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Rotas polares* “E percebo que não importa onde eu esteja, seja em um quartinho repleto de ideias ou nesse universo infinito de estrelas e montanhas, tudo está na minha mente. Não há necessidade de solidão. Por isso, ame a vida como ela é e não forme ideias preconcebidas de espécie alguma em sua mente" (Jack Kerouac) Na vida, às vezes, é preciso traçar caminhos que nos levem de um ponto a outro por rotas aparentemente mais longas e difíceis. São percursos instáveis, que se delineiam quase que como atalhos e que podem inadvertidamente invadir territórios desconhecidos, demonstrando ser amigáveis ou não. Na verdade, dificilmente há como prever o que quer que seja, ainda que exista busca. Mesmo acontecimentos próximos, presumíveis e consequentes são passíveis de mudanças na rota, de instabilidades temporais e de revezes de humor. Já as possibilidades são absolutamente infinitas e a vida, traiçoeiramente inconsequente. Então ocorre que as linhas temporais se sobrepõem a cada í
O Limite que Liberta* Livre é quem aprende a viver com sabedoria e maturidade diante das escolhas que a vida apresenta. Vivemos em uma sociedade que convida-nos ao pleno exercício da liberdade. Contudo, a vida exige que aprendamos a ser livres em meio a outros que conosco trilham caminhos singulares que se encontram nos plurais existenciais de nossas experiências humanas, sociais e culturais. Em busca de uma liberdade fantasiosa muitas atrocidades têm sido cometidas em nosso meio. Ser livre está longe de fazer o que se quer sem pensar nas consequências. A liberdade verdadeira nasce do profundo e sincero desejo de ser ponte e não abismo que aprisiona e fecha possibilidades de uma vida plena e feliz. Tudo aquilo que escraviza o ser humano torna-se prisão. Liberdade sem limites é uma triste maneira de estar preso sem saber. Muitos estão presos na liberdade que buscaram para si mesmos. Tornaram-se escravos de uma liberdade perigosa. Vivem sem limites pela vida. A minha liberdade term
Divagações filosóficas descontinuadas* À percepção aristotélica é predominante a visão. Sua Metafísica a confirma. Mas, o verdadeiro para Platão nem está no que vemos. Nós só vemos a cópia. O original está nas Ideias. Husserl resolve ir às coisas mesmas. Heidegger aparece e diz que a questão fundamental ficou no esquecimento. Mas, a questão só tem valor enquanto questão. O erro não foi esquecer a questão, foi achar que a solucionaram. É mesmo? Tomás de Aquino pensa que resolve: Deus é o Ser, ato puro. Um verdadeiro cristão aristotélico. E o que diriam os (neo)platônicos? Agostinho que o diga. Nessa briga surge um alemão de sobrenome Lovejoy e diz que a história da filosofia não passa de notas de rodapé de Platão e Aristóteles. Será que é isso mesmo? Bom mesmo é Nietzsche, que resolve fazer uma filosofia à marteladas. Kierkegaard vai angustiar-se diante do que a filosofia não abarca, a fé. Ele diz que é necessário um salto qualitativ
Floripa* Querido leitor, que você esteja bem. Hoje vamos refletir sobre a nossa capital, exatamente sobre o nome de Florianópolis. Como você, ouvinte atento, deve lembrar, recentemente falei, em um artigo intitulado “Entre a Montanha e o Mar”, a minha relação com a água, com o mar. Naquela oportunidade escrevi que só fui conhecer o oceano quando tinha oito anos, antes disso, ficava imaginando como seria o mar. Também falei da minha relação com a orla marítima, com a água salgada, com as ondas, os ventos, os pássaros. Falei sobre o balneário Rincão e sobre as praias de Florianópolis. Lembro-me que deixei subentendido que muita coisa me fisgava em Floripa, e as praias era uma delas, e de uma importância decisiva. Contudo, algo jamais gostei da nossa capital, se é que você me entende: não gosto e assumo, não gosto do nome. Florianópolis. Como sabemos, seu nome é da junção de duas palavras: pólis, que significa cidade, e Floriano, que vem de Floriano Peixoto, primeiro presidente da
