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Fragmentos filosóficos delirantes XCXX Se eu fosse um padre* Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões, não falaria em Deus nem no Pecado — muito menos no Anjo Rebelado e os encantos das suas seduções, não citaria santos e profetas: nada das suas celestiais promessas ou das suas terríveis maldições... Se eu fosse um padre eu citaria os poetas, Rezaria seus versos, os mais belos, desses que desde a infância me embalaram e quem me dera que alguns fossem meus! Porque a poesia purifica a alma ...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte — um belo poema sempre leva a Deus! ___________________________ Eu queria trazer-te uns versos muito lindos* Eu queria trazer-te uns versos muito lindos colhidos no mais íntimo de mim... Suas palavras seriam as mais simples do mundo, porém não sei que luz as iluminaria que terias de fechar teus olhos para as ouvir... Sim! Uma luz que viria de dentro delas, como essa que acende inesperadas cores nas lanternas chinesas
Padre pela vocação e escritor por paixão* É pela sensibilidade das palavras que o jovem padre da Arquidiocese de Pouso Alegre Flavio Sobreiro da Costa encontrou para evangelizar. Seu primeiro livro será lançado no mês de novembro e traz um retrato poético do cotidiano das pessoas através de contos e poemas. A ideia de escrever “Rascunhos da Alma” surgiu há mais de um ano. O livro mostra os diferentes aspectos dos sentimentos humano de uma maneira poética e filosófica, retratados a partir do cotidiano da vida e das múltiplas experiências vivenciadas por cada ser humano. Para padre Flávio “escrever é sempre um desafio e ao mesmo tempo um mistério”. Com 34 anos, o mineiro de Inconfidentes foi ordenado sacerdote em 2011. “Sinto-me realizado como ser humano na vocação que escolhi”. O livro “Rascunhos da Alma” é uma publicação da Penalux. A obra apresenta 29 contos e 2 poemas. Cada conto reflete fatos do dia a dia que se misturam a tristezas, alegrias, despedidas, saudades, dores, lág
Fragmentos filosóficos delirantes XCXIX* Convite Não sou a areia onde se desenha um par de asas ou grades diante de uma janela. Não sou apenas a pedra que rola nas marés do mundo, em cada praia renascendo outra. Sou a orelha encostada na concha da vida, sou construção e desmoronamento, servo e senhor, e sou mistério A quatro mãos escrevemos este roteiro para o palco de meu tempo: o meu destino e eu. Nem sempre estamos afinados, nem sempre nos levamos a sério. *Lya Luft
Sons da alma* “E na luz nua eu vi...pessoas escrevendo canções que vozes jamais compartilharam. E ninguém ousava perturbar o som do silêncio” (Simon & Garfunkel) Existem sons que vem de algum lugar que não distinguimos. Até conseguimos ouvi-los, mas eles nos surpreendem como se fossem brumas sonoras a se espalhar pelo ar... Essas ondas se espalham, penetram os sentidos e invadem expectativas, preenchendo entranhas e formando novos sonhos. Às vezes, formam delírios e transportam a outros mundos. Outras vezes, recordam instantes de êxtase que se propagam como impulsos a invadir destinos. Mas podem também massacrar como ferros, rasgando e ferindo, sepultando lembranças. E há os sonhos que cristalizam o momento, não permitindo que o tempo caminhe... ou talvez apenas o torne lento o bastante para que seus passos sejam marcados pelo deleite de um clímax anunciado. Esses momentos são como pérolas resgatadas que reverberam a concha que as abriga. Esses acordes iluminam os coraç
Me Esqueci de Viver* Querido leitor e querida leitora, paz! Em nosso artigo de hoje vamos refletir sobre uma bonita música gravada inicialmente pelo espanhol Julio Iglesias e regravada no Brasil numa versão assinada por José Augusto. Tanto um quando o outro foram cantores que marcaram a minha geração. A música “Me Esqueci de Viver” foi muito usada na minha época de grupo de jovens da igreja católica, principalmente nos anos de 1980 e depois, de casais na década seguinte, em 1990. Em 2006 foi uma das músicas que mais cantei no caminho de Santiago. Arrepiado saboreava a sua letra que, provavelmente, funcionou como uma dose de ânimo até chegar à casa do santo. Eis as duas primeiras estrofes: “De tanto correr pela vida sem freio, me esqueci que a vida se vive num momento. De tanto querer ser em tudo o primeiro, me esqueci de viver os detalhes pequenos”. “De tanto brincar com os sentimentos, vivendo de aplausos envoltos em sonhos, de tanto gritar as canções ao vento, já não sou o que
Antes de morrer, viva! Atenção! Este artigo pode ser lido por pessoas de todas as idades, mas dependendo da faixa etária, despertará interesses diversos e quem sabe até, antagônicos. Jovens não têm idéia e nem imaginam como será sua velhice, muito menos a morte. Já os velhos, mais sábios e experientes, convivem com a proximidade da morte mais realisticamente. Embora possa parecer paradoxal, este artigo é dedicado a todos aqueles que não querem envelhecer. Jovens, meia-idade e idosos, leiam enquanto é tempo. Um dos grandes sonhos da humanidade é a descoberta da fonte da juventude. Fortunas e vidas foram e continuam sendo gastas nesta procura. Milhões de pessoas foram enganadas com promessas de retardar, parar ou reverter o envelhecimento e a ilusão da vida eterna. Nas bases científicas atuais, imortalidade ainda é uma impossibilidade. Mesmo eliminando todas as causas de morte relacionadas ao envelhecimento que aparecem nos atestados de óbito, ainda assim ocorreriam acidentes
Fragmentos filosóficos delirantes XCXVIII* O Analista de Bagé Certas cidades não conseguem se livrar da reputação injusta que, por alguma razão, possuem. Algumas das pessoas mais sensíveis e menos grossas que eu conheço vem de Bagé, assim como algumas das menos afetadas são de Pelotas. Mas não adianta. Estas histórias do psicanalista de Bagé são provavelmente apócrifas (como diria o próprio analista de Bagé, história apócrifa é mentira bem educada) mas, pensando bem, ele não poderia vir de outro lugar. Pues, diz que o divã no consultório do analista de Bagé é forrado com um pelego. Ele recebe os pacientes de bombacha e pé no chão. — Buenas. Vá entrando e se abanque, índio velho. — O senhor quer que eu deite logo no divã? — Bom, se o amigo quiser dançar uma marca, antes, esteja a gosto. Mas eu prefiro ver o vivente estendido e charlando que nem china da fronteira, pra não perder tempo nem dinheiro. — Certo, certo. Eu... — Aceita um mate? — Um quê? Ah, não. Obrigado.

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