tornar-me refém de projeções. Quero a liberdade do saber. Eis aqui um substrato do meu mundo como vontade de poder. *Alba Regina Bonotto Psicóloga, Filósofa Clínica Curitiba/PR
Pretéritos* Nada é como antes porque tudo se faz novo a cada instante de um tempo sem nome nascido de saudades de outonos com cores de primavera a dor que chega na alma parte sem despedir-se nada é como no futuro de uma passado sempre sonhado de novas estações sem cor e com amor no tempo que me cabe o tempo que não conheço no que sou ainda o que serei nada é como no passado onde o presente nunca foi futuro e nas despedidas de hoje a espera do amanhã da noite que se foi e do dia que ainda vai chegar *Pe. Flávio Sobreiro Poeta, Filósofo Clínico Cambuí/MG
Poéticas do indizível* “(...) Graças às sombras, a região intermediária que separa o homem e o mundo é uma região plena, de uma plenitude de densidade ligeira. Essa região intermediária amortece a dialética do ser e do não-ser.” Gaston Bachelard Uma crença muito antiga aprecia atualizar-se nesse enigmático hoje que um dia foi amanhã. Poderia ser o pretérito imperfeito de uma busca ou aquele quase nada onde tudo acontece. Atualização de um dialeto nem sempre dizível, se alimenta nas fontes inenarráveis, nos paradoxos, nas desleituras criativas. Seu visar inédito sugere desvãos ao mundo que se queria definitivo. Costuma ser abrigo do acaso na versão do avesso das coisas. Ao referir o encantamento das pequenas devoções, parece ter a vocação de traduzir esse texto interminável, por onde a vida escoa seus segredos. Realiza um esboço sobre as tentativas de decifrar por inteiro um mundo que é mistério por natureza. A característic

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