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A Arte de Ouvir* Querido leitor, que você esteja bem. Hoje vamos refletir sobre um texto oportuno de Rubem Alves: “Saber Ouvir”. De todos os sentidos, o mais importante para a aprendizagem do amor, do viver juntos e da cidadania é a audição. Disse o escritor sagrado: “No princípio era o Verbo”. Eu acrescento: “Antes do Verbo era o silêncio.” É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruídos interiores forem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Diz Rubem Alves: Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poetas, esses seres de fala mínima. Eles falam, sim. Para ouvir as vozes do silêncio. Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa para, por não haver o que dizer, tratamos logo de falar qualquer coisa, para por um fim no silêncio. Vez por outra tenho vontade de escrever um ensaio sobre a psicologia dos elevadores. Ali estamos, nós dois, fechados naquele cubículo. Um diante do outro. Olhamos nos olhos um do outro
O Pensamento em 3D* Ao ligar conceito de fé somente a religião, o limitamos a uma margem de grandes equívocos e perdemos mais uma oportunidade de auto conhecimento. Sem poder desvincular a coisa da fé com a coisa da religião o transito sobre a riqueza desta competência humana fica limitada. É interessante, fazer uma pesquisa por dicionários e constatar que os mais antigos como o Aurélio, tem uma definição de fé ultrapassada e bem comprometida com a coisa da religião e da crença em Deus ou do misticismo e adulação do fantástico. São definições cartesianas e equívocos montados nas bases da escolástica medieval. Já dicionários mais modernos, nos dão folga e espaço, para existir ante ao conceito e permitir que ele seja singular a nossa forma de pensar e ser. Acredito ser impossível ao ser humano, uma existência desprovida de fé, ela é constitucional,serve como uma espécie de estrutura temporária para alguns movimentos e também para uma certa calmaria curativa. A fé tem ,
Do fim ao recomeço* Não sei…tem horas que bate umas coisas estranhas no coração. Um medo repentino de que todas as últimas escolhas tenham sido erradas. E se foram? Não dá pra voltar atrás. A vida é feita só de ida. Bate um medo de ficar sozinha, medo de ficar sem amigos. Medo de se perder no trabalho. Medo de se achar sem trabalho. O mercado de alto risco é perigoso. Ou se ganha muito ou se perde em demasia. Não sei se tenho corpo e alma nesse momento pra arriscar tanto assim. Ando com o coração machucado, com algumas feridas ainda por cicatrizar. Mas e se minhas apostas tiverem sido altas demais e o risco que corro for realmente elevado? Só o tempo irá dizer… o tão falado tempo… o temido! E enquanto vejo os minutos, as horas e os dias passarem, aguardando um fechamento para essa angústia, o que fazer com esse medo que insiste em gritar? E se foi tudo em vão? E se eu tivesse falado? E se eu tivesse calado? E se eu não tivesse largado? E se eu não tivesse arriscado? Agora não adianta
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXVI* Darwins do amanhã Se você se deixa levar pela fúria da conexão a cada cinco minutos, a chance de obter êxito na sua atividade diminui bastante. O escritor Malcolm Gladwell observa que os níveis de êxito obtidos em determinadas áreas estão relacionados com a pura prática deliberada na qual os indivíduos se envolvem dez mil horas pelo menos. Até os gênios, para serem gênios produtivos, têm que se dedicar. As consequências da hiperconectividade contemporânea começam a ser estudadas. Já sabemos que ela leva as pessoas a uma conexão profusa, mas superficial. Uma superficialidade perversa da qual pouco ainda sabemos. É muito bom precisar de uma informação e obtê-la em dois minutos. Não sei se é tão positivo se "entupir" de notícias, ti-ti-tis, não se aprofundar em nada e não se conectar verdadeiramente com ninguém. Para adolescentes, ajuda a forjar a identidade. Para a humanidade, pode vir a ser perda. O pensamento, para se desen
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXV* CONVITE À VIAGEM Existe um país soberbo, um país idílico, dizem, chamado Cocagne que eu sonho visitar com uma velha amiga. País singular, nascido nas brumas de nosso Norte e que poderia se chamar o Oriente do Ocidente, a China da Europa, tanto pela sua calorosa e caprichosa fantasia quanto por ela, paciente e persistentemente ser ilustrada por sábias e delicadas vegetações. Um verdadeiro país de Cocagne, onde tudo é belo, rico, tranqüilo, honesto; onde o luxo se compraz em se ver em ordem, ou a vida é livre e doce de se respirar; de onde a desordem, a turbulência e o imprevisto são excluídos; onde a bondade está casada com o silêncio; onde a própria cozinha é poética, rica e excitante ao mesmo tempo; onde tudo se parece contigo, meu anjo. Conheces essa doença febricitante que se apossa de nós nas gélidas misérias, essa nostalgia de um país que ignoramos, essa angústia vinda da curiosidade? É um lugar que se parece contigo, onde tudo é b

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