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Disputas* Querido leitor, que você esteja bem. Hoje nosso tema é disputa. No livro sagrado, a Bíblia, há uma passagem em que destaco neste momento. Nela, alguns discípulos de Jesus queriam saber quais seriam seus lugares na hierarquia. Diz a passagem que Mateus, Marcos e Lucas discutiam qual deles seria o maior no Reino de Deus. Como se isso não bastasse, a mãe de Tiago e João, provavelmente a pedido dos filhos, solicitou a Jesus dois lugares honrados para eles. Queridos leitores. Frequentemente vimos alguns funcionários gastando um precioso tempo discutindo, tramando e se posicionando de modo a defender radicalmente seu progresso na empresa, em detrimento do sucesso coletivo. Para mim o sucesso de uma empresa, assim como na grande maioria das repartições que envolva grupos e pessoas, depende do trabalho coletivo. Sozinho, às vezes, temos a impressão de ir mais rápido, mas em grupo, com certeza, vamos mais longe e a jornada é mais alegre e leve. Em Mateus 20:26, a Bíblia
Apontamentos, poéticas noturnas V* Os Meus Livros Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos já cinzentos Que em vão vou procurando nos espelhos E que percorro com a minha mão côncava. Não sem alguma lógica amargura Entendo que as palavras essenciais, As que me exprimem, estarão nessas folhas Que não sabem quem sou, não nas que escrevo. Mais vale assim. As vozes desses mortos Dir-me-ão para sempre. *Jorge Luis Borges 1899 - 1986
Apontamentos, poéticas noturnas IV* O Mapa Olho o mapa da cidade Como quem examinasse A anatomia de um corpo… (É nem que fosse o meu corpo!) Sinto uma dor infinita Das ruas de Porto Alegre Onde jamais passarei… Há tanta esquina esquisita, Tanta nuança de paredes, Há tanta moça bonita Nas ruas que não andei (E há uma rua encantada Que nem em sonhos sonhei…) Quando eu for, um dia desses, Poeira ou folha levada No vento da madrugada, Serei um pouco do nada Invisível, delicioso Que faz com que o teu ar Pareça mais um olhar, Suave mistério amoroso, Cidade de meu andar (Deste já tão longo andar!) E talvez de meu repouso… * Mario Quintana 1906 - 1994
Apontamentos, poéticas noturnas III* Aninha e suas pedras Não te deixes destruir… Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas. Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todos os sedentos. Toma a tua parte. Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede. *Cora Coralina 1889 - 1985
Apontamentos, poéticas noturnas II* Traduzir-se Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira. Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta. Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. Traduzir-se uma parte na outra parte - que é uma questão de vida ou morte - será arte? * Ferreira Gullar

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