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DESTINO* Podem acreditar, o destino vai mandar algumas cartas inesperadas. Boas e ruins. Não há como prever. Está além de nossas capacidades. Como lidar quando estas circunstâncias surgirem? Boas noticias não constituem problema e podem ser aproveitadas e curtidas na sua devida hora. Resta saber o que fazer com as más novas? A imprevisibilidade inerente não permite nenhum conselho, entretanto, podemos trabalhar nossos pensamentos para não ficarmos sem chão quando a hora ruim chegar. Ler muito ajuda. Perder-se nas páginas dos livros é um dos instrumentos libertários mais poderosos para a sobrevivência humana. Além da cultura e experiência de outras pessoas, teremos a chance de conhecer mais do mundo e de nós mesmos. Ao conseguir se projetar e levar para dentro de um texto sua vivência pessoal, emoções, buscas, preconceitos, o leitor mergulha e se confunde com o que lê. O único limite para a amplidão da leitura é a imaginação do leitor. Se este for suficientem
Dicas de narrativas poéticas: Narrativas Poéticas - Coleção Santander Brasil De 22 de maio a 14 de julho Entrada Franca A exposição Narrativas Poéticas leva ao público, pela primeira vez, a Coleção Santander Brasil de obras de arte. Reunindo trabalhos de pintores como Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Tomie Ohtake e poetas como Antonio Cícero, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Vinicius de Moraes, o recorte conceitual adotado pelos curadores Helena Severo, Franklin Espath Pedroso, Eucanaã Ferraz e Antonio Cícero propõe um diálogo entre a produção de artes visuais e de poesia brasileiras. Além das obras, a mostra conta com elementos multimídia, como áudios com fragmentos de poemas recitados por seus autores e projeções dos textos poéticos no espaço expositivo. Santander Cultural Porto Alegre Rua Sete de Setembro, 1028 Centro Histórico. Porto Alegre/RS. Tel. 51 3287 5500 De terça a sábado, das 10h as 19h Domingos e feriados, das 13h as 19h
Fragmentos poéticos, filosóficos, delirantes* Manoel por Manoel Eu tenho um ermo enorme dentro do olho. Por motivo do ermo não fui um menino peralta. Agora tenho saudade do que não fui. Acho que o que faço agora é o que não pude fazer na infância. Faço outro tipo de peraltagem. Quando eu era criança eu deveria pular muro do vizinho para catar goiaba. Mas não havia vizinho. Em vez de peraltagem eu fazia solidão. Brincava de fingir que pedra era lagarto. Que lata era navio. Que sabugo era um serzinho mal resolvido e igual a um filhote de gafanhoto. Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação. Porque se a gente fala a partir de ser criança, a gente faz comunhão: de um orvalho e sua aranha, de uma tarde e suas garças, de um pássaro e sua árvore. Então eu trago das minhas raízes crianceiras a visão comungante e oblíqua das coisas. Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina. É
Apontamentos sobre fenomenologia husserliana* A fenomenologia surge no século XX propondo uma volta das pesquisas filosóficas ao homem abrangendo seus aspectos racionais e irracionais. Ela aparece como crítica tanto ao idealismo, que visava a ideia ou consciência como a instância última de criação de realidade, quanto ao positivismo que afirmava o conhecimento com sua origem estritamente vinculada aos sentidos. O método fenomenológico abre mão de afirmar uma realidade ou coisa-em-si kantiana para voltar-se ao homem e sua experiência, oriundas tanto dos aspectos racionais quanto irracionais. Seu foco está em avaliar a experiência humana do mundo no âmbito das coisas como aparecem (fenômeno). Husserl, grande desenvolvedor desse método, buscou trabalhar aquilo que se manifesta, rompendo com a pretensão de pensar a coisa-em-si como anteriormente se fazia. Seu método consiste em dois pontos iniciais: a via negativa e a positiva. A primeira propõe uma epoché, suspensão de juízo, para
Flor* Escondida na terra adormecida, nem sonhava ser espinho e dor! Inocente caule rompendo a mágoa de ser só, buscava abrigo na vastidão iluminada... Folha por folha, nascia sua identidade. Viu sua beleza se transformando dia a dia em pétalas de paixão, rubras delicadezas de sua juventude inquieta. Apaixonou-se pelo Bem que a colheu, com mãos cálidas que seguravam sua juventude pulsante. Jovens amantes incautos, bendiziam a alegria dos dias entre sonhos e ternura. (Tempo, selvagem alado sem forma, Ser impiedoso que desfaz as certezas e que destrói silenciosamente o que vive). Dos seus espinhos brotaram lágrimas de tormento pelo Bem já distante, e pétalas caíram numa espera desesperada. Sentiu seus espinhos arrancados à vida, e da beleza encarnada fez-se amargura pálida. (Tempo, indefinível movimento que transpassa toda a vida, ciclo que faz e desfaz destinos). Do passado irrecuperável, de sua certeza inexorável... Um sopro de vento em seus ramos trouxe o desfolhar
Fragmentos poéticos, filosóficos, delirantes* "Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam." *Jack Kerouac
Primavera Lunática* Pinto paredes Fome de tudo Ousadia Comer as cinzas Do vulcão que me habita *Mariah de Olivieri Artista plástica, escritora, mestre em filosofia, estudante de filosofia clínica Porto Alegre/RS
PENSAR É TRANSGREDIR* Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido. Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!" O problema é que quando menos
Pretéritos imperfeitos* “A experiência trivial do dia-a-dia sempre nos confirma alguma antiga profecia (...)” Ralph Waldo Emerson Existem eventos que possuem um começo sem fim. Perseguem uma in_de_termin_ação futura na travessia pelas antigas pontes. Neles é possível vislumbrar uma sombra suspeita, como algo mais a perturbar a lógica bem ajustada das convicções. Assim a grafia parece se orientar por um ontem a perdurar. Atitude rarefeita de olhares a perseguir buscas contaminadas. Esse contágio parece querer singularizar a pluralidade de cada um. Apreciam a menção de fatos acontecidos no prolongamento do instante. Aparecem como atuação simultânea de um em outro, seu paradoxo dilui-se numa dialética de integração. Uma de suas características é realçar fatos no momento em que ocorriam. Essa incerteza quanto ao amanhã, parece coincidir com o desfecho provisório de seu inacabamento. Nessa terra de ninguém uma infindável tram

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