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXVI* Jogos de sombras Sempre que me procuro não me encontro em mim, pois há pedaços do meu ser que andam dispersos nas sombras do jardim, nos silêncios da noite, nas músicas do mar, e sinto os olhos, sob as pálpebras, imersos nesta serena unção crepuscular que lhes prolonga o trágico tresnoite da vigília sem fim, abro meu coração, como um jardim, e desfolho a corola dos meus versos, faz-me lembrar a alma que esteve em mim, e que, um dia, perdi e vivo a procurar nos silêncios da noite, nas sombras do jardim, na música do mar... *Hermes Fontes 1888-1930
Queridos amigos, colegas, articulistas, No dia de hoje atingimos 1021 postagens neste blog que se propõe, em seus recentes dois anos de existência, oferecer espaços de convívio, reflexão, humanidade, estudos e desenvolvimento em Filosofia Clínica. Parabenizamos a todos os nossos articulistas, colaboradores, visitantes, críticos, pela inestimável contribuição para a qualificação da Filosofia Clínica em todos os espaços por onde se oferece, como um novo modelo de atenção e cuidados com a vida: hospitais, empresas, clínicas, escolas.. Em 2013 teremos novas parcerias de atuação profissional, estágios, pesquisas, colóquios, publicações e outras agradáveis surpresas. Nossa busca é seguir contando com o talento e a cumplicidade do grupo todo e venha quem mais vier, pois a Casa é nossa! Um abraço fraterno, Coordenação
A palavra mágica* “Vive a tua hora como se gravasses o teu nome na epiderme de um tronco novo. Mas não voltes mais tarde para junto dessa árvore, porque podes não reconhecer o teu nome nas cicatrizes das velhas letras.” Felippe D’Oliveira Sua tez de singularidade maldita refere uma simbologia em viés de encantamento. Na veemência discursiva compartilha uma fatia generosa de paraíso. O sagrado_profano esboça uma íntima convivência com a reciprocidade. Os significados apreciam aliar-se aos papéis existenciais de travessia. Assim o feitiço da palavra como medicamento aprecia as estruturas mutantes envolvidas na interseção. Ao sugerir a cidade das maravilhas, é possível um novo entendimento e relação com o universo interior. Sua fonte de inspiração, muitas vezes, se faz menção em dialetos de esquiva. A magia, um pouco antes de ser representação traduzível, aprecia transbordar nalguma forma de excesso. Uma fenomenologia em aroma
A arte e a vida...* Depois de profunda reflexão chego a conclusão que o que realmente liberta e traz sentido a vida é a expressão. Não importa de que modo isso ocorra. Pode ser por uma pintura, uma canção, uma dança, um poema, não importa. O mais importante é a expressão. Digo isso por viver na pele essa necessidade diária de expressar o mais profundo do meu coração. O que existe de mais belo na minha alma é o ato de expressar. Acredito que por mais que se busque, que por mais que se conheça as filosofias de grandes mestres, sem expressão não há solução! Tenho pensado em como seria mais salutar se nos hospitais os doentes fossem tratados somente com arte. Por que não? A filosofia clínica permite esse casamento e é por isso que sou grata de tê-la conhecido. Quando trabalhava como atriz o que mais me intrigava nas personagens eram os seus porquês existenciais e hoje eu entendo que os espetáculos nos quais trabalhei foram aqueles que poderiam fazer de fato as pessoas melhores em su
Temperamentos do Tempo* Outubro inicia com mudança de direção dos ventos, usa o calor pra se fazer anunciar. Algumas pessoas são mais sensoriais que outras e como os ventos mudam a direção com seus afetos, não sem antes superaquecer para depois vaporizar suas resistências. Nunca ninguém tentou medicar o tempo, será que não perceberam ainda que ele é quadripolar? Há Sim, o tempo pode! Esta aquém a qualquer tipologia. Na verdade, o tempo está aquém do nosso controle, inspirou e ainda inspira muitas reflexões filosóficas. A espécie humana não aceita as infinitas variações de personalidades em sua natureza, algumas delas são consideradas patológicas e por isso sujeitas a todo tipo de intervenção. Mas o tempo, não da para controlar, dá? Com a onda de comportamento sustentável, com expansão da Eco Visão, constata-se que a concentração da manipulação humana junto à natureza, já causou seus estragos e dia a dia nos coloca mais e mais refém dos humores extremos da natureza. Muito já

